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Opinião

  • 01 de Novembro de 2003

    NEM DIREITA; NEM ESQUERDA

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    NEM DIREITA; NEM ESQUERDA

    Cada dia me convenço mais, que o PFL tem nas mãos oportunidade histórica e não pode perdê-la. A doutrina liberal social (a liberdade com responsabilidade social), por si só, responde aos problemas da fome, da exclusão social, do desemprego, da violência crescente. É necessário  conhecê-la em profundidade, acreditar e  explicá-la ao povo. Com sinceridade e objetividade. Isto está faltando.

    Se há uma coisa que o Presidente Lula faz bem é negociar. Nasceu negociando com patrões e trabalhadores. Sabe tudo e ouve muito. Este seria um bom jogo para a oposição coerente mostrar o seu compromisso com o Brasil, sem pedir em troca Ministérios ou cargos públicos.  Ela marcaria posição, aceitando o que já aceitara no passado e discordaria oferecendo opções e alternativas claras. Criar-se-ia ciclo responsável perante a opinião pública: de um lado, o Governo apresentaria alternativas e de outro a oposição preservaria princípios e explicaria “porquê” apoiaria ou não essas propostas, sem prejuízo de ações paralelas de fiscalização e denuncias reais. O duelo da competência criativa e racional, a favor do Brasil, mobilizaria a opinião pública.

    NEOLIBERALISMO & ESQUERDA                                                      

    Isto não ocorre, em razão das síndromes do “neoliberalismo” e do “socialismo esquerdizante”, que atormentam o PFL, o PSDB e PT. A chamada “oposição”, em parte quer mostrar que não é fisiológica, afasta-se do poder e, por isto, repete hoje o que o PT fez no passado na crença de que voltará ao poder em 2006. O PT faz metáforas, esconde-se atrás de frases feitas, como por exemplo, “o sonho socialista não pode ser alcançado, sem conviver com a realidade dos fatos” e “uma coisa é ser esquerda fora do Poder, outra no poder, onde se aplica o pão pão, queijo queijo” (Lula).  O raciocínio petista conclui o óbvio: “o meu time só ganha se fizer gol”.  Lionel Jospin na França pagou caro e teve apenas 13% dos votos nas últimas eleições. Caíram o neoliberalismo (“consenso de Washington”) e também o socialismo. Quem não enxergar isto, rema contra a maré. Certo ou errado o mundo globalizou-se. O emprego para quem cultiva melão ou caju no RN, depende da Alemanha, da França ou dos EEUU. Nenhum país no mundo cresce, sem exportar. E para exportar tem que fazer como a China: aceitar o livre mercado.

    LIVROS SUBSTITUÍDOS                                                        

    Os famosos e históricos livros do pensamento político e social mundial como “Política” de Aristóteles, “Riqueza das Nações” do iluminista escocês Adam Smith; “O espírito das leis” de Montesquieu;  “O Capital” de Karl Marx; a radicalização  dogmática de Leon Trotisk e tantos outros estudos, foram, recentemente,  substituídos por um documento chamado “As metas do milênio”, claro e conciso, aprovado em 8 de setembro de 2000, por 147 chefes de Estado e de Governo (inclusive o Brasil), na sede da ONU, em Nova York.

    Trata-se de resposta às desigualdades e a pobreza extrema dos povos, sem levar em conta esquerda, direta, neoliberal, socialista ou outro apelido semelhante. As “Metas do milênio”  baseiam-se nos  princípios da liberdade, igualdade de oportunidades, solidariedade, tolerância, respeito a natureza e responsabilidade comum. 

    AS METAS DO MILÊNIO                                                        

    As “metas do milênio” são oito objetivos e dezesseis metas:

    Objetivo 1 – Erradicar a pobreza extrema e a fome (Meta 1 – Reduzir a metade, entre 1990 e 2015, o número de pessoas com renda inferior a U$ 1.00 e que têm fome”).

    Objetivo 2 – Ampliar a educação primária universal (Meta 1 – Lutar para que as crianças do mundo, no ano 2015, tenham concluído a educação primária).

    Objetivo 3 – Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia da mulher (Meta 1 – Eliminar as desigualdades entre os sexos na educação primária e secundária até o ano 2005 e em todos os níveis de educação, até o ano 2015).

    Objetivo 4 -  Reduzir a mortalidade infantil (Meta 1 – Reduzir em 2/3, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade infantil entre as crianças menores de 5 anos).

    Objetivo 5 – Melhorar a saúde materna (Meta 1 – Reduzir em 3/4 , entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade materna).

    Objetivo 6 – Combater a AIDS, a tuberculose e outras doenças (Meta 1 – Deter e começar a reduzir para o ano de 2015 o avanço da AIDS).

    Objetivo 7 – Garantir o desenvolvimento sustentável (Meta 1 – incorporar os princípios de desenvolvimento sustentável nas políticas oficiais e evitar a perda de recursos do meio ambiente; Meta 2 – Reduzir para a metade em 2015 o número de pessoas que não têm acesso permanente a água potável; Meta 3 – Melhorar até o ano 2020 a qualidade de vida de, pelos menos, 100 milhões de pessoas, que habitam as periferias das cidades).

    Objetivo 8 – Fomentar união mundial em prol do desenvolvimento (Meta 1 – Desenvolver um sistema financeiro e de comércio abertos, regulados, previsíveis e não discriminatórios (alcançando boa governabilidade, redução da pobreza em cada país e no plano internacional. Meta 2- Atender as necessidades especiais dos países menos desenvolvidos, incluindo incentivos às exportações, alivio da dívida externa e auxílio àqueles  que se disponham a reduzir a pobreza – Meta 3 – Atender as necessidades especiais dos países sem litoral e das ilhas em processo de desenvolvimento; Meta 4 – Encarar de maneira geral os problemas da dívida externa dos países em desenvolvimento, aplicando medidas nacionais e internacionais, com o fim de garantir a sustentabilidade da dívida a longo prazo; Meta 5 – Em cooperação com os países ricos, elaborar e aplicar estratégias que proporcionem aos jovens trabalho digno e produtivo; Meta 6 – Em cooperação com os laboratórios farmacêuticos, proporcionar acesso aos medicamentos de primeira necessidade a preços acessíveis n os países em crescimento; Meta 7 – Em colaboração com o setor privado, lutar para que se possa aproveitar os benefícios das novas tecnologias, em particular as tecnologias da informação e das comunicações.

    IDEOLOGIA DO FUTURO

    No próximo ano, quando o PARLATINO (Parlamento Latino Americano) festejar 40 anos de existência, será lançada campanha em toda América Latina e Caribe para amplo debate das “metas do milênio”, aprovadas na ONU e que devem orientar toda a ação política, de agora por diante. O povo precisa conhecer esse roteiro, mais claro e humano do que qualquer ideologia. Aí está o futuro. Nem na direita, nem na esquerda, nem no centro, mas sim na criatividade, no trabalho e, sobretudo, na liberdade humana e democracia.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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