Opinião
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17 de Dezembro de 2005
Rio Grande de Morte, NÃO!
Rio Grande de Morte, NÃO!
Com o lançamento da pedra fundamental para a construção da refinaria de petróleo em Recife, o Presidente Lula e o Presidente Chávez sepultaram – definitivamente – as esperanças do Rio Grande do Norte ter em seu território a prometida refinaria de petróleo nordestina, mesmo sendo esta a vocação natural de um Estado, que lidera no país a produção em terra desse mineral.
A exemplo do que fez em Fortaleza, quando retirou o nosso Estado do trajeto da ferrovia Transnordestina, o Presidente Lula discriminou, mais uma vez, com a refinaria de petróleo, o povo potiguar.
Volto a perguntar: que mal fez o Rio Grande do Norte ao Presidente Lula?
Tenho a consciência tranqüila de ter colaborado com a classe política (que jamais se omitiu) para evitar essa nefasta decisão pessoal do Presidente da República, prejudicando o futuro da nossa gente. Ele optou por um Estado, que não produz uma gota de petróleo, sob o falso e criminoso argumento de que a refinaria seria para óleo pesado importado, o que não é tecnicamente verdadeiro.
ÚLTIMA TENTATIVA
No dia 22 de junho passado, numa última tentativa de sensibilizar as autoridades para a instalação da refinaria no RN, agendei, na condição de Presidente do Parlamento Latino-Americano (PARLATINO), várias audiências junto ao governo venezuelano e fui à Caracas (Venezuela), na companhia do vice-governador Antônio Jácome; do Secretário de Planejamento, Wagner Araújo; do consultor internacional Jean Paul Prates e do jornalista Ciro Pedroza.
Alguns meses já haviam se passado do inicio dos “supostos estudos técnicos” (!!!), realizados em comum pela Petrobras e a PDVESA (estatal de petróleo da Venezuela), com o objetivo de escolher o local ideal. E a nossa maior surpresa na audiência em Caracas foi que, nem o Ministro interino de Minas, Energia e Petróleo da Venezuela, Dr. Bernard Mommer, nem os seus assessores, tinham conhecimento do nosso potencial gás-petrolífero, nem do complexo instalado pela Petrobras em Guamaré, informação omitida – propositalmente? – Pelo governo brasileiro.
A Petrobras e o Governo do Brasil transmitiram aos técnicos venezuelanos apenas informações sobre o Estado de Pernambuco. Estava tudo dirigido para eles. Sentimos isto, claramente. O Governo Federal simplesmente omitiu a potencialidade da bacia potiguar, cujas reservas permitiriam um “mix” de refino do petróleo leve (extraído no local) e pesado (importado da Venezuela), com rentabilidade maior do que qualquer outro lugar da América Latina.
LUTA INICIADA EM 1996
No dia 21 de maio de 1996, com a ajuda do jornalista Roberto Guedes, então coordenador do “Pacto pelo Desenvolvimento do RN”, em movimento suprapartidário, levei o Governador Garibaldi Alves, bancadas federal e estadual e até o líder maçônico Armando Fagundes, para um café da manhã, em Brasília, com o Presidente da Venezuela, recém eleito, Rafael Caldera.
Como secretário geral do Parlatino, à época, tive a informação sigilosa, do então vice-ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Milos Alcalay, de que a PEDVESA desejava instalar – em parceria com o Brasil – uma refinaria no Nordeste. O objetivo do encontro de Brasília foi abrir diálogo com a PEDVESA, em favor da refinaria de petróleo binacional ser construída no Rio Grande do Norte.
Naquele momento não havia concorrentes. Partíamos na frente.
Nada foi feito. A classe dirigente do Estado simplesmente não acreditou no trabalho que fiz. Ignorou o esforço feito... Deu calado por resposta.
RN ACUMULA REVEZES
E assim se passaram dez anos e, finalmente, a refinaria do Nordeste que defendi desde 1996, começa a ser construída em Pernambuco. O Rio Grande do Norte continua acumulando revezes nesse governo do presidente Lula: com o pólo pesqueiro, que foi para a Paraíba; na transposição do São Francisco, com dúvidas sobre a inclusão da Chapada do Apodi na primeira etapa do projeto; no silêncio do governo sobre nossa Área de Livre Comércio e, por último, na exclusão do Rio Grande do Norte do percurso da Ferrovia Transnordestina.
Mesmo assim, reina o silêncio...
Está demais!... Pelo visto, o Presidente Lula só vai se contentar quando fechar definitivamente as portas do nosso Estado para o futuro e entregar a chave ao último que sair e mudar o nome do nosso Estado para Rio Grande de Morte.
Nada disto acontecerá, porém. O Presidente Lula não terá esse gosto. O povo potiguar resiste e vencerá. Um dia será feita justiça ao potencial existente em nossa terra. Para isto, não mediremos esforços. Lutaremos juntos e abriremos, mesmo com as mãos sangrando, as veredas para um futuro de desenvolvimento e paz social para a nossa gente, ouviu Presidente?
ACONTECE
Concurso (I)
O Tribunal de Contas da União aceitará inscrições para concurso público, até 25 de dezembro (72 vagas de analistas de controle externo). Salário: R$ 6,6 mil. Todas as inscrições serão pela Internet (www.esaf.fazenda.gov.br).
Administradores do RN
O RN integra a diretoria da Federação Brasileira dos Administradores. Foram eleitos Dr. Gileno Cabral Fagundes (diretor executivo de ensino de administração) e Dr. Hélmani Rocha (Conselho Fiscal).
Revisão de aposentadoria
A turma nacional de uniformização dos juizados especiais assegurou ao aposentado por invalidez direito à revisão da sua aposentadoria, de modo que, a partir da Lei 9.032/95, passe a ser equivalente a 100% do salário-benefício, mesmo com o benefício concedido antes da lei. Anteriormente, somente corresponderia a 100%, caso a aposentadoria fosse por acidente de trabalho.
Concurso (II)
Até sexta-feira próxima, inscrições para concurso no Instituto Nacional de Meteorologia (38 vagas, sendo 9 para administradores e 29 para meteorologistas. Salário: R$ 1,3 mil. Serão selecionados 56 candidatos para cadastro de reserva. Inscrições na Internet www.cetroconcursos.com.br .
Concurso (III)
O terceiro concurso é da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (25 vagas para procurador no DF). Inscrições até 25 de dezembro na Internet www.esaf.fazenda.gov.br e salário de R$ 5,5 mil.
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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