Opinião
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20 de Julho de 2008
Lula e oposição
Há cerca de cinco anos, a economia do mundo atravessa um dos seus melhores momentos. A inflação está controlada na maioria dos países. Essa é a principal explicação para a situação brasileira. O mérito do atual governo foi não mudar as regras do jogo, iniciado em 1994 com o Plano Real.
Nuvens sombrias pairam no ar e começam a preocupar com a possibilidade de volta à inflação. No período final do governo José Sarney, o índice inflacionário chegou a 224% ao ano. Só para exemplificar, o índice geral de preços no Brasil, entre 1974 e 1994, atingiu alta de 101.240.982.237.321%. Incrível, mas verdadeiro: cento e um trilhões e duzentos e quarenta bilhões por cento.
Caso um quilo de feijão aumentasse na mesma proporção representaria o total da produção nacional em 312 anos seguidos. O crescimento de um litro de água na proporção atingiria 1 bilhão de metros cúbicos – ou seja, toda a água distribuída na Grande São Paulo em um ano.
A inflação é o maior inimigo dos países em crescimento e, principalmente, do assalariado. Combatê-la significa fazer bem o “dever de casa”, no controle dos gastos públicos. Muitas medidas fogem dos governos e se associam ao cenário internacional. No segundo governo de FHC ocorreram quatro crises internacionais, com reflexos diretos e negativos no país. Foram elas: na Rússia, Tailândia, México e Argentina. Nos governos Lula, para sorte dele e de todos os brasileiros, não existiu, ainda, qualquer abalo externo.
Durante a campanha eleitoral de 2002, a crise econômica argentina levou o Presidente Fernando Henrique a convocar os candidatos Lula e Serra em Brasília para exposição do quadro epidêmico, que poderia atingir o Brasil. Foi aí que Lula assinou a famosa “carta do povo brasileiro” e assumiu o compromisso público de manter a política econômica, que ele tanto condenava nos discursos de campanha. Cumpriu o prometido e até avançou. Entregou a execução da política monetária a um deputado federal tucano, recém eleito em Goiás, o atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que acabara de sair da presidência de um grande banco norte-americano.
Todos nós estamos no mesmo barco e tememos a volta da inflação. Se necessário, defendo urgente pacto de Governo e Oposição para combater esse terrível mal econômico. Até porque, o Presidente Lula, desde que assumiu o Governo, não teve política econômica própria. Ele seguiu a mesma trilha do governo que sucedeu. Unir forças agora seria a continuidade da sua opção em 2002.
O tempo perdido – Acertou a governadora Wilma de Faria na escolha dos secretários de Estado Dr. Agripino Oliveira Neto para a Segurança Pública e Jean-Paul Prates para a Secretaria Extraordinária de Energia e Assuntos Internacionais. Dois nomes qualificados e credenciados para as funções. Ambos terão que correr em busca do tempo perdido...
Congresso médico – Quarta-feira próxima, começa em Natal o “V Congresso Médico do RN”, presidido pelo Dr. Levi Jales. O médico potiguar Dr. Joaci Araújo, radicado em São Paulo, será um dos palestrantes. Abordará o tema “dados epidemiológicos da dor no Brasil, no mundo e a implantação do centro de dor do SUS”. O Dr. Joaci especializou-se no tratamento da dor como forma de controle das enfermidades crônicas.
Justa homenagem – Lançado na última sexta-feira, na Academia Norte-riograndense de Letras, o livro “Memórias do Tempo – Discursos” em homenagem ao centenário de nascimento do Professor Paulo Viveiros, um dos maiores juristas do estado e do país. Fundador da Faculdade de Direito de Natal, o professor Paulo Viveiros merece o respeito póstumo e as homenagens de todos os seus conterrâneos.
Saudade – Faleceu Dona Maria Zélia Gurgel Ribeiro, 79. Extraordinária pessoa humana. Compartilhou com o dedicado esposo, professor Wagner Ribeiro, seis filhos, 13 netos, um bisneto e amigos, uma vida fecunda, voltada para a solidariedade humana e o respeito ao próximo. Além da atividade comercial como doceira, Dona Zélia foi a primeira mulher potiguar a se formar em contabilidade. Deixa muitas saudades!
“O sonhador” – Absoluto sucesso editorial, o lançamento do 19° livro do escritor e jornalista Flávio Rezende, “O Sonhador”. Flávio desenvolve em Natal meritório trabalho social denominado “Casa do Bem”, que atende a dezenas de crianças abandonadas.
Plano de saúde – Os usuários dos planos de saúde, principalmente aqueles contratados antes de 1999, devem ficar de “olhos abertos”. O aumento autorizado é de no máximo 7.12%. Qualquer dúvida ou reclamação podem ser encaminhadas para o site www.ans.gov.br ou através do telefone 0800701 9656.
Talento potiguar – É justo reconhecer a competência do grupo local de supermercado “O Nordestão”. Concorrendo com organizações, inclusive internacionais, conseguiu colocar-se no segundo lugar de faturamento por metro quadrado em todo o Brasil, segundo dados da Associação Brasileira dos Supermercados. Perdeu apenas para a rede “Zona Sul” do Rio de Janeiro. Vitória do talento potiguar.
América Latina – Quinta-feira próxima no Palácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, a Fundação Alexandre Gusmão e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais realizarão seminário sobre “200 anos de independência: olhar o futuro numa perspectiva sul-americana”. Recebi convite. O tema é palpitante.
Corrupção- Apenas dois políticos estiveram presentes na sede da OAB-RN, na última quinta-feira, no lançamento do Comitê 9840, integrante do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Foram eles os candidatos a vereador em Natal, Ney Lopes Júnior (DEM) e George Câmara (PCdoB).
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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