Marca Maxmeio

Opinião

  • 31 de Janeiro de 2004

    O RISCO DE SER POLÍTICO

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    O RISCO DE SER POLÍTICO

            O vice-presidente José Alencar (PL-MG) tem explicado e reexplicado nos últimos dias dois episódios de rotina na vida de qualquer homem público:  o seu chefe de gabinete, dr. Adriano Silva, que conheço e é um homem de bem, enviou ofício de mera apresentação a um Hospital no Rio de Janeiro, em atendimento a pedido de velho amigo do sr. José Alencar, cujo filho pretendia estágio médico. Noutra situação, o chefe de gabinete, encaminhou a um hospital de transplante de medula óssea o diagnóstico de paciente, a beira da morte, pretendendo o tratamento possível.

                A divulgação do fato e a sua repercussão como tráfico de influência e outros crimes (!!!), apavorou os meus funcionários de gabinete em Brasília. Telefonaram e disseram que tinham em mãos várias cartas semelhantes, tais comoum conterrâneo desesperado, pedindo pelo amor de Deus que mandasse pedido ao Hospital Sara Kubitschek para tratamento de urgência do seu neto, com apenas dois anos de idade; colega de ginásio, lera nesta coluna a convocação de concurso da Petrobrás e pedia que eu enviasse carta de apresentação para o seu filho colher informações e candidatar-se a uma vaga; outras solicitações para ajudar a apressar o julgamento de ações pendentes nos Tribunais Superiores. Na prática, estava diante do dilema: desconhecer as solicitações e ser  taxado de ingrato, insensível e sem atenção; atende-las e correr o mesmo risco do vice-presidente José Alencar, sendo alvo de investigação, assegurado aos investigadores minutos de glória nas TV’s e espaços privilegiados na mídia escrita. Os políticos, de novo, descritos como traficantes de influência e outras coisas mais.

                Parei para pensar. Realmente, é grande, atualmente, o risco de fazer política.  Parafraseando Millor Fernandes, exercer mandato ou cargo público no Brasil é o mesmo que desenhar sem borracha. Aplica-se a advertência de Plutarco, de quea reputação é como fogo. Uma vez aceso, conserva-se bem; mas se apaga é difícil acende-lo”.

                É simples hoje em dia destruir a carreira política de alguém. Bastaarmar” escandalo. Nada estabelece limites.  Vale tudo, em nome da liberdade. Pouco importa se procedente ou não. A impiedosa cassada à classe política, lembra a expressão de Marco Tulio Cícero, no templo de Júpiter Stator, onde estava reunido o senado romano: “Até, quando, Catilina abusarás da nossa paciência?! Até quando este teu furor nos perturbará? ...Ó tempos, ó costumes (O tempora o mores)”.

                Serão, por acaso, todos os políticos malfeitores? A recente convocação extra do Congresso, por exemplo, foi feita pelos parlamentares, ou pelo Presidente da República? Se foi o Presidente, que culpa têm os parlamentares para serem tão desmoralizados? Na versão atual dada aos fatos, fica evidente uma clara luta pela legimitidade sobre quem deve falar em nome da sociedade. A classe política, aniquilada moralmente pelas denuncias constantes, perde essa prerrogativa, que nasceu no voto popular.

                Não vi nada criminoso nos ofícios enviados pelo gabinete do vice-presidente José Alencar. A sua vida de empresário vitorioso e cidadão honrado, falam mais alto e o colocam acima de qualquer suspeita. Quem desejasse fraudar concurso público não faria através de correspondência. Aliás, a ciência política separa muito bem os conceitos de “influência” e “poder”. No primeiro caso, o indivíduo é livre para aceitar ou não. Trata-se de mero pedido. Na segunda hipótese, quem não cumprir é penalizado pela recusa. Quanto a mim, orientei os funcionários para agirem com o mesmo espírito de humanismo cristão, que norteia a minha vida pública, desde 1966. Sem praticar tráfico de influência, atenderei os pedidos viáveis e darei sempre o alento da solidariedade. No mais, continuarei a rezar aquele trecho do Salmo 90: “porque é ele que me livra da armadilha dos caçadores e da palavra dura”.

    ACONTECE

    Dom Matias
    Dom Matias Patrício de Macedo é o novo Arcebispo de Natal. Bispos, sacerdotes, fiéis assistiram a sua posse, no último domingo. Mais de 150 sacerdotes participaram da celebração. Experiente, humilde e com profunda cultura cristã, o novo Arcebispo fará, sem dúvida, trabalho de profundidade.

    Parceria
    Discute-se na Câmara Federal o projeto de lei 2.546/03, enviado pelo Governo, estabelecendo regras para as parcerias público-privadas. Não se nega a importância da matéria. Porém, tenho dúvidas da necessidade de uma nova lei. Hoje, com os inúmeros regulamentos já existentes,  seria possível identificar ações privadas (sobretudo da Igreja) e apoiá-las oficialmente. Isto significaria melhor aplicação dos recursos, além de incentivo a experiências vitoriosas nas comunidades.

    PEC paralela
    Oportuna a gestão política do senador José Agripino, líder do PFL no Senado, no sentido de sensibilizar a Câmara Federal para discussão e votação da PEC paralela da previdência social. Esta PEC é vitória das oposições e  dissidentes do Governo. Ela corrige profundas injustiças para com o servidor público.

    Inverno
    2004 começa com excelentes prenuncios de inverno estável. O fato não apenas alegra o agricultor, como assegura condições favoráveis para a governadora Vilma de Faria implantar as suas ações de Governo, sem recorrer a planos emergenciais.

    Concurso (I)
    São 35 vagas no concurso para diplomata no Ministério das Relações Exteriores. As inscrições prolongam-se até quinta próxima e podem ser feitas também através do site http://www.cespe.unb.br/concursos/ .  O salário inicial é de R$ 4.555.98, tendo como pré-requisito a conclusão de curso superior em qualquer área de conhecimento. Os portadores de títulos de mestrado ou doutorado, se aprovados, serão automaticamente dispensados do curso de formação. Mais informações no fone (61) 448 0100.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte



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