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Opinião

  • 28 de Setembro de 2002

    FLORÊNCIO, O PIONEIRO

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    FLORÊNCIO, O PIONEIRO

    Na hora em que se recordam capítulos da luta, ainda viva, em favor de uma refinaria de petróleo para o Estado, cabe também relembrar quem enxergou longe e abriu fronteiras para aproveitamento de nosso recursos naturais em outras áreas. Um desses nomes é o ex-deputado Antônio Florêncio de Queiroz, já falecido. O RN deve a ele o nosso porto-ilha de Areia Branca; o inacabado projeto da barrilha, que a FIERN procura retomar com o “Pólo Gás Sal” e, principalmente, a visão de instalar fazendas de camarão em nossa terra. Florêncio chegou a levar técnicos potiguares para o Japão e Filipinas, identificando oportunidades econômicas para o Estado. Era não apenas político, mas, sobretudo, empresário experiente e preocupado com a geração de empregos e melhoria social efetiva.

    O avanço hoje do promissor mercado de camarão, que o RN lidera no país, nasceu no governo de Cortez Pereira, com a participação pioneira de Antônio Florêncio.   A fábrica de barrilha em Macau era o seu sonho. Ela significaria, segundo sempre afirmava, o surgimento de um indústria de vidros e outras similares. Fui colega de Florêncio na Câmara Federal. Quando sofri, em 1976, o golpe do arbítrio, ele foi um dos poucos que trouxe solidariedade a mim e a minha família. Os seus olhos brilhavam quando falava do potencial de riqueza do Rio Grande do Norte. Homem simples e de poucas palavras, dedicava-se de corpo e alma a estudar a economia do Estado. Em 1986, anos antes de falecer, os caminhos tortuosos da política local o injustiçaram, quando deixou de ser legitimamente Senador da República, mandato que merecia e se preparara. O seu pecado, certamente, foi a eficiência e a competência.

    O ex-deputado Antônio Florêncio é um homem público que deve sempre ser recordado com respeito pelos norte-rio-grandenses. Ele foi pioneiro e desbravador em relação aos caminhos do futuro em nosso Estado.

    PORTA ABERTA

    Em 21 de maio de 1996, a bancada   federal do RN abriu a porta do diálogo internacional em favor da instalação de nossa refinaria de petróleo, quando teve audiência, em Brasília, com o então Presidente da Venezuela, Rafael Caldera.  OPINIÃO, de 26.05.96, comentou o encontro, que hoje faz parte da histórica luta dos norte-rio-grandenses na busca de maior aproveitamento do potencial econômico do Estado. Seguem-se trechos do artigo citado.

     “Está definitivamente aberta a porta do diálogo entre a Venezuela e o Rio Grande do Norte, visando inserir o Estado entre as opções concretas para a localização da futura refinaria de petróleo nordestina.

     “Terça última em Brasília, na Embaixada da Venezuela, realizou-se a audiência, que imaginei e solicitei há cerca de três meses. O Presidente Rafael Caldera, ouviu do Governador Garibaldi Alves; integrantes da bancada federal; jornalista Roberto Guedes, coordenador do "pacto pelo desenvolvimento do RN" e do Sr. Armando Fagundes, representante da Maçonaria, depoimentos sobre o potencial petrolífero da bacia potiguar. A idéia não era obter do Chefe de Estado venezuelano a certeza de que empresa Petróleo da Venezuela AS investiria numa refinaria de petróleo no RN. Seria ingênuo exigir-lhe tal definição, até porque a decisão final está ligada a própria soberania nacional.

     “A empresa venezuelana é a segunda no ranking mundial da OPEP. Tem peso econômico e inegável experiência internacional (investimentos em várias partes do mundo).

     No encontro como Presidente Caldera fiz breve exposição, após o Governador do Estado. Destaquei que o desejo do Rio Grande do Norte é ter a "boa vontade" dos venezuelanos para analisar, com isenção, os números e descrição técnica, que fatalmente recomendarão o Rio Grande do Norte como o local ideal no Nordeste para a sede da futura refinaria.

     “Na hora de construir a empresa binacional com a PETROBRÁS, pouco importa a participação em dinheiro da Venezuela. O fundamental é que nesta parceria os venezuelanos, com sua experiência mundial no setor, argumentem favoravelmente ao Rio Grande do Norte. Isto é tudo que desejamos.

     O capital da futura empresa seria captado no mercado interno e externo. Por exemplo: os fundos de pensão (inclusive o da própria PETROBRÁS) podem integrar o quadro de acionistas. Na área externa, o Presidente da PETROBRÁS, Joel Rennó (com quem conversei longamente esta semana em Brasília), já acertou em Tóquio, há vários meses, a possível participação de empresas japonesas, além de outras ligadas ao refino de petróleo no mundo.

    “Sinceramente, não vejo problemas em atrair capitais. O negócio é bom e os investidores chegarão. Daí, porque, defendo que o esforço do RN deve ser dirigido exclusivamente ao aprofundamento da discussão técnica entre a PETROBRÁS e os venezuelanos. A refinaria vir ou não para o RN depende dessas duas empresas. Para isto, tendo lutado. Quando coordenei a audiência da última terça, em Brasília, foi para abrir esta porta com os venezuelanos.

     “Alegra-me estar colaborando com esta causa da refinaria norte-rio-grandense. Pela experiência que tenho na vida pública, acho que a defesa das causas coletivas deve ser feita sem dispersão e com unidade. A hora é do RN aproximar-se dos técnicos da Venezuela e da PETROBRÁS. A palavra final de ambos será decisiva. O problema de atrair investidores fica por conta da própria PETROBRÁS, respeitadas as suas conveniências de parcerias. Não cabe interferências nessa área.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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