Opinião

• 17 de Janeiro de 1998

  POLÍTICA E AMBIÇÃO

  

   

   

   

  POLÍTICA E AMBIÇÃO

  No Shopping de Natal, um comerciário indagou-me: "o Sr. é ou não candidato ao Senado?". No outro dia, após a entrevista do Senador José Agripino a emissora de TV local., um jornalista telefona e pergunta: "O Senador, que já foi Governador duas vezes, falou que em política não se justifica ambição pessoal. Qual a sua opinião?" A ligação entre política e ambição pessoal está nas raízes da vida de cada um. Quem entra na política com empréstimos pessoais para defender nos bancos; favores para as suas empresas; representante de grandes interesses financeiros e econômicos; olho aberto nas fatias do orçamento e coisas semelhantes tem ambição e não faz projetos populares. Mobiliza o dinheiro e aplica na eleição, com a certeza de quintuplicá-lo.

  O meu perfil é outro. O RN sabe que nunca defendi empréstimo em banco oficial, para mim ou terceiros. Recuso integrar a "célebre" Comissão de Orçamento e me limito a defender ajuda para os municípios. Quando relato matérias ou faço reivindicações econômicas – e às claras, como por exemplo, a luta em favor da nossa Refinaria, "royalties" para os proprietários de terra que produzem gás a petróleo, lei de patentes, etc.

  Em razão de tudo isto, respondo: sou candidato ao Senado, embora a decisão final seja da liderança estadual do meu sistema, que controla a legenda partidária. Para disputar a reeleição de Deputado Federal a decisão é pessoal, independente de veto, direto ou indireto. A lei assegura a candidatura nata de quem já tem mandato. Este projeto de disputar o Senado não é ambição pessoal, mas aspiração daqueles que, numa recente pesquisa idônea do POTI (Vox Populi), deram-me 35% de apoio contra 17% a um Senador da República, no exercício pleno do mandato e candidato em campanha desde agosto de 97. Tenho quatro legislaturas e serviços prestados ao RN. Quanto à afirmação do meu nome, não depende de mim, mas da coligação a que pertenço. Vou lutar até o último segundo para não decepcionar os que acreditarem em mim. Caso chegue ao final da estrada de luta excluído e abandonado pelos amigos, darei uma parada para refletir, pensar e decidir o que vou fazer. Acredito muito que "Deus escreve certo por linhas tortas." O meu desejo sincero é continuar coerente, leal e solidário no Partido a sistema político que ajudei a fundar em 1982, sem nunca ter traído. Mas isto não depende de minha vontade...

  Coluna Publicada aos domingos
  nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
  Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte

  
  

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