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Opinião

  • 17 de Maio de 2003

    ASSU: A NOSSA CALIFÓRNIA

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    ASSU: A NOSSA CALIFÓRNIA

    Vem se arrastando, desde 1986, a “novela”  de implantação da  nova refinaria de petróleo no nordeste. Muito se falou; nada se decidiu. A disputa acirrada entre os Estados fez com que a Petrobrás nesse período deixasse de lado este projeto e ampliasse as refinarias já existentes, gastando  o dinheiro necessário para construir três refinarias de 180.000 barris/dia.

    Está no Norte/Nordeste (170 mil barris/dia) o maior déficit na oferta de derivados de petróleo nacional. As 13 refinarias brasileiras produzem 1 milhão, 914 mil barris/dia e somente 15% são processados naquelas regiões. A população nordestina, portanto, paga mais caro há anos pelos derivados com o desembolso de milhões de dólares, em razão dos custos de transporte, numa região marcada pelo desemprego e o sofrimento.                                                 

    A briga histórica entre os Estados dificulta a nova refinaria nordestina. Mais uma vez, a região poderá sair perdendo. Chegou a hora do Rio Grande do Norte – o segundo maior produtor de petróleo do Brasil - agir com os pés no chão, criar alternativa própria, concreta e sem sonhos, por mais legítimos que sejam.

    Defendo, para isto, estratégia em duas etapas: primeiro, lutar a curto prazo, antes que seja tarde, pela nossa mini refinaria, de 40.000 barris diários, a partir da estrutura e investimentos já existentes em Guamaré;  segundo, mobilizar os Governadores do Norte/Nordeste para reativação do Programa Nacional do Álcool e o Proóleo.

    A nossa mini refinaria de petróleo em Guamaré já é praticamente realidade. Falta pouco para ampliá-la e atrair investidores privados, que se somem à Petrobrás. Vale lembrar o ditado popular: “quem tudo quer, tudo perde”. O RN não deve fixar-se na Refinaria maior, de 190 mil barris diários, mas sim na mini refinaria, que se transformará em fato consumado, tornando irreversível a sua ampliação futura.

    Em 1975, surgiu no país o primeiro programa de substituição de derivados de petróleo com base em biomassa de larga escala- o Programa Nacional do Álcool. Em 1988, foram produzidos 12 bilhões de litros de etanol para serem usados como combustível em cerca de 1.2 milhões de veículos automotores. Paralelamente, anunciou-se incentivo a pesquisas para substituir diesel por óleos de origem vegetal (o “Proóleo”). O terceiro milênio demonstra que em matéria de energia os recursos naturais substituirão fatalmente o petróleo, cujas reservas  não se renovam.  O Nordeste, sobretudo o RN, têm todas as condições para associar um grande programa de reforma agrária com a produção de biodiesel, cuja combustão é equivalente ao óleo diesel do petróleo. O país consome 37.5 bilhões de óleo diesel e importa cerca de 5 bilhões.  Somente o incentivo à produção de mamona significaria (a Petrobrás já anuncia projeto para a região de Guamaré), através do assentamento de 200.000 famílias no semi-árido nordestino, em áreas de 10/15 hectares por família, mais ou menos, a produção de 2.5% do total de diesel consumido no Brasil. Programas de plantio de algodão dariam também suporte à produção de biodiesel, com o aproveitamento do “caroço”. O Vale do Assu poderá ser a “Califórnia brasileira” com a implantação de grande centro de produção de energia, tanto de origem mineral, quanto vegetal.

    Não há mais tempo a perder. A questão é mais de gerencia, do que política. Ou o RN parte, com determinação, para objetivos concretos como os sugeridos, ou a “bandeira da grande refinaria” em nosso Estado continuará a ser – como sempre foi – mais retórica, do que ação.

     

    ACONTECE

    Gasoduto
    Ainda a propósito do Vale Assu, o próximo Orçamento da União (OGU), é o local ideal para emenda coletiva de bancada, visando a construção do gasoduto, uma das únicas soluções viáveis para incentivar as atividades  cerâmicas na região, que geram mais de 10 mil empregos, além de estímulo ao avanço da agroindústria local.

    Déficit
    Os números são estonteantes: as empresas (públicas e privadas)  devem à Previdência R$ 153 bi. O chamado “rombo”, que leva o Governo a pretender taxar ilegalmente os aposentados e pensionistas é de R$ 65.9 bi. A dívida é mais do que o dobro do déficit total, somada a previdência da iniciativa privada e a dos funcionários públicos.

    Concurso (I)
    A qualquer momento poderá sair o edital do concurso para a Polícia Rodoviária Federal, oferecendo 2.200 vagas para nível médio com salário inicial de R$ 3.068.62, além de vale-transporte, vale-alimentação e adicionais (dependendo da escala de trabalho).

    Conferência
    A partir de terça, presidirei  a abertura em Bruxelas, na Bélgica, da “XVI Conferência Parlamentar América Latina e União Européia” a realizar-se na sede do Parlamento Europeu, juntamente com o Presidente daquela instituição. Estarão presentes na sessão inaugural o Rei da Bélgica, o Primeiro Ministro e autoridades. Deputados e senadores das Américas e da Europa debaterão no plenário do Parlamento Europeu, com tradução simultânea para 12 idiomas. Os temas centrais de discussão serão “blocos econômicos”  (ALCA/União Européia) e migrações.

    Brasileira
    Em homenagem à mulher Parlamentar brasileira credenciei, em nome do PARLATINO, a deputada Yeda Crucius (PSDB-RS), ex-ministra do Planejamento, para ser um dos dois palestrantes latino-americanos credenciados a falar na Conferência de Bruxelas sobre abertura econômica na América Latina e democracia.

    Avanço & retrocesso
    Amanhã, será dia decisivo para a imagem futura da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN). A atual direção da entidade, anteriormente mudou os Estatutos, sob o aplauso da unanimidade da classe, para impedir reeleição dos dirigentes, além de dois mandatos consecutivos. Foi grande avanço de modernização. Agora, a Assembléia Geral decidirá se retrocede, para permitir reeleições indefinidas, ou preserva o avanço já alcançado. A decisão representará a vitória ou a derrota não de pessoas ou líderes, mas da estabilidade da própria instituição representativa da indústria norte-rio-grandense.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte



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