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Opinião

  • 22 de Junho de 2002

    O BRASIL PODE VIRAR ARGENTINA?

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    O BRASIL
    PODE VIRAR ARGENTINA?

    Esta é a pergunta mais freqüente que se faz hoje no país. Acho que a questão é mais ampla e não pode ser discutida ideologicamente, mas, ao contrário, sem preconceitos e admitindo que as pessoas possam ajustar-se aos fatos universais, sem perder a ética e a coerência.

    Por que a Argentina quebrou? Terão sido apenas motivos políticos-ideológicos de relações próximas aos EEUU, do FMI, dos organismos internacionais, corrupção? Na verdade, quebrou por razões históricas, que demonstram a fragilidade da sua economia desde o início do século XX, mesmo com o aparente desenvolvimento que ostentava. Na atualidade, a gota d'água foi o desconhecimento de uma palavrinha chamada contrato, ou seja, cumprir o que ajustou, ou dizer as razões pelas quais não o faz, sem rupturas ou confrontos.

    O descompasso do tango portenho começou quando o Ministro Cavallo, da Fazenda, na "marra", passando por cima de contratos, obrigou a assinatura unilateral de uma carta de adesão à renegociação da dívida, com perdas profundas para os financiadores. O "herói" da primeira hora, logo virou "vilão". Além disso, a realidade anterior da Argentina explica o seu momento atual: o país dolarizou a sua dívida interna (no Brasil a dívida interna é de brasileiros, que compram títulos públicos do Tesouro). As províncias argentinas (equivalem aos nossos Estados), além de terem esbanjado dinheiro, viviam em conflito com o Governo federal. Lá foi perdido o controle da inflação (60% a previsão para este ano), enquanto o Brasil, no máximo chegará a 6%. O endividamento público (sobretudo externo) da Argentina compro-mete 100% do que o país produz (o PIB) e no Brasil o índice é de 55%, o que não constitui problema em si, pois no Japão é 100%, segundo a opinião da militante do PT-SP, professora Leda Maria Paulani, que chama atenção, entretanto, para o risco do salto dado de 20% para 55%. As indústrias argentinas foram sucateadas, ao contrário do Brasil. E a diferença maior: o Brasil tem Lei de Responsabilidade Fiscal (gastos limitados às receitas) e um sistema bancário saneado, ao contrário da Argentina.

    Pergunta-se: o que deverá fazer o novo Presidente do Brasil? Em primeiro lugar, não calçar um sapato maior do que o pé, tentando juntar azeite com água através de alianças absurdas e sem deixar as suas idéias e programas suficientemente claros. Depois, existirão vários caminhos e alternativas, desde que não firam as regras do jogo universal em matéria de administração pública democrática. Sabe-se que a roda não pode ser inventada duas vezes, nem é possível somar dois mais dois e dar cinco. São princípios fundamentais cumprir contratos ou negociá-los, sem ameaças ou rupturas bruscas; combate duro à inflação (a noção de que Governo não é Papai Noel); gastar o que arrecada. Desconhecê-los significa não dispor de crédito externo; fuga de capitais; queda de investimentos internos; irresponsabilidade fiscal com a gastança desenfreada para atender pressões, sobretudo salariais; redução das exportações; juros altos; aumento da tributação; volta a indexação; prejuízos violentos para a classe média, que aplica em fundos ou poupanças e decepção política generalizada.

    A lição antecipada é de que o futuro Presidente não pode ser milagreiro. Terá que ter os pés no chão. A maior responsabilidade neste cenário é, sem dúvida, do candidato Lula. Inteligente, pode perceber a situação do Brasil e do mundo e ponderar a necessidade de dar recados incertos, como fez na última semana em SP, quando disse: "só nos interessa ganhar para mudar a política econômica deste país... mas à nossa moda, não à moda deles". Mudar é sempre bom e necessário. Ninguém se opõe. Mas, há necessidade de esclarecer a forma da mudança. Qual a moda do PT? Será atendendo ao radicalismo dos seus correligionários históricos, ou, medindo passo a passo as conseqüências dos seus atos, visando basicamente manter no mundo a credibilidade que atualmente o Brasil desfruta? Somente Lula pode responder esta pergunta. E, dessa forma, afastar ou não o perigo do Brasil virar Argentina.

    ACONTECE

    Teologia
    Grande vitória da Diocese de Caicó, do seu bispo, Dom Jaime Vieira Rocha e do padre João Medeiros Filho, este último autor do projeto que credenciou a Faculdade Cardeal Eugênio Sales e autorizou o funcionamento do curso superior de Teologia em Caicó, com 100 vagas anuais, vinculado à entidade mantenedora Colégio Diocesano Seridoense. O primeiro vestibular será antes do final da festa de Santana, padroeira de Caicó, quando será oficialmente instalada a Faculdade.

    Hoje
    A Rádio Vale do Apodi, a mais nova emissora de rádio do Estado, será oficialmente inaugurada hoje, às 10 horas, com a benção das instalações pelo vigário de Apodi, Padre Teodoro. À noite, após a novena de São João Batista, a Emissora como "noiteira" da Paróquia oferecerá à população local show e outras atrações na Praça em frente à Igreja matriz do Apodi.

    Carros a gás
    O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente está propondo que todos os carros bicombustíveis com gás natural (GNV) terão que trazer no pára-brisa um selo de qualidade, que aprova a instalação do kit de gás, segundo as normas e exigências dos órgãos competentes. Os motoristas que realizarem a troca em oficinas não confiáveis ou deixarem de usar material adequado não receberão o selo e não poderão abastecer o veículo com GNV em nenhum posto.

    Instituto
    O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, a mais antiga instituição cultural do Estado, sob a firme administração do Dr. Enélio Petrovich, desfruta de bom conceito no Senado Federal, com o qual firmou convênio de cooperação técnica, cultural e educacional. O Senado obriga-se a editar obras de autores norte-rio-grandenses, visando a preservação da nossa cultura. O convênio tem vigência até o final do ano, podendo ser prorrogado.

    Porto ilha
    Até final de outubro a CODERN pretende concluir os reparos no porto ilha de Areia Branca, em razão de estragos feitos com a colisão de navio de carga, no início deste ano. Através do porto ilha são exportados dois milhões e quinhentas mil toneladas de sal por ano destinadas a indústria química do país e exportação para os Estados Unidos e África.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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