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Opinião

  • 28 de Dezembro de 2002

    O NOVO DO NOVO ANO

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    O NOVO DO NOVO ANO

    Novo ano, novo governo: Luís Inácio Lula da Silva assumirá a Presidência da República, quarta próxima. A política brasileira será vista “antes” e “depois” da vitória de Lula. Não pelo fato de ter chegado à Presidência um homem do povo,  porque outros também chegaram no passado. O Presidente Juscelino, por exemplo, nasceu de família modesta em Diamantina. O pai era caixeiro-viajante. O Presidente Café Filho, menino pobre, nascido na rua 15 de novembro na Ribeira, sindicalista em Natal, viveu no bairro das Rocas, onde no começo da sua vida pública foi até preso com os pescadores.

     “Depois” da vitória de Lula o discurso político no Brasil deixa de ser “patrulhado” pelo  sectarismo dos grupos radicais. Será difícil o povo acreditar de novo, por exemplo, em uma “página eletrônica” como aquela usada criminosamente pela CUT na ultima eleição, citando nomes de candidatos, que retirariam direitos constitucionais dos trabalhadores com a flexibilização da CLT, o que jamais ocorreu.  Curiosamente,  o governo Lula  já anuncia como meta a flexibilização. Acaba também essa história de dividir os políticos, irresponsavelmente, em bons e maus, a favor e contra o povo, progressistas e antiprogressistas. Foi bom que Lula ganhasse, porque a sua derrota deixaria no ar a indagação: “ah, ele tivesse vencido tudo seria diferente”.

    O novo do novo ano na política brasileira, portanto, é a comparação entre o discurso na campanha e a responsabilidade de governar.  As primeiras atitudes do Presidente “chocam” muitos dos seus seguidores e “surpreendem” os seus opositores.  Enfim, desmistifica a esquerda brasileira, tida, até então, como latifundiária de “modelos de governar” mágicos e totalmente diferentes daqueles até agora adotados. Talvez, nem o PSDB, PMDB ou PFL ousassem tanto na escolha de nomes para Ministros. Quem diria que o suposto “estopim” da vitória do PT, ao invés de estourar na economia ou no mercado, pipocasse nas mãos dos seus próprios militantes? É impossível imaginar um Presidente brasileiro, recém eleito, sair de encontro com Bush e declarar que o Brasil é aliado dos EEUU e o Presidente do Banco Central seria, nada mais nada menos, do que um ex-Presidente de banco norte-americano, o Banco de Boston.

    Não digo que estejam errados os atos iniciais do Presidente, nem tão pouco que ele enganou o eleitorado. Lula, apenas, mostra aos seus companheiros e ao povo que “coerência política”  não é “idéia fixa” ou “neurose ideológica”, mas sim saber aplicar princípios e enxergar a realidade como ela é. Os dogmas da ideologia na política aprisionam; os princípios na doutrina libertam. Na campanha, o PT usou o “marketing” do pragmatismo eleitoral e descreveu o quadro incontestável de fome, salários congelados, incertezas, dependência externa, o que não é exclusividade do Brasil. O candidato  auto rotulou-se “Lula, Paz e Amor”. Acendeu no povo a chama da mudança. Eleito, não usa a chama para provocar incêndio. Sabe que não existe essa história de mudar no outro dia o “modelo econômico” brasileiro. Não há modelo inventado no Brasil e sim no mundo, como acaba de provar Joseph E. Stiglitz – prêmio Nobel de Economia de 2001 –em seu excelente livro “A globalização e seus malefícios”. O único caminho será conviver com o modelo, buscando reformá-lo a nível mundial para eliminar inquestionáveis equívocos e injustiças. Fora disso é o caos e a insensatez.

     “Depois de Lula” o eleitor ficará mais esperto. Exigirá dos candidatos mais propostas e idéias, ao invés de acreditar em “slogans” ou “palavras de ordem”, da esquerda ou da direita, rótulos usados para esconder produto político de má qualidade. Resta apenas aquela preocupação de  Lord Keynes, famoso economista e financista, quando alertou que a dificuldade não está em compreender as idéias novas, e, sim, em libertar-se das idéias antigas. Se Lula continuar como iniciou terá avançado e cumprirá a sua missão, sem milagres. É isto que desejo de coração e procurarei ajudá-lo. Até porque,  a causa do seu sucesso terá sido o uso dos mesmos princípios e ferramentas que sempre acreditamos, mesmo em direções diferentes, porém com o objetivo comum de incluir os excluídos e fomentar a Justiça Social....

    ACONTECE

    Darcy
    Morreu Darcy Fonseca. Seridoense da “gema”, Caicó era o seu altar de vida. Militou na política, porém a sua grande marca de vitória foi a atividade empresarial. Deixa a lembrança de um homem cordial e lutador.

    Servidor federal
    Na próxima sexta os servidores federais receberão, além do mês de dezembro, as parcelas dos passivos dos anuênios (adicional por tempo de serviço equivalente a 1% ao ano para os que estavam no serviço público antes de 1990) e a oitava parcela dos 28.86% a que têm direito os que fizeram acordo como forma de compensar o aumento do Governo Federal dado aos militares em 1993, excluídos á época os civis.

    Entidades religiosas
    O STF concluiu que as entidades religiosas têm direito à imunidade tributária sobre qualquer patrimônio, renda ou serviço relacionado, de forma direta, à sua atividade essencial, mesmo que aluguem seus imóveis ou os mantenham desocupados.

    Validade jurídica
    Grande avanço dado pelo Brasil para reduzir a burocracia: todos os textos do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça poderão ser consultados pela Internet e impressos na mesma hora. Esses textos terão o valor, a autenticidade e a legalidade de um documento oficial, pois estarão digitalmente certificados pela infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileiras, a ICP-Brasil.

    Como beneficiar-se
    Com a utilização de certificados digitais, um documento eletrônico que assina, protege e gera recibos digitais das transações, a ICP-Brasil garantirá a autenticidade dos mesmos. Para cadastrar-se é necessário acessar o site  www.in.gov.br .

    Feliz Ano novo
    Para os leitores desejo um Feliz 2003. Para os eleitos a serem empossados na próxima quarta, espero que Deus os ilumine para usarem a criatividade, mais do que os próprios recursos financeiros disponíveis, na construção de um futuro melhor, mais justo e menos violento.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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