Marca Maxmeio

Opinião

  • 01 de Junho de 2002

    RADICALISMO? SÓ COM O RN

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    RADICALISMO? SÓ COM O RN

    O Rio Grande do Norte, infelizmente, volta a viver clima semelhante ao passado, sobretudo a década de 70: a política do denuncismo na imprensa, nas intrigas, nas assembléias políticas etc. Digo isto, diante dos últimos acontecimentos, envolvendo vários personagens locais,  pertencentes a grupos tradicionais.

    Sou absolutamente convencido de que a nossa pobreza se vincula diretamente a práticas subalternas dessa natureza. Isso não quer dizer que o nosso debate político deva ser o melhor dos mundos de Pangloss, onde se excluam os choques naturais entre pessoas, denuncias e conflitos. Esta última hipótese é igualmente perniciosa, porque se vislumbra “acordo”, por trás do qual, regra geral, abrigam-se práticas condenáveis e antiéticas de ação política.

    O que se deseja, particularmente para o nosso Estado, são os “atos” e “gestos” políticos praticados à luz do meio dia.  Jamais o retorno ao prestígio absoluto da “mediocridade” e a influência maléfica dos proxenetas do Poder, sempre disponíveis para “bajular” poderosos e prestar-lhes serviços espúrios de destruir pessoas ou grupos indefesos. O mais grave: tudo isto feito em nome da ética, num verdadeiro estupro aos valores morais e sociais.

    Excluo dessa análise, por justiça, o papel da imprensa. Divulgar é legítimo; o que não é legítimo é a própria classe política beneficiar-se, instantaneamente, de fatos trazidos à opinião pública, sem o mínimo de critério para a indispensável triagem e análise legal. Considerar, verdadeiro o divulgado, como princípio geral, é aceitar a lição nazi-fascista de que os “dossiês”  são prova definitivas. Sempre me opus a isto, por consciência democrática, jurídica e já ter sentido a dor da maldade na própria pele.

    A eleição de governantes e legisladores de um Estado pequeno como o nosso, deve preceder de cautelas quanto à confiabilidade e experiência para os cargos, daqueles que forem indicados pelas Convenções. Do contrário, o estado corre o risco de tornar-se menor, do que já é. Ser Governador, Senador ou Deputado significa, em princípio, apenas mais um no cenário político. Para executar trabalho sério, criativo e articulado é preciso algo mais: credibilidade e respeito. O que se dizer de um pleito, no qual as denuncias e intrigas se sobressaiam mais do que as propostas e perfis dos candidatos? Poderá transformar-se numa eleição marcada pela emoção do eleitorado em seguir por piedade velhas lideranças; ou, pela irresignação do protesto popular, ligado historicamente e umbilicalmente ao populismo inconseqüente, muito distante das soluções sensatas e úteis ao povo.

    O cenário local está pintado e quase emoldurado. Mas, ainda há tempo da classe política refletir. Menos, usando as “artimanhas e jogadas”  do passado, onde a malícia e o abuso do poder sempre se sobrepuseram a competência e ao senso de justiça; e mais, pela necessidade de maior proteção ao processo eleitoral já em marcha, separando-o do suposto ilícito praticado por detentor de mandato, o qual deve responder, se consistentes os indícios, perante o Legislativo, o Ministério Público e a palavra final da justiça. Dessa forma, haverá tempo de planejar a primeira campanha estadual do século XXI com base em idéias, propostas, soluções, debates, conflitos naturais entre os candidatos, tudo com a preocupação fundamental de não antecipar julgamentos sumários e sempre em mente  que o radicalismo somente se justifica, quando estiver em jogo o interesse legítimo do futuro do RN.

    ACONTECE

    23 de junho
    A benção às instalações da mais nova Emissora do Estado – “a rádio Vale do Apodi – a voz do oeste” – será na manhã do domingo, 23 de junho, durante as festividades de São João Batista, padroeiro do município do Apodi. Até lá a rádio já funciona com a sua programação normal, inclusive antena especial para captação direta do satélite de  noticiários e informação em geral da rádio Jovem Pan de SP. Em matéria de “Copa do Mundo”,  a região Oeste está ouvindo, com som local, uma das melhores programações radiofônicas do país (comentários exclusivos de Zagalo, Luxemburgo, Romário, Leão, Parreira e outros), sob o comando do tradicional jornalista Milton Neves.

    CPI
    A Revista “Cidades do Brasil” (n° 31) publica que a CPI que investiga roubo de cargas no Senado quebrou o sigilo bancário de uma unidade do supermercado “Carrefour”, estabelecida em Recife, para investigar compras de cargas de eletrodomésticos pagando 60% do valor da nota.

    Dinheiro miúdo
    O Banco Central vai aumentar ainda este ano o número de moedas produzidas (passará de 690 milhões atuais para 1.2 bilhão de moedas). O BC vai aumentar também a impressão de cédulas de R$ 1, R$ 2 e R$ 5 reais em circulação no país. 

    Lei nas escolas
    A lei de responsabilidade fiscal (aquela que só permite o Governo gastar o que arrecada) será estudada pelas crianças da 5° e 8° séries do ensino fundamental. Inicialmente, serão distribuídas 3 milhões 750 mil cartilhas com história em quadrinhos e passatempos para facilitar a compreensão da lei.

    Crime falimentar
    Esta coluna denunciou há três anos o crime da empresa “Sulfabril”, que tinha fábrica em Parnamirim, envolvendo interesses dos seus empregados e do Governo do Estado, que aquela época fazia antecipações de incentivos, mesmo conhecendo o risco. Agora, em Blumenau, Santa Catarina, a Justiça quebrou o sigilo bancário da empresa, inclusive pelas práticas ilícitas ocorridas no RN. Acho que o estado do RN não pode se omitir e deve dar instruções a sua Procuradoria para participar do processo de falência fraudulenta e acompanhar os direitos dos empregados  e do próprio Estado. Sob pena de omissão...

    “Painel Telebrasil
    Sucesso absoluto o Painel “TeleBrasil” realizado em Natal, neste final de semana. Este, sem dúvidas, é um dos setores que maior crescimento alcança no estágio econômico atual do país. Não acompanhei o evento, mas sei que há problemas sérios a serem resolvidos em curto prazo, sob pena de queda na qualidade dos serviços.

    Quem ?
    Com a “zebra” da vitória do Senegal sobre a França, na instalação da Copa do Mundo, a pergunta é:  quem será campeão? Nós brasileiros temos a mania de lamentar, por antecipação, a má qualidade do nosso futebol. Mas a verdade é que – pelo visto – muito estão piores do que nossa seleção. Vamos torcer – e acreditar - amanhã às 06 da manhã.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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