Opinião
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22 de Fevereiro de 2003
A NOSSA FARINHA
A NOSSA FARINHA
Genebra, Suíça (via Internet) – Poucos acharão possível um potiguar em Genebra, enfrentando o frio de 1º, responder pergunta de dirigente da poderosa Organização Mundial do Comércio (OMC) e citar na resposta a tradicional “farinha de mandioca”, do Rio Grande do Norte. Isto aconteceu comigo, na última terça, quando falava no painel da Conferência Parlamentar da Organização Mundial de Comércio (OMC) e surgiu uma indagação sobre o potencial brasileiro de produção de mandioca.
Pela primeira vez na história política mundial, a OMC abriu as suas portas, na sede de Genebra, Suíça, durante uma semana, para reunir representantes do FMI, do BID, do Banco Mundial, da União Européia, de órgãos das Nações Unidas e líderes parlamentares representantes da União Interparlamentar Mundial (UPI), do Parlamento Europeu, da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE), da Associação Parlamentar da Commonwealth (CPA), do Parlamento Latino Americano (PARLATINO), da União Parlamentar Africana (APU) e da Organização Interparlamentar da Ásia (AIPO).
O objetivo é criar “Grupo de Parlamentares”, com membros dos vários continentes, para ser o canal de comunicação na defesa dos preços agrícolas nos países em desenvolvimento.
A mobilização dos Parlamentos, veio depois de novembro de 2001, quando os 142 países membros da OMC (órgão criado em 1995 para dar novo impulso à liberalização do comércio) reuniram-se na cidade de Doha, capital do Catar. Lá travou-se uma “queda de braço” entre os países ricos e os “países emergentes” (dentre eles o Brasil), altamente prejudicados pelas barreiras e subsídios agrícolas praticados pelos Estados Unidos e Europa.
Doha foi a cidade escolhida em 2001 por ser impossível a repetição das agressões de Seattle, em 1999. O Estado do Catar, com 150 mil habitantes, um dos mais tranqüilos do mundo, localiza-se em uma península do Golfo Pérsico. Após a II Guerra ficou sob a tutela do Reino Unido. Hoje, a renda per capita local é de U$ 11.500 dólares. A sua maior característica é a participação feminina nas eleições livres, modelo inédito no Conselho de Cooperação do Golfo, integrado por seis países conservadores árabes e islâmicos, cujos líderes compõem clãs e controlam grande parte do petróleo mundial. Dos seis países, apenas Kuwaitt tem Parlamento com as mulheres fora da vida pública. Arábia Saudita, Bahrein, Omã e Emirados Árabes Unidos não têm eleições diretas.
A reunião de Doha foi fracasso total do ponto de vista da liberalização dos produtos agrícolas. A “Declaração Mundial”, principal documento aprovado, nada mais foi do que “levar com a barriga” a proteção dada pelos países ricos aos seus agricultores e produtores agrícolas, criando sérios problemas de competição com as nações em desenvolvimento como o Brasil.
Agora, no início de 2003, começa na OMC a guerra contra a proteção americana ao preço do algodão (o Brasil perde U$ 500 milhões por ano). No ról dos produtos de alimentação o trigo preocupa muito. Afinal, é o “pãozinho” diário cada dia mais caro. Uma das alternativas estudadas na OMC para reduzir a dependencia do trigo nos países importadores (como o nosso), seria a sua mistura com a farinha de raspa e a fécula de mandioca. A Embrapa é pioneira em tais estudos. Justamente a esse propósito, perguntaram-me se o Brasil tinha grande produção de “mandioca”, capaz de extrair os subprodutos da farinha de raspa e fécula. Logo respondi: “sou da terra – o Estado do Rio Grande do Norte - que produz mandioca de excelente qualidade, da qual é fabricada uma das melhores farinha de mandioca do Brasil”.
Infelizmente, ao lado do orgulho do produto potiguar, doeu-me reconhecer (nada disso declarei de público) que o Rio Grande do Norte joga fora a sua condição de produtor de mandioca. Hoje, o nosso agricultor para comprar um pão francês tem que vender dois quilos de mandioca natural. O que este produtor não sabe é que quando for adicionado à farinha de trigo um quarto da fécula ou farinha de raspa, ele venderá um quilo da sua mandioca natural por preço, pelo menos, dez vezes superior ao atual. Para que cheguem estes novos tempos, será necessário a OMC derrubar as barreiras agrícolas dos países ricos. E é para ajudar nesta direção, que participo da reunião de Genebra.
ACONTECE
Paz mundial
Hoje, o dia da Paz Mundial. A conjuntura internacional caótica traz consigo a reflexão de que a paz deve ser conquista diária de cada cidadão. Nos regimes autoritários a paz é a regra ditada por quem busca, a todo custo, manter o poder de dominação. Para existir a paz no mundo será fundamental preservar, acima de tudo, a liberdade e a democracia.Rotary
Um dos movimentos de solidariedade mais expressivos da atualidade são os clubes de Rotary. Eles nasceram no dia mundial da paz em 1905, através da ação do seu fundador Percy Harris.Ruy Barbosa
A primeira Constituição Republicana brasileira completa amanhã 112 anos. Esta “Carta Magna” teve a inspiração de Ruy Barbosa, que escreveu na proposta do texto: “As liberdades não podem ser diminuídas nem pela força, nem pela lei. A força pela força tem sua fraqueza incurável na desestima da Nação, que a odeia. Quereis a estabilidade do poder? Fazei-o dócil à justiça”.Concurso (I)
Até a próxima sexta serão aceitas inscrições para o processo seletivo nacional de formação de soldados do corpo de fuzileiros navais (500 vagas). A remuneração é de R$ 612.00 e o requisito é ter concluído o ensino fundamental e estar em dia com as obrigações de serviços militares e eleitorais.Dia do idoso
Quinta próxima, será o dia do idoso. Nunca é demais lembrar o artigo 230, da nossa Constituição. Lá está o princípio de que “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando a sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”.Concurso (II)
Para professor titular na área de estética em arquitetura e urbanismo, realiza-se igual processo seletivo na UnB com as inscrições podendo ser feitas no período entre 31 de março e 11 de abril.Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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