Opinião
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05 de Fevereiro de 2000
REMÉDIOS & SIGILO
REMÉDIOS & SIGILO
Como relator da CPI dos medicamentos chamou-me atenção a venda de antibióticos no Brasil. Além de não ser exigida receita médica, o consumidor com uma prescrição, por exemplo, de dez comprimidos é obrigado a comprar 12 pelo fato da embalagem industrial somente ter esta quantidade. O cidadão gasta mais dinheiro e fica com unidades do remédio em casa sem controle.
Nos Estados Unidos a farmácia vende a quantidade pedida na receita médica, qualquer que seja a apresentação (comprimidos, suspensão etc...). Existe um grande frasco, talvez fornecido pela indústria e o farmacêutico faz na hora da venda a embalagem plástica, colocando etiqueta com a prescrição: “tomar 1 a cada 4 horas, por exemplo”.
No relatório final da CPI farei esta sugestão. O consumidor comprará apenas a quantidade certa. O preço do medicamento cairá, em razão de atualmente a embalagem e o “marketing visual” consumirem 30% do preço final ( exagero de cores nas caixas, tamanhos desproporcionais entre o invólucro e o produto embalado, além de bulas impressas estimulando a automedicação). Com pequenas providências como esta o brasileiro poderá economizar mais.
SIGILO BANCÁRIO
Sou também relator na Câmara Federal de outro tema polêmico no país: a quebra do sigilo bancário. O meu parecer está provocando discussões e distorções de alguns.
Defendo a quebra do sigilo com autorização judicial. Afinal, se trata de direito humano fundamental do indivíduo (artigo 5°, incisos X e XII da Constituição). A lei atual de 1964 é desatualizada. Exige processo judicial instaurado para a quebra, salvo quando solicitado por CPI.
“Nem tanto ao mar; nem tanto ao peixe”, diz sabiamente o ditado popular. Se hoje há demora injustificada na quebra do sigilo, não concordo em eliminar a consulta prévia ao judiciário. A tese que defendo é a de que o requerimento de quebra do sigilo, excluída a CPI, seja encaminhado ao juiz, devidamente motivado, que decidirá em 48 horas. Transcorrido o prazo, o silêncio do juiz consistirá no atendimento da solicitação de quebra do sigilo. A rapidez e a cidadania estarão garantidos.
JUTAHY MAGALHÃES
Faleceu, em Salvador, o ex-Senador Jutahy Magalhães, filho do eminente homem público Juracy Magalhães. Convivi com ele de 74 a 76, no meu primeiro mandato parlamentar. Foi um dos poucos colegas de quem recebi solidariedade, quando fulminado por uma cassação arbitrária. Trabalhamos juntos e sempre admirei o seu estilo pacífico, firme e ponderado. Não alterava a voz, porém todos sabiam que honradez e princípios sólidos eram os traços da sua conduta.
Atualmente, sou colega do seu filho Jutahy Filho. Como o pai, segue a mesma linha de bom caráter, convivência amena e respeito humano.
Lamento a morte do Senador Jutahy Magalhães. A vida pública brasileira fica mais pobre com a sua ausência. Restará sempre lembrar o exemplo de dignidade que ele representou e assim torná-lo eterno farol de referência na política nacional.
ACONTECE
Segurança municipal
A segurança pública hoje é tormento para todos. A Constituição diz no artigo 144 que se trata de “responsabilidade de todos”. Não se justifica, portanto, a omissão dos municípios na tarefa de assegurar a segurança do cidadão. Esta é a inovação administrativa para o século XXI.Debates
Novos concursos
Reforma do Judiciário
Vitória de OPINIÃO
Ponta Negra
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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