Marca Maxmeio

Opinião

  • 02 de Agosto de 2003

    PACTO PELO BRASIL

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    PACTO PELO BRASIL

    O Presidente Lula, diante das dificuldades internas e externas que enfrenta, a começar pela intransigência de parte dos seus correligionários, talvez, em certos momentos, exclame como Skakespeare no “Hamlet”: “... que destrambelhados; andam os tempos ! Ó maldita vexação; Ser eu que tenha de lhes pôr arrumação ! ”.

    O quadro brasileiro está complicado não porque o Governo deseje, mas em face da realidade. O MST, por exemplo,  é um movimento legítimo, na medida em que não promova a insurreição e a violência. O seu líder Stédile passou a pregar abertamente a luta armada contra os fazendeiros. Os arquivos das Forças Armadas, no caso da guerrilha do Araguaia, estão para serem abertos, não se sabe se para contar a história completa da ação armada dos guerrilheiros, ou apenas tornar estes últimos heróis nacionais. A classe média acha-se em processo de visível extinção, diante do dilema de arcar com aumentos constantes e o salário estacionado. As empresas fecham as portas, ou liquidam estoques. Os aposentados e pensionistas em pânico com o risco de uma Reforma Previdenciária ainda indefinida. Os governadores atônitos com o “vai e vem” e a insegurança das negociações da Reforma Tributária. O Governo, em nome da democracia, cria fóruns de debates. E estes fóruns fazem diagnósticos conflitantes com as teses de 70, inspiradoras da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Naquela época, o novo programa de participação política pregava a luta contra o poder burguês e a centralização burocrática, legislativa e jurídica do país. Tudo com base nas idéias do “Free speech movement” (a liberdade de expressão), iniciadas em Berkeley e nos acontecimentos de maio de 88 em Paris. Hoje, o mundo é outro, globalizou-se.

    O risco é a governabilidade. Por isto, a responsabilidade não é só de Lula, mas de toda a classe política brasileira. Está na hora de um “pacto pelo Brasil”. Todos sentarem à mesa, deixarem de lados os interesses menores e pensarem no país. Recentemente, o Partido Popular Cristão, líder das oposições peruanas, liderou movimento de aglutinação de políticos, líderes sindicais, empresariais e a Igreja Católica e estabeleceu “trégua geral” no Peru nos ataques e críticas ao Presidente Toledo, exterminando a ameaça à estabilidade institucional. Tudo está sendo realizado com êxito. Antes, a OEA também no Peru, reuniu oposição e governo o que, afinal, garantiu a transição pós Fujimori. No inicio deste mês, veio da Alemanha o exemplo de “Governo e oposição” unidos pelas reformas e a governabilidade. Afastar as divergências e passar a cooperar com o programa “estabilidade e crescimento”, foi o “pacto”firmado, diante da necessidade de impulsionar as reformas estruturais e tirar a Alemanha da atual dificuldade. Bons exemplos, porque não significam “adesão” política, nem troca de favores.

    Governo,  principalmente na América Latina, supõe exercício do poder pelos seus dirigentes, que recebem do povo a delegação de controle coletivo. É necessário agir. Max Weber, quando estudou a sociologia do poder, concluiu que “governar é essencialmente um ato de fé nos dirigentes, em função dos seus atos, atitudes e status”.

    De Gaulle, no seu livro “O fio da espada”(1932), ainda major do exército francês,  definiu as características indispensáveis a um governante. Disse ele: “O que, acima de tudo o mais, procura-se num líder é o poder de dominar os acontecimentos, deixar a sua marca neles e assumir a responsabilidade pelas suas ações”. Um Presidente eleito, como foi o sr. Luís Inácio Lula da Silva, somente fará o que a Nação deseja se usar a energia e a autoridade, sem necessariamente ser autoritário. Não cabem discussões ou vacilações ideológicas. O “pacto pelo Brasil”  deve ser iniciativa pessoal do Chefe do Governo, enquanto há tempo. 

    A história narra que, certa vez, Napoleão diante do monumento de um estadista francês, ouviu a crítica de   que “a fisionomia retratada na estátua era triste”. Ele, firme e serenamente, exclamou “A fisionomia dele poderia ser triste diante das dificuldades, mas revela grandeza e autoridade e por isto foi sempre respeitado pelo povo”.

     

    ACONTECE

    Sucesso
    Êxito total a presença da governadora Vilma de Faria, em Washington DC. Hoje, ela chega a Nova York. Irá amanhã ao PNUD das Nações Unidas, um dos órgãos internacionais que dispõem de mais dinheiro a fundo perdido para ajudar programas sociais e de preservação ambiental. Governador tem que viajar ao exterior e mostrar que o seu Estado existe no mapa mundial com o apoio popular. O mesmo digo em relação ao Presidente da República. O contrário é o isolamento provinciano imperdoável.

    Organização
    Embora convidado, as reformas da previdência e tributária impediram que acompanhasse a governadora Vilma de Faria. O meu filho, Ney Jr, que dirige a Secretaria para assuntos nacionais e internacionais em Brasília,  organizou toda  agenda oficial, com a experiência de quem viveu em Washington DC dois anos, fazendo curso de Mestrado. Gratifica-me registrar que o Presidente do BID, Enrique Iglesias e o Secretário de Estado norte-americano, embaixador Roger Noriega, ao iniciarem as audiências, perguntaram as razões da minha ausência. Na presidência do PARLATINO, trato com ambos assuntos da América Latina. É assim que consigo “abrir portas” para ajudar o Rio Grande do Norte.

    Má vontade
    Menciono estes fatos para desmascarar a perfídia e a maldade, daqueles que, por inveja, identificam a ação parlamentar de presidir o PARLATINO, apenas como oportunidade de viagem. O maior desejo de Franco Montoro (SP) era presidir o Parlatino. Morreu antes. A conquista da Presidência dessa instituição é mais do Estado do que  pessoal.

    Municípios
    Na votação de recente MP lutei para incluir os municípios entre os beneficiários. Todos estão em estado de miséria com a queda de mais de 30% do FPM.

    Bom dia Oeste
    De segunda a sexta, às 7 da manhã, comento o fato do dia no “Bom dia Oeste”, levado ao ar pela FM-95 de Mossoró.

    Isentos
    A partir de amanhã, os isentos do IR terão que encaminhar as suas declarações negativas. A medida é para retirar do sistema pessoas falecidas e evitar fraudes.

    Crédito educativo
    Até o dia 22 deste mês estarão abertas as inscrições do “crédito educativo”, atualmente denominado  FIES, nas secretarias das faculdades particulares. O projeto de lei, que criou esse sistema de ajuda ao estudante carente foi de minha autoria, em 1975.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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