Marca Maxmeio

Opinião

  • 02 de Setembro de 2007

    O RN DE 1500 ATÉ HOJE

     

     

     

     

    Estamos na “semana da Pátria”. Passaram-se 185 anos da proclamação da independência do Brasil.

    Em agosto de 1501, 321 anos antes do “grito” de D. Pedro I no riacho Ipiranga, três caravelas comandadas pelo português André Gonçalves chegaram ao litoral potiguar. Eram os descobridores do Estado do Rio Grande do Norte, no relato dos historiadores Enélio Petrovich e Marcus César Cavalcanti.

    Um ano antes – em 1500 - a frota do descobridor Cabral já teria desembarcado na costa do nosso Estado, ao invés de Porto Seguro na Bahia e o monte avistado ao longe e denominado “Monte Pascoal” seria a “Serra do Sabugi”. Em Porto Seguro, até hoje não foi encontrado nenhum marco da posse inicial portuguesa. Apenas, alguns documentos que revelam que daquele local o Brasil seria melhor administrado. Na Serra do Sabugi, há um marco de posse. O pesquisador conterrâneo dr. Lenine Pinto, em seu livro “Reinvenção do Descobrimento” demonstra essa versão do descobrimento, com impressionante segurança científica. Segundo ele, Colombo, Vasco da Gama e Duarte Pacheco teriam pisado o chão brasileiro, antes de 1500.

    A “semana da Pátria” lembra que o Brasil ainda permanece na busca da sua verdadeira origem histórica.            O historiador Luiz Nogueira Barros, em apoio à tese do dr. Lenine Pinto, observa que “Portugal não tinha as condições para a aventura marítima a que se lançou” e a expedição de Cabral tanto já conhecia o caminho para chegar ao Brasil, que fez “uma viagem sem intervalos, com água e alimentos calculados para a travessia, anteriormente traçada por Vasco da Gama, desviando-se, inclusive, de ilhas onde a peste assolava e sempre foram pontos de abastecimentos obrigatórios”.  Na semana de comemorações da independência, o RN continua como referência obrigatória pela sua posição geográfica privilegiada no Atlântico Sul, que determinou o próprio descobrimento do Brasil.

    Câmara Cascudo, em uma de suas “Acta diurna”, registrou o ano de 1927 como “de intensa glória aérea para Natal”, que espalhou o seu nome no noticiário da imprensa universal, com a aterrisagem pioneira em 18 de julho, na praia da Redinha, do avião Breguet-307, pilotado por Paul Vachet.  Logo depois, em 14 de outubro, o campo de pouso de Parnamirim, “provisoriamente preparado”, foi inaugurado pela dupla de pilotos Costes e Briv, os primeiros a fazerem o salto atlântico de São Luís do Senegal, na África, a Natal.

    Na II Guerra Mundial, a base aérea de Parnamirim – ponto avançado do hemisfério sul - evitou que o nazi-facismo tivesse sucesso na África. Que transformações teriam ocorrido no mundo na década de 40, se não existissem o Rio Grande do Norte e a base aliada de Parnamirim (“Parnamirim field”)?   

    Os aviões partiam da atual Grande Natal, em linha reta rumo a Dakar (África), no grande salto sobre o Atlântico Sul. Um jornal semanal, editado na época em inglês - “Foreign Ferry News” - noticiou que a base “Trampolim da Vitória” ficava completamente coberta de aviões, na construção da democracia universal. Registra-se  o encontro histórico dos presidentes Roosevelt e Getúlio Vargas. Aqui, ainda, estiveram a sra. Roosevelt e inúmeros artistas de Hoolywood. O coronel Luiz Tavares Guerreiro escreveu a Cascudo em 1943 e declarou que Parnamirim era um dos maiores aeroportos das Américas, e Natal “constituía uma das oito capitais do mundo, vértice onde se entrecruzam os meridianos de todas as comunicações”.

    Atualmente, a área metropolitana de Natal, com a construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, será o vértice onde se cruzarão os interesses econômicos globais no continente latino-americano. O Rio Grande do Norte, desde 1500 até hoje, tem a vocação natural de pólo avançado na América Latina e Caribe. Fomos vanguarda estratégica no descobrimento do Brasil, período colonial e na II Guerra Mundial. No século XXI, poderemos ser pólo exportador e de turismo, gerando empregos, oportunidades e divisas nacionais, através de uma área de livre comércio-ZPE, ao lado do futuro Aeroporto.

    A hora é de olhar os precedentes da história e não deixar o “trem passar”, mais uma vez. Para isto, é necessário fazer “o dever de casa”.

    OLHO ABERTO

    Há anos repito o mesmo argumento, que o Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, declarou na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal: "o aeroporto de São Gonçalo do Amarante só sairá se for demonstrada a sua viabilidade econômica". "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Será que - depois de perder tanto tempo - a classe política do Estado se convencerá, de que o sr. Luciano Coutinho tem razão, já que não quis até hoje dar importância e prioridade ao meu "grito de alerta" em favor da criação de uma área econômica especial - ZPE-, no "Grande Natal"?

      O Governo Federal anuncia que contratará uma auditoria internacional para examinar a viabilidade do nosso aeroporto. O leitor já imaginou, quantos quilômetros teríamos andado em busca desse objetivo, se já existissem os estudos que sugeri na Câmara Federal e em OPINIÃO, desde 2004? Sempre achei que o Governo e a sociedade civil deveriam mobilizar a "inteligência local", os jovens, as Universidades e prepararem estes estudos que o BNDES está pedindo. Os talentos anônimos do Estado, desde que lhes desse oportunidade, fariam esse trabalho. Não tenho dúvida.

       Resta, agora, ao RN "correr em busca do tempo perdido". Sabendo de antemão, que o aeroporto será realmente "sonho de mil e uma noites", se antes de iniciada a construção civil, não for demonstrada, tin tin por tin tin, a sua viabilidade econômica, sobretudo na geração de empregos (prevejo a curto prazo mais de 50 mil), distribuição de renda e ampliação da pauta de exportação nacional. Construí-lo e deixar a viabilidade para depois é uma heresia econômica, além de comprometer a transparência. Não haverá PPP, nem concessão, porque ninguém investirá no escuro. O BNDES está dizendo, justamente o que venho alertando.

      Nada posso fazer. Estou sem mandato. Apenas, escrevo o que penso. Acredito que será possível salvar a única bandeira viável para o RN tranqüilizar as gerações do futuro, dando-lhes empregos e oportunidades. Essa bandeira será a luta sem tréguas, a favor de uma área econômica especial na "área metropolitana de Natal", como única forma do aeroporto de São Gonçalo do Amarante sair do papel e tornar-se realidade.

      Depois de perder a refinaria de petróleo, se o RN perder também essa chance restará para o nosso povo, apenas, a incerteza!  (Comentários)

    Empregos em navios

                A “Royal Caribbean” – companhia mundial de cruzeiros marítimos – iniciou no Brasil o processo de seleção de 600 vagas em seus 31 navios, que navegam no Caribe, Bahamas, Alaska, Havaí, Europa, Austrália, Ásia e Canadá. Os salários oscilam entre U$ 534.00 e U$ 2.800.00. Os interessados devem falar inglês. Informações no site  www.tripulantes.com.br.

    Concurso (I)

                Instituto Nacional de Metrologia e qualidade industrial (Inmetro), de 29 de setembro a 16 de outubro inscrições para os interessados no cargo de especialista (167 vagas), com exigência de nível superior. Informações no site www.cespe.unb.br e no fone (61) 3448 0100.  Remuneração de R$ 9.846.77.

    Casa própria. Cuidado!

                Na hora de financiar a casa própria tenha cuidado com as ofertas de financiamento longos, como 25 anos. Os juros embutidos e correções são maiores. Isto pode elevar em mais de 100% os valores finais. O alerta é da Associação Brasileira dos Mutuários de Habitação.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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