Marca Maxmeio

Opinião

  • 13 de Dezembro de 2008

    O motorista do Panamá

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    Ao chegar recentemente na cidade do Panamá, logo puxei conversa com o motorista Ernandez, que me apanhou no aeroporto.

    - “Então, como está a crise aqui no Panamá?”.

    Retorceu-se na direção e exclamou: “Que crise?”.

    Expliquei-lhe: “A crise econômica mundial, que todo mundo fala”.

    Foi aí que Ernandez pontificou: “Olha, doutor, a gente aqui no Panamá ganha em dólar americano. Quem ganha em dólar não sente muito a crise”.

    Fui mais a fundo e indaguei: “Por que afirma isto, se todo mundo diz que os Estados Unidos estão afundando?”.

    Ernandez completou a sua tese simplista e recheada de realismo econômico: “O que leio nos jornais é que o mundo todo está comprando os papéis do Tesouro Americano. Se o país vai quebrar, por que fazem isto? Não sei se falo certo. Mas penso assim”.

    Convenci-me de que estava diante de um teórico da economia. A propósito, leio excelente livro, recentemente lançado – “O Segundo Mundo” -, em que o jovem pesquisador indiano, Parag Khanna, (ele é também assessor de Obama) analisa o papel dos Estados Unidos, na modelagem da ordem mundial. As análises dele e de Ernandez se aproximam.

    Diante das opiniões sobre o fim da economia livre de mercado, o motorista do Panamá demonstrou, na prática, a diferença entre o texto clássico de Aléxis Tocqueville (“A Democracia na América” – 1835) e o “Manifesto Comunista”, escrito pelos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels (1848).

    Toqueville definiu a sociedade livre, baseada em princípios doutrinários, que se ajustam ao longo da história humana, com o objetivo de reduzir a miséria e a distância social.

    Marx e Engels conceberam uma ideologia política e econômica, de caráter universal, estatizante e imutável. Pregaram a luta de classes como o único caminho percorrido até a síntese social, que seria a sociedade sem classes.

    O último muro, sobrevivente ao marxismo caiu em 1989, em Berlim. Países como a China, Vietnã e outros mitigam o socialismo ortodoxo, aproximando-o das sociedades abertas, como única forma de salvação nacional.

    Ernandez tem razão. Na hora das dificuldades, as economias de mercado aberto – a exemplo do ocorrido na década de 30, nos EUA (“new deal”) – encontram formas criativas de sobrevivência. O exemplo está na recente crise hipotecária norte-americana, com o aumento da participação estatal na economia. Toqueville não proibiu isto. Karl Marx, ao contrário, acreditou exclusivamente no poder absoluto do Estado.

    Ernandez é um otimista. Sabe, intuitivamente, que o mundo passa por dificuldades. Mas sabe também, que a única saída será não inviabilizar a liberdade de iniciativa, como forma de melhorar as bolsas, gerar empregos e aumentar a renda. O Estado ajuda, mas não pode tudo.

    Gostei tanto da lucidez de Ernandez que penso em escrever para a Academia de Estocolmo e sugerir o nome dele para o “Prêmio Nobel” de economia, no próximo ano!

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    Gratidão – Os dirigentes do Centro Social Desembargador Celso Sales, de Morro Branco em Natal, promoveram sessão especial para manifestar gratidão aos que ajudaram na fundação e funcionamento da entidade. Incluíram o meu nome. Realmente, ajudei no que podia. Agradeço a lembrança.

    Bom trabalho – Começa a dar frutos o trabalho da Dra. Lina Vieira, na secretaria nacional da Receita Federal. Em 2009, haverá orientação para quem “tomou cano” na bolsa de como calcular a média ponderada e o abatimento dos prejuízos. As pessoas físicas serão beneficiadas com a criação de novas alíquotas do Imposto de Renda

    Até o ministro – Enquanto alguns teimam em “aparar o sol com uma peneira” e falam na suposta Refinaria que o Governo Federal destinou ao RN, o ministro Edson Lobão, das Minas e Energia, em depoimento no Senado Federal, classificou como “Central de Combustíveis”, o que realmente existe em nosso Estado. Refinarias de verdade estão em Pernambuco, Ceará e Maranhão.

    Camarão – O conterrâneo Aldemo Garcia, cônsul do Brasil no Canadá, informa a realização em Montreal, de 1 a 3 de abril de 2009, do “Salão Internacional de Alimentação, Bebidas e Vinhos”. Ele acredita que seja uma oportunidade de negócios para os exportadores de camarão do RN. Coloca-se à disposição dos interessados.

    Happy hour – A Champagneria “La Belle Epoque” conquista espaço no lazer de Natal como local para happy hour. Funciona na av. Hermes da Fonseca, 394.

    Dica para aposentados – Segurados do INSS que receberam atrasados (diferença de benefício devida nos últimos cinco anos) pagarão IR menor. Assim decidiu o STJ, ao estabelecer que os juros de mora ficam de fora do cálculo do IR, por serem indenização.

    Artigo oportuno – O advogado pernambucano Luciano Pereira de Carvalho, casado com a potiguar Nadja Dumaresq, escreveu artigo no DIÁRIO DE PERNAMBUCO (26.11.08). O articulista estranha o Ministro da Fazenda procurar o STF para alertar sobre o risco dos bancos, caso sejam concedidos benefícios a centenas de poupadores, em cobrança dos expurgos do Plano Verão, devido desde janeiro de 1989.

    Conclusão – O Dr. Luciano Carvalho conclui afirmando que “esse ‘lobby’ do Ministro da Fazenda compromete o seu nome pessoal, a sua função ministerial e respinga na honorabilidade do atual Governo Federal”.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
     


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