Opinião

• 21 de Maio de 2005

  EU NÃO TENHO DÚVIDA

  

   

   

   

  EU NÃO TENHO DÚVIDA

  Escrevo para o futuro.

  Um dia, quando alguém pesquisar as razões pelas quais a ferrovia Transnordestina foi projetada e construída com a única exclusão na região Nordeste do Estado do Rio Grande do Norte, lerá esse artigo e ficará claro que não foi por falta de um grito que o Estado perdeu “a parada”.

  O grito foi dado até na hora em que o Ministro Ciro Gomes, no dia 12 último, diante da Governadora Vilma de Faria e de toda a bancada federal, informou a triste notícia da nossa exclusão. Protestei veementemente, com indisfarçável indignação.

  Recebi o apoio dos senadores José Agripino e Garibaldi Alves (pronunciaram-se no Senado), do deputado Betinho Rosado e de várias lideranças e pessoas do povo.

  O Ministro Ciro Gomes foi gentil. Declarou que o assunto era da competência de outro Ministério. Limitou-se, visivelmente constrangido, a transmitir a justificativa do Palácio do Planalto.

  A maioria dos presentes apoiou o argumento do Governo Federal, de que a concessão futura da ferrovia Transnordestina seria privada e tal razão justificaria o afastamento do RN, por decisão empresarial (!!!!!). O que mais me causou espanto foi ouvir de um dos participantes da audiência a expressão: “tenho dúvida se a Transnordestina será boa mesmo para o Rio Grande do Norte”.

  Desde o dia da audiência (12 de maio último) até hoje não se ouviu qualquer protesto por essa derrota do Rio Grande do Norte, com graves repercussões em nossa economia e na vida de milhares de potiguares. Silêncio geral. Ficou o dito pelo não dito. Mais uma vez, ficamos para trás... A dúvida venceu a razão.

              É um direito de cada um ter a sua opinião. Até mesmo o direito de omitir-se. De duvidar. Nada contra. Respeito.

              Devo, porém, deixar claro que eu não tenho dúvida de que, tecnicamente, a exclusão do Rio Grande do Norte da ferrovia Transnordestina inviabilizará a reativação do trecho Mossoró/Souza e ramais em Macau, Guamaré, Assú, no Seridó ou em Natal. Por quê? Pela simples razão de que a Transnordestina significará a prioridade federal em matéria de ferrovia no Nordeste. Todo o esforço será para construí-la e consolidar os trechos nos estados beneficiados, ampliá-los e criar ramais. É o mesmo raciocínio usado para incluir a Chapada do Apodi na primeira etapa da transposição do São Francisco. Se ficar para depois, tudo será muito mais difícil.

              Eu não tenho dúvida de que a Transnordestina deve ser discutida tecnicamente, porém, sem esquecer o conteúdo político numa definição desse alcance. Por que apoiar a pressão política na defesa da nossa refinaria e na inclusão da Chapada do Apodi, na primeira etapa da transposição, do São Francisco e somente condenar a pressão política no caso da Transnordestina?

  Eu não tenho dúvida de que ao atravessar o RN, a Transnordestina viabilizará a nossa “área de livre comércio”, ao lado do Aeroporto de São Gonçalo, que um dia, quando alguém enxergar a longo prazo, será considerada a nossa grande oportunidade no século XXI.

  Eu não tenho dúvida de que vincular a “área de livre comércio” à Transnordestina é um argumento técnico para viabilizar economicamente a Transnordestina no Rio Grande do Norte, através da reativação do ramal Souza/Mossoró e a construção de ramais ligando Assú, Macau, Guamaré e Natal.

  Eu não tenho dúvida de que a luta continuará. Acima de interesses pessoais e empresariais e a favor do Rio Grande do Norte e do seu povo.

  Já que o Governo Federal se omite, ainda há tempo para os proprietários privados e plenipotenciários da Transnordestina serem convencidos de que o Rio Grande do Norte também existe no mapa do Brasil.

   

  ACONTECE

  Alto do Rodrigues

  A Prefeitura local executa o programa social “Despertar”, que consiste em dar ocupação cultural para jovens carentes. Grupos de teatro, música e esporte já se formaram. O prefeito Abelardo Rodrigues espera a participação da Petrobras para ampliar o número de jovens beneficiados. Afinal, Alto do Rodrigues é produtor de petróleo em larga escala.

  Varig

  Está na hora do Governo Federal socorrer a Varig. Não se justifica abandonar uma empresa, com créditos oficiais a receber e que é uma das marcas tradicionais do Brasil no exterior. Exigências na administração poderão ser feitas. Nunca, simplesmente, omitir-se.

   

  OPORTUNIDADES

  Concurso (I)

  O Instituto Rio Branco abrirá seleção para bolsas (R$ 2.5 por mês) destinadas a afro-descendentes interessados na carreira diplomática. A bolsa é uma forma de ajudar na preparação para o concurso do Rio Branco. Os interessados terão informações no site www.cespe.unb.br, ou pelo telefone 061 448-0100. As inscrições começam amanhã e irão até 18 de junho.

  Concurso (II)

  A Empresa Brasileira de Correios (ECT) aceita inscrições a partir de amanhã até o dia 10 de junho para concurso e curso de administração postal (80 vagas). Os aprovados serão contratados com salário de R$ 2.1 mil. As agências da ECT aceitarão inscrições, que também podem ser feitas na página Internet www.cespe.unb.br .

  Concurso (III)

  Até o dia 31 deste mês serão aceitas inscrições para o curso de formação de sargentos músicos do corpo de fuzileiros navais. Inscrições no site www.cgcfn.mar.mil.br . 

  Parabéns ao Baraúnas

  O Baraúnas está de parabéns pela excelente campanha que fez durante a Copa do Brasil, projetando o Estado nacionalmente. Não é a derrota que sofreu do Cruzeiro que irá apagar as vitórias conquistadas. Importante é lutar e não apenas vencer!

  Complexo de Lazer

  Mossoró vai ganhar um novo complexo de lazer. A idéia da Prefeitura é transformar a avenida Rio Branco em uma grande área de lazer e esportes, com quadras, espaço para a prática de esportes radicais e praça de eventos. A obra está estimada em R$ 26 milhões. Estão sendo aguardados recursos de emenda coletiva e do Orçamento Geral da União para 2005.

  Publicado em 22.05.2005 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.

   

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