Opinião

• 04 de Junho de 2005

  SAMBA DO CRIOULO DOIDO

  

   

   

   

  SAMBA DO CRIOULO DOIDO

              Valdemiro é um desses fiéis escudeiros de político, muito comum no interior do Estado. Ele gosta de filosofar e dar opiniões. Vota sem saber em quem. Vota em quem o seu chefe manda. Trabalhou na roça desde que nasceu. Ultimamente, foi promovido para trabalhar na casa da cidade do seu chefe. Como não sabe fazer trabalho doméstico, a sua função é “ouvir e transmitir”. Levanta às quatro da manhã e vai ao mercado conversar.

  Um dia desses, Valdemiro trouxe uma “boa notícia” para o seu patrão, que tomava o café da manhã.

  “Olha, chefe, “a verificação” vai acabar. Os políticos de Brasília se uniram para acabar com isso” – disse Valdemiro. “Verificação! Que é isso? Não estou entendendo,” – exclamou o interlocutor. “Sim, a verificação. Ouvi no mercado e no rádio que os políticos não vão ser mais verificados. Podem fazer o que quiserem, como era no passado”.

  Atordoado com a informação, o “chefe” meditou e perguntou a Valdemiro a razão de ele estar tão contente. Ele não se fez de rogado e respondeu: “o pior da política, que o senhor me falou um dia, é essa tal de verificação, que se faz nos títulos nas eleições. Me alembro que o senhor perdeu porque descobriram que uns amigos seus já tinham morrido e votaram”. Completou Valdemiro: “e se isso acabar a gente ganha todas, porque o cartório é nosso, não é patrão?”.

  O “chefe”, atordoado, não entende o que Valdemiro lhe transmitira. Ligou a TV e ouviu o “Bom dia Brasil”. A manchete foi sobre a possível queda da verticalização nas eleições de 2006, ou seja, o Partido poderá se coligar com outros partidos, mesmo que não apóie candidato idêntico à Presidência da República”.

  O “chefe” percebeu que Valdemiro trocara a verticalização pela palavra verificação. Chamou-o e explicou a diferença entre uma coisa e outra. Valdemiro ouviu calado, mas não se conformou.

  No outro dia, voltou de madrugada ao mercado e, na hora do café, sentou-se ao lado do “chefe” e lhe disse: “eu não estava errado não. O que vai acabar é mesmo a verificação”.

  “Por que você acha isto?”, – indagou o “chefe”. Valdemiro foi incisivo: “porque acabando a verificação, o senhor vai fazer o que for melhor para o senhor”, – concluiu Valdemiro.

  O “chefe” pensou nas palavras de Valdemiro e disse a si mesmo: “esse danado tem razão. A palavra certa é verificação. Sem ela é muito melhor. Até porque acaba de vez com essa história de fidelidade partidária”.

  Moral da história: acabar a verticalização, sem fazer uma profunda reforma política, será o “samba do crioulo doido” na política brasileira.

  
  ACONTECE

  Os 100 cabeças do Congresso

  Foi divulgada a 12ª lista dos “100 cabeças do Congresso Nacional – Deputados e Senadores”, elaborada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), órgão mantido pelas Centrais Sindicais brasileiras. Desde a primeira lista, o meu nome está incluído. De novo, mereci o reconhecimento dos “observadores permanentes” do trabalho desenvolvido no Congresso Nacional.

  O valor da escolha

  Ouço, às vezes, alguns dizerem que “essas escolhas de nada valem na política local”. Só valeriam o despudor do dinheiro abundante na véspera da eleição e a força dos governos. Eu, pessoalmente, acredito que o serviço prestado é acompanhado (e valorizado) pelo eleitor. Se não for, de que valerá a seriedade?

  Trabalho no Parlatino

              Um dos fatores que mais ajudaram na minha escolha nos dois últimos anos foi o trabalho desenvolvido como Presidente do Parlamento Latino-Americano (PARLATINO). Isto prova que, num mundo globalizado, o parlamentar deve buscar soluções fora das fronteiras nacionais para beneficiar e ajudar o seu povo.

  Cidade Junina

  Teve início ontem (4) o Mossoró Cidade Junina, na Estação das Artes. A expectativa é que Mossoró receba 1,5 milhão de pessoas nos 24 dias do evento, que se estende até o dia 30 deste mês. A rádio 95 FM está fazendo uma ampla cobertura da festa, a qual já faz parte do calendário de eventos dos mossoroenses.

  Energia Elétrica

  A Justiça Federal concedeu uma liminar contra a Cosern e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), acatando em parte os argumentos do Ministério Público Federal e do Procon, no sentido de limitar o reajuste das tarifas de energia elétrica. O juiz federal substituto da 5ª Vara Federal, Francisco Glauber Pessoa Alves, que está respondendo pela 2ª Vara Federal, afirmou que o modelo contratual é por demais benéfico à concessionária.

  
  VOCÊ SABIA?

  Restituição do IPVA

  Você sabia que todo aquele que tenha o seu veículo roubado faz jus à restituição do IPVA proporcional ao período em que não fez uso do veículo?

  A lei 8.115/85 (art. 4° § 6°) prevê a dispensa do imposto, nas hipóteses de veículo roubado ou furtado, no período em que o contribuinte não exerceu o direito de propriedade e posse, desde que seja feita comunicação à fiscalização estadual. O pedido de restituição do IPVA deve ser encaminhado ao setor próprio da Secretaria da Fazenda.

  Transporte de idoso

  O estatuto do idoso (Lei 10.741/03 e regulamentação) confere tratamento especial, em transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, às pessoas com mais de 65 anos, assegurando-lhes a gratuidade, exceto nos serviços seletivos e especiais. Em relação ao transporte coletivo interestadual são garantidas duas vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos; desconto de 50% no valor das passagens para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a dois SM.

  Quanto às vagas gratuitas, os beneficiados terão direito a um único bilhete “de viagem do idoso”, distribuído nos locais de venda das transportadoras, com antecedência de, pelo menos, três horas em relação a hora de partida do ponto inicial da linha, podendo solicitar a emissão do bilhete de retorno. Em relação ao desconto de 50%, o bilhete estará disponível desde sete dias antes da data de partida do ponto inicial da linha.

  Publicado em 05.06.2005 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.

   

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