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Opinião

  • 03 de Janeiro de 2004

    PENSANDO NO RN

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    PENSANDO NO RN

              Passadas as festas, começa o ano de 2004. Nem bem termina o ciclo da eleição de 2002, já chegam as eleições municipais. Parece até um país rico, onde eleições a mais ou a menos em nada influem na economia. Na hora da reforma política, nada se faz, porque os Governos são contra. A resistência nasce dos projetos políticos dos governantes, sonhando com novos mandatos, cuja preparação fazem na eleição municipal. A inevitável mobilização de recursos para as campanhas, de dois em dois anos, ocasiona os escândalos de “Santo André” e tantos outros. Não há financiamento público que altere esse quadro, se as regras do jogo foram as mesmas de hoje.

              Já que estamos em ano eleitoral, resolvi neste primeiro artigo de 2004, refletir um pouco sobre o Rio Grande do Norte.

              PRIORIDADE À EXPORTAÇÃO

              Fala-se muito em prioridade à exportação no RN. A governadora Vilma de Faria, visitou, recentemente, países árabes e lá mostrou as nossas oportunidades de negócios. Chegou a hora de implantar um Terminal Retroportuário Alfandegado – TRA - no Grande Natal para facilitar a vida dos exportadores e importadores, garantindo maior rentabilidade operacional ao Porto de Natal.  Paralelamente, será possível pensar no “Entreposto Aduaneiro de Interior –EADI-”  em Mossoró, para agregar as ações exportadoras da região, em particular do pólo cerâmico em expansão no Vale do Açu e região Oeste. Tais providencias, trariam facilidades operacionais aos exportadores e a importadores, elevando a renda pública e privada, além de criação de empregos.

              É hora também de aprovar o “Plano de Desenvolvimento Sustentável para o Estado”, ou o “Plano de Desenvolvimento Estratégico”. A estratégia mostrará o potencial de todas as áreas estaduais, como saúde, educação, indústria, segurança, em suma, setores produtivos ou não.

              Em paralelo, torna-se indispensável incentivar os municípios na elaboração de Planos Plurianuais. Somente, dessa maneira os orçamentos, do Estado e dos municípios, serão mais coerentes e vinculados entre si. Atualmente, se sobrepõem certas ações do Estado e municípios com a agravante de que estes, por si, ainda buscam verbas federais para implantar serviços atendidos

              CONSÓRCIOS MUNICIPAIS

              Outro ponto, que considero muito importante em matéria de política municipal, é o incentivo aos Consórcios Municipais, visando a exploração de determinadas ações, tais como, Educação, Saúde, Lixo e Meio-Ambiente, desenvolvimento industrial, etc, tudo sob a coordenação do Estado.  Muitos recursos hoje dispersados seriam melhor aplicados.

              Em matéria de meio ambiente, o Rio Grande do Norte corre grave risco ambiental nos rios Potengi e Jundiaí. Nas proximidades de Guarapes e Mangabeira (distrito de Macaíba), são despejados diariamente vários caminhões com dejetos humanos “in natura”,  sem que recebam tratamento adequado, em razão de Natal  não ser uma cidade saneada. O tratamento dos dejetos permitirá a implantação de  estação energética (biogás) para o aproveitamento da energia ali gerada, além do reaproveitamento como adubo, após o devido tratamento e preparo, incentivando programas de  hortas familiares. Tais medidas, trariam como conseqüências de curto prazo maior garantia para os que vivem da pesca; geração de empregos diretos e indiretos, em especial aqueles que habitam na região e a despoluição dos rios Jundiaí e Potengi.

              São viáveis no Rio Grande do Norte as fazendas (viveiros) de ostras, a exemplo do que ocorre no Estado de Santa Catarina - o maior centro do país na criação de ostras. O Governo do Estado, com o apoio das Universidades UFRN e UnP, e ainda do CEFET terá todos os meios para alcançar esse objetivo

              ENFRENTAR O DESEMPREGO

              O desemprego no Estado desponta como o problema de maior gravidade. O que fazer para reduzir os seus efeitos?

              Muitas ações já estão sendo executadas. Vale lembrar mais algumas para reflexão.

              Indústria Calçadista: o Estado dispõe de  bom plantel de caprinos, suínos e bovinos, sendo inclusive exportador de “couro trabalhado” para o exterior. Isto permite industrializar o produto em nossa terra. O primeiro passo, certamente serão reuniões com as Associações de Criadores do Estado e Cooperativas de Produtores e o encaminhamento para estágios de profissionais às indústrias calçadistas do sul do país.

              Fécula de Mandioca: hoje existe razoável mercado consumidor externo de fécula de mandioca. Atualmente, o produtor de mandioca precisa vender mais de 3 (três) quilos de mandioca, para comprar um pão francês. Com a fécula, o produtor rural passa a ter outras alternativas, além da  farinha.

              Artesanato: entendemos que o Estado tem enorme potencial e que só pode crescer, a partir da criação e apoio de núcleos produtivos; promoção do Artesanato “dirigido” e participação em feiras e eventos freqüente, no Brasil e no exterior.

              Pesca: nessa área de grandes perspectivas, valeria contratar consultoria para elaboração de projeto de pesca artesanal em “todo” o Estado, abrangendo mar, rios, açudes, barragens e lagoas; recuperar barragens, açudes e lagoas; incentivar a carcinicultura e psicultura comunitária; os poços perfurados na zona rural, onde forem encontradas águas salobras, teria que ser implantado “dessalinizador” e separada uma parte da água para uso em viveiros.

              Desidratação de frutas: as regiões produtoras do Estado, que vivem de frutas, em razão da zasonalidade, no fim das safras, ficam sem receita que permita o sustento condigno de milhares de pessoas. A desidratação de frutas corrigiria, em parte, esse quadro. O trabalho seria em regiões como o Vale do Açu, Baraúnas, Mossoró, Touros, Mangabeira (distrito de Macaíba) e outros.

              Não se pode negar que o Governo do Estado já desenvolve trabalhos setoriais. Os pontos levantados servem, apenas, como alerta de início de ano, quando todos se voltam para o nosso futuro comum. E nessa busca de soluções e alternativas, OPINIÃO sugere alguns caminhos, sem pretender ter em mãos a “varinha de condão” das soluções milagrosas.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte



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