Opinião

• 28 de Maio de 2005

  NOSSA HORA É AGORA

  

   

   

   

  NOSSA HORA É AGORA

         Segunda-feira última, relatei ao Brasil, da tribuna da Câmara dos Deputados, sob a forma de protesto, o triste episódio de exclusão do Rio Grande do Norte do futuro trajeto da ferrovia Transnordestina.

  O mais nordestino dos Estados do Nordeste, com mais de 95% do seu solo no semi-árido, estará fora dessa malha ferroviária. Um crime contra o nosso futuro. E com muitos cúmplices, por ação e omissão.

  No discurso, formulei o último apelo ao Presidente Luís Inácio Lula da Silva e à governadora Vilma de Faria, para que não permitam esse desatino. Aguardarei a resposta.

              Quando o Ministro Ciro Gomes, no último dia 12, anunciou na audiência com a governadora Wilma de Faria e com todos os parlamentares federais do Estado, que o Rio Grande do Norte seria excluído, foi levantada na sala ministerial a “dúvida se a Transnordestina seria boa mesmo para o Estado”. Entendi ser essa uma forma pública de apoio político à decisão tomada pelo Governo Federal.

              Reagi à dúvida porque nunca duvidei da importância dessa ferrovia para o desenvolvimento do nosso Rio Grande do Norte. Eu não tenho dúvida. Porém, respeito quem tenha.

  Comigo ficaram os senadores José Agripino e Garibaldi Alves, que já haviam se pronunciado no Senado; deputado Betinho Rosado e colegas da bancada federal que preferem o anonimato, além de pessoas do povo.

  A maioria dos presentes à audiência aceitou tacitamente a ilusão de que será melhor reivindicar os ramais de Mossoró, Açu, Guamaré, Macau e Natal, do que defender a passagem da ferrovia pelo RN. Alegou-se também que se tratava de uma questão técnica, de lucro para a empresa privada concessionária e de viabilidade econômico-financeira do Estado.

  Qualquer leigo sabe ser impossível a construção futura de ramais da Transnordestina em nosso território. Isto pelo fato de que a ferrovia, ao cortar todo o Nordeste, excluirá o nosso Estado, colocando o RN fora da prioridade ferroviária regional para sempre. Esta é a verdade nua e crua.

              A PALAVRA DO TÉCNICO

              Para aqueles que alegam tratar-se de tema técnico e não político, dou a palavra ao professor Marco Caldas, do Núcleo de Logística Integrada e Sistemas, da Universidade Federal Fluminense, graduado em Londres e uma das maiores autoridades brasileiras em ferrovias.

  Ele produziu estudo, contratado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para determinar a viabilidade econômico-financeira da Transnordestina, inclusive o caso específico do nosso Estado. Anexei essa análise técnica ao pronunciamento feito na Câmara Federal.

  A conclusão do professor Marco Caldas foi de confirmação total da viabilidade da inclusão do RN no percurso (355 km) da ferrovia Transnordestina. Escreve isto com todas as letras.

  Em razão da ANTT ter contratado o estudo apenas até Macau, a conclusão do Professor Marco Caldas inclui o trecho ferroviário João Pessoa-Macau. Entretanto, ele está convencido de que o prolongamento da ferrovia através do Vale do Açu e Mossoró aumentará, ainda mais, a justificativa econômico-financeira de sua implantação no RN e na região Nordeste como um todo.

  O relatório do professor Marco Caldas, entregue ao Governo Federal, é uma palavra técnica incontroversa. Pela legislação vigente, a ANTT tem a atribuição de aprovar o trajeto da ferrovia, mesmo se tratando de concessão privada da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN).

  Caberá ao RN mobilizar todas as suas forças, sob a liderança da Governadora do Estado, e exigir do Governo Federal, que as conclusões do relatório do professor Marco Caldas sejam respeitadas.

  Os deputados Getúlio Rego, Ruth Ciarlini e José Adécio (PFL) anunciam que irão requerer “audiência pública” na Assembléia Legislativa, com a presença do professor Marco Caldas, para discutir a questão.

              A ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO

              O professor Marco Caldas esclarece, em seu estudo, que não levou em consideração “demandas por novos produtos e serviços que poderiam estar sendo fruto de planejamento estratégico, tanto relativo a empresas como relativos a Planos Diretores de Desenvolvimento do Estado do RN... Essas demandas, se incorporadas ao estudo, com certeza trariam um benefício muito maior para o Estado”.

              Imagine leitor, se for incorporada ao estudo do professor Marco Caldas a idéia de criação de uma “área de livre comércio”, a partir do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Isto elevará consideravelmente o potencial econômico-financeiro do Rio Grande do Norte, através do aumento de volume de carga, oferta de empregos e crescimento da renda.

  Certamente, passaremos a ser um dos Estados mais viáveis do Nordeste para implantação da ferrovia Transnordestina. E como “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, devemos todos reagir e trabalhar, de agora por diante, visando esse objetivo. Porque, nossa hora é agora...
  
  

  ACONTECE

  Aposentados receberão

              Na próxima semana, está previsto que o INSS pagará R$ 42.3 milhões em atrasados a aposentados e pensionistas que fecharam acordo com o governo no caso dos benefícios de 39.7% referentes a fevereiro de 1994.

  Gestão urbana

              Quarta e quinta-feira próximas realiza-se na Câmara dos Deputados, em Brasília, “Seminário Internacional sobre gestão urbana”, quando será debatida a nova legislação brasileira, com base no Estatuto das Cidades. Inscrições no site www.camara.gov.br .

  Assembléia de Deus

              A Assembléia de Deus completou, na última quarta-feira, 87 anos de evangelização no RN. A Igreja recebeu a homenagem e o respeito do nosso Estado.

  Pré-São João

  Mossoró já deu largada esta semana ao Cidade Junina,  com o Pré-São João, que está reunindo uma grande multidão no Palácio do Forró. A expectativa dos organizadores do Mossoró Cidade Junina é que milhares de pessoas circulem pela cidade nos dias do evento. Emprego e renda para a população!
  
  

  OPORTUNIDADES

  Bolsa no Uruguai

              O Instituto para a “Conectividad em Las Américas” oferece bolsas de trabalho no Uruguai em projetos que envolvam novas técnicas de informação e de comunicação para o desenvolvimento econômico e social da América Latina. É necessário domínio do espanhol e inglês. O valor do incentivo será de U$ 1.600.00 mensais e passagem de ida e volta. O programa será de 12 meses. Inscrições no site www.icamericas.net (link “novidades”).  

  Coluna Publicada aos domingos
  nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
  Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte

  
  

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