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Opinião

  • 18 de Fevereiro de 2007

    A FACA E O QUEIJO

     

     

     

    Penso, logo digo... O Rio Grande do Norte poderá estar com a “faca e o queijo na mão”. A expressão idiomática significa ter o poder de barganha em determinadas situações. Talvez valha a pena analisar.

    Por incrível que pareça há chance do presidente Chávez, que tirou a nossa refinaria de petróleo, beneficiar, agora, o RN. A política isolacionista dele em relação aos Estados Unidos, pouco a pouco favorece o Brasil. E nesse aspecto, o presidente Lula age com habilidade e tira proveito da "briga".

    Esteve em Brasília, o subsecretário americano para assuntos políticos, Nicholas Burns. Assinou protocolo de parceria para desenvolver conosco a produção de biocombustível (combustíveis de origem vegetal), em especial o etanol (álcool). A "coqueluche" mundial está sendo a produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar e o "Hbio", tecnologia brasileira que agrega ao diesel 5% de óleo vegetal (oleaginosas). Os dois países, juntos, detêm 70% do mercado mundial. Com um detalhe: no Brasil o custo do biodiesel é hoje uma e meia a três vezes menor que o diesel mineral americano.

    O RIO GRANDE DO NORTE

    Onde entra o Rio Grande do Norte nessa história?

    No Nordeste, o Ceará (Crateús) e a Bahia (Iraquara) já estão à nossa frente em matéria de biocombustíveis. Em ambos os estados, instalaram-se usinas de biodiesel. Isto não retira do RN a vocação natural de área produtora de energia, a partir das reservas de petróleo e gás, além do nosso semi-árido (mais de 95% do solo potiguar) ser propício à produção de oleaginosas como mamona, girassol, pinhão manso e até amendoim.

    Podemos tirar proveito da estratégia atual dos Estados Unidos de aproximação direta (e não mais através da ALCA) com os chamados "aliados". Notem-se os últimos acordos feitos pelos norte-americanos para a produção e comércio com quase todos os países latinos, inclusive a esquerda radical do Uruguai, Colômbia, Chile, Guatemala, Peru e outros. A própria Venezuela esbraveja, mas vende a maior parte da produção de petróleo aos americanos, preservando o seu comércio estável.

    Em troca da parceria estratégica com o Brasil, o Governo americano poderia considerar o Rio Grande do Norte "zona comercial especial" para efeito de implantação de um "pólo exportador". Claro que não me refiro à exportação exclusiva de biocombustíveis, mas à produção em geral com demanda no mercado mundial. Aí surge o potencial do "super aeroporto" projetado para São Gonçalo do Amarante. Ninguém tem esse trunfo nas mãos. Só o Rio Grande do Norte. E ele nos foi dado por Deus, ao colocar-nos como o Estado da América mais próximo da Europa e da África.

    LULA E BUSH NA RAMPA

    Que tal o Governo do Estado propor que a próxima visita do presidente Bush ao Brasil comece pelo Rio Grande do Norte? Poderia ser reconstituído na Rampa (bairro das Rocas) o cenário histórico do encontro de Getúlio com Roosevelt, na II Guerra Mundial, do qual surgiu o "pólo estratégico de defesa da América Latina", com a construção do aeroporto de Parnamirim. Em 2007 seria a proposta do "pólo estratégico comercial", em encontro no mesmo local de Lula com Bush.

    Agora, ao invés de interesses militares, razões comerciais justificariam o nosso "pólo exportador" (os americanos são o maior importador brasileiro), ao lado do aeroporto de São Gonçalo do Amarante.

    Quem tem a faca e o queijo na mão é para usá-los com criatividade, sobretudo visando a geração de empregos, renda e oportunidades. Fica a sugestão...

    MIGUEL, O VITORIOSO

    "Santo de casa não faz milagre". É necessário mudar esse conceito. Um povo cresce pelo reconhecimento dos seus valores.

    Miguel de Lima viveu em Macaíba, no RN. Jogou em Natal no Santa Cruz e Alecrim. Depois, no Vasco da Gama. Hoje é uma estrela na administração do futebol internacional. É considerado o "embaixador do futebol brasileiro" no mundo. Mora na Flórida, Estados Unidos. Casado com uma conterrânea, não esquece a origem potiguar. Todos os anos visita o Estado. Foi colega de Pelé, Di Stefano, Beckenbauer, Marinho (outro potiguar de valor), Carlos Alberto Torres, no "Kosmos Futebol Clube" de Nova York. Entrou para a história como o primeiro goleiro do Brasil que jogou na Europa, no "Futebol Clube de Colônia", Alemanha.

    A atividade de Miguel é descobrir valores para o futebol, através do intercâmbio. Tem uma empresa global para o futebol (www.delimasoccer.com ). Em 2001 trouxe para estágio no América de Natal atletas mirins norte-americanos. Hoje faz o mesmo com o São Paulo FC e, sobretudo, o Atlético Paranaense, que ele considera o time brasileiro que mais investe na descoberta de novos atletas.

    Miguel de Lima (delimasoccer@aol.com ), um potiguar que merece aplausos.

    Publicado em 18.02.2006 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.


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