Opinião
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15 de Novembro de 2008
Se o RN fosse país
Mossoró, mais uma vez, está na vanguarda. Quinta-feira próxima, instala-se naquela cidade, importante evento para o futuro da pesquisa e ciência brasileira. O “IV Simpósio Brasileiro sobre Meio Ambiente” debaterá “biomassa, energia e sustentabilidade”, temas da maior importância. Preside a Comissão organizadora, o professor Benedito Vasconcelos Mendes.
Mossoró é o local correto para o Simpósio, em razão do excelente conceito nacional da sua Escola de Agronomia – criada em 18 de abril de 1967, pelo saudoso Mestre Vingt-Um Rosado –, transformada na Universidade Federal Rural do semi-árido.
O RN é o mais nordestino dos estados do Nordeste. Cerca de 90% do seu território está no semi-árido. A matéria-prima do biodiesel – combustível renovável e pouco poluente, produzido de óleos vegetais extraídos da mamona, algodão, pinhão manso e outras culturas rústicas – concentra-se em áreas cultivadas por pequenos agricultores do semi-árido.
Junto com o álcool, o biodiesel coloca-se como o caminho efetivamente inovador e tipicamente nacional para a mudança da nossa matriz energética. Substitui o diesel e a gasolina de origem fóssil, a custos reduzidos e potencial de geração de milhares de empregos no campo.
A propósito de fontes alternativas de energia, o grupo Votorantim alcançou grande vitória em pesquisa, que resultou no invento tipicamente nacional, já patenteado, que permite o aumento da produção de 15% a 20% no cultivo do açúcar e etanol por hectare e ocupação de novas fronteiras. Verdadeira revolução em nosso agro-business.
Infelizmente, a Votorantim vendeu, no último dia 4, à multinacional Monsanto, o direito de exploração do seu invento. Nada tenho contra as multinacionais. Reconheço até que contribuem para o crescimento da economia. Lamento apenas que uma empresa nacional seja obrigada a vender avanço no campo do melhoramento genético da cana-de-açúcar, que assegura maior produtividade e variedade.
O Simpósio de Mossoró discutirá esses temas e, certamente, trará valiosa contribuição ao debate sobre novas fontes de energia. O RN concentra grandes reservas energéticas de petróleo, gás natural, eólica, matéria-prima para o biodiesel e a cana-de-açúcar. Infelizmente, temos perdido muito. Perdemos a refinaria de petróleo de três a zero. Pernambuco, Ceará e Maranhão passaram à nossa frente. Ficamos com pequena ampliação, em mini-refinaria que já existia, desde 2001. Sobre a produção de biodiesel, o quadro é mais trágico. Na campanha política de 2006, o Presidente da República veio ao Estado e prometeu instalar em Guamaré, usina experimental para a produção do biodiesel. Depois, tudo mudou. A prioridade passou a ser Candeias (Bahia), Montes Claros (MG) e Quixadá (CE), onde o governo constrói as três primeiras usinas industriais de biodiesel. Silêncio geral!
Enquanto isso, propaga-se a paz na política local. Que paz? Certamente, a dos pântanos. Ou, talvez aquela, em que alguns políticos deixam de lado a defesa de empregos e oportunidades para os desempregados e se sentam em torno de uma mesa exclusivamente para discutir alianças fisiológicas, ou dividir o bolo do Orçamento da União, com os olhos em 2010.
Tudo acontece num Estado que dispõe de abundantes reservas energéticas, e se fosse um país entraria, com certeza, para a OPEP, ao lado dos árabes!
Conferência – Êxito completo a realização, em Natal, da “XX Conferência Nacional dos Advogados”. Debateu-se o tema “Estado Democrático de Direito x Estado Policial. Dilemas e Desafios em duas décadas da Constituição”.
Infraero – Informação direta de Brasília: até o final do ano, será mudada a presidência da Infraero. O nome que encabeça a lista de substituição é o do ex-senador Fernando Bezerra. Seria bom para o RN, se um conterrâneo dirigisse a Infraero. Talvez, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante fosse viabilizado, com uma área de livre comércio ao lado. Há tempo, ainda, para o Presidente Lula redimir-se com o RN.
25 anos de graduação – As duas turmas de Direito da UFRN, graduadas em 1983, comemorarão conjuntamente os 25 anos de formatura, na próxima quinta-feira, em encontro social, às 22 horas, no “La Mouette Recepções”.
Primeira turma – A turma de julho de 1983 – denominada Professor José Fernandes Machado – teve como paraninfo, o professor Carlos Roberto de Miranda Gomes e, patrono, o professor Meroveu Pacheco Dantas.
Segunda turma – Em dezembro de 1983, graduou-se a turma Miguel Seabra Fagundes, cujo patrono foi o professor Aluísio Rodrigues e, paraninfo, o saudoso professor Jalles Costa. A Dra. Miriam Tavares Pires, uma das concluintes, recorda que na solenidade de colação de grau ocorreu prolongado “apagão” em Natal. O orador da Turma, Dr. Vital Luiz Costa, fez o seu discurso no escuro, levando todos ao delírio pela forma como defendeu a liberdade e a democracia, em pleno período da repressão política.
Fidelidade – O STF manteve a fidelidade partidária. Entendeu, corretamente, que qualquer mudança na legislação cabe ao Congresso Nacional, omisso até hoje. Fica a pergunta no ar: fidelidade a quem? No Brasil, não existem partidos, com raras exceções. São aglomerados para negociação em véspera de eleição. A lei em debate no Congresso abriria “janela” para mudanças e significaria uma espécie de “freio de arrumação”. Depois, seria exigida a fidelidade partidária.
Valério – O amigo, escritor e conselheiro do TC, Valério Mesquita, lança mais um livro, agora com repertório selecionado de humor na política (“Poucas e Boas”). Será quarta, às 18 horas, na livraria Siciliano, no shopping Midway Mall.
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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