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Opinião

  • 13 de Dezembro de 2003

    MARKETING E FRAUDE

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    MARKETING E FRAUDE

    Nada mais perigoso na política, segundo Napoleão, do que agradar demais o povo. Se o prometido não é alcançado, o povo sente-se enganado; se o prometido é alterado, o povo sente-se traído. A melhor orientação, portanto, é servir o povo, fazendo-lhe o bem, sem procurar agradá-lo. A democracia sofre muito com as oscilações populares de euforias momentâneas e decepções constantes.

    O grande dilema democrático no século XXI é a relação entre o político e a opinião pública. De um lado, a absoluta necessidade da transparência para mostrar fielmente a realidade. De outro, o uso de técnicas para difusão favorável da imagem pública de candidatos e de governos. Na última hipótese, tornam-se riscos inevitáveis a demagogia, os “cacoetes”, as “frases feitas”, a emoção inconseqüente. Tudo funciona como uma espécie de anestesia coletiva. É ilusão afirmar que o fenômeno somente atinge as classes sem cultura. A experiência mostra todas as faixas da população sofrendo os efeitos do “marketing falso”, sem conteúdo, a mera explosão de expectativas.

    Hoje em dia, os Governos e candidatos baseiam-se mais em pesquisas e efeitos de “marketing”, do que em idéias ou propostas. Há certos profissionais, que substituem a mediocridade e o silêncio do candidato, por espetáculos visuais e sonoros, semelhantes a Hollywood. Estarão fora do processo, aqueles que não tenham “milhares de dólares” (a moeda é esta) para montar verdadeiros estúdios de TV, a preço de ouro. De que adiantará a reforma política, se tudo isto continuar como prática normal e usual ? Será, apenas, morfina para doente terminal. E o processo eleitoral brasileiro continuará na UTI, onde está há muito tempo.

    O “marketing” é técnica inegavelmente útil e necessária nas estratégias de opinião pública. Quando aplicado aos negócios, ele utiliza basicamente a qualidade do produto oferecido. Venderalho por bugalho”, resiste pouco tempo no mercado. Mesmo com falta de trigo, o cidadão exige o pão de boa qualidade. O consumidor logo identifica a propaganda enganosa. Na política, isto é mais difícil. Quando falta emprego, sobe na preferência popular quem promete soluções milagrosas. O eleitor carente gosta de ouvir aquilo que lhe desperte esperança de dias melhores e termina induzido a votar pelo símbolo, cor ou música do candidato. A lei eleitoral terá que regular esse ponto e igualar oportunidades para todos. Ou faz isto, ou nãosaída ética, mesmo com o financiamento público e votação por lista. Marketingpolítico sim; manipulação fraudulenta não.

     

    ACONTECE

    Restabelecimento
    O deputado Lavoisier Maia para a alegria dos seus amigos está com a saúde normalizada e já se encontra no Estado.

    Pesquisa (I)
    O Latino Barômetro – Instituto de Opinião Pública Latino-Americana – concluiu pesquisa sobre temas políticos em 17 países da região, ouvindo 18.638 pessoas adultas, com margem de erro de 2.8% a 4.1%.

    Pesquisa (II)
    Apenas 33% dos latino-americanos acham que o judiciário castiga os culpados; 64% que a democracia é o melhor caminho para o desenvolvimento; 57% defende a economia de mercado e 61% se dispõe a sacrificar o interesse pessoal pelo bem do país.

    Pesquisa (III)
    64% opina que baixaram os princípios morais e éticos dos parlamentares.  O mesmo em relação aos juízes (60% de queda), 53% dos empresários, 49% dos cidadãos e 42% dos jornalistas. 58% do eleitorado latino-americano vota independente de Partido Político. A esquerda tem a simpatia de 49% do eleitorado; o centro 40% e a direita 50%. Apenas 11% tem confiança nos Partidos (no Brasil o índice é de 16%).

    Pesquisa (IV)
    As instituições com maior confiança popular na América Latina em 2003 são as seguintes: Igreja, 62% (era 78% em 2000); televisão 36% (era 50% em 1996); forças armadas 30% (era 42% em 1996); Presidente da República 31% (era 39% em 2002); bancos 27% (era 36% em 2002); grandes empresas 30% (era 36% em 2001) e Prefeituras Municipais 32% (era 31 em 2001).

    Pesquisa (V)
    Os latinos consideram instituições sociais indispensáveis: Presidente da República (66%); Tribunais de Justiça (47%); Polícia (40%);  Prefeitos (36%); Partidos (36%); parlamentares (34%) e nenhuma (15%). A pesquisa aponta as instituições com mais poderes: Governo (57%); grandes empresas (39%); Partidos (39%); Congresso (22%); bancos (17%); militares (16%); meios de comunicação (15%) e sindicatos (12%).

    Pesquisa (VI)
    Em 2003, entre as alternativas de democracia, autoritarismo e indiferença a América Latina pensa assim: 53% prefere a democracia; 17% opta pelo autoritarismo; 22% é indiferente e 8% não sabe. Os índices de satisfação com a democracia registram a insatisfação de 66% da população; 28% de satisfação e 6% não sabe.

    Concurso (I)
    Até 23 de janeiro de 2004 serão aceitas inscrições para o concurso público, que preencherá 67 vagas de procuradores para o governo do Distrito Federal (salário R$ 9.940.00). Inscrições na Internet www.esaf.fazenda.gov.br .

    Servidores públicos
    Os servidores públicos estáveis, enquadrados em 1994 no Regime Jurídico Único, através de portarias do Ministério da Agricultura,  ganharam mandado de segurança (processo MS 8561) no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Foi reconhecido o direito destes servidores serem incluídos no Plano de Classificação de Cargos, assegurando-lhes eventuais direitos funcionais.

    Violência
    Realizado em São Paulo, neste final de semana, o “Seminário Internacional sobre a violência”, promovido pelo Parlamento Latino-Americano (PARLATINO). Participaram convidados e parlamentares de toda a América Latina. Várias experiências de combate à violência foram expostas e debatidas, inclusive sugestões de mudanças na legislação.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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