Opinião

• 08 de Janeiro de 2005

  2005, ANO POLÍTICO

  

   

   

   

   

              Tenho conversado muito sobre política local. O recesso do Congresso leva a isto. Chegam os amigos do interior, da capital e o “papo” é sempre o mesmo. A pergunta freqüente é se 2005 será um ano administrativo ou político. A todos, respondo que 2005 será essencialmente político.

              Como poderá deixar de ser um ano político, se a reforma partidária e eleitoral estará na prioridade do Congresso Nacional? Se a verticalização, que imobiliza e engessa as coligações, está com os seus dias contados? Se outubro será o mês fatal para montagem dos “esquemas de 2006” com o encerramento do prazo legal para mudança de partido e novas filiações? Se a votação proporcional no modelo atual poderá ser substituída pelas “listas partidárias”, voto distrital ou um sistema misto? Se o financiamento público de campanha terá que ser implantado no país, sob pena de falência progressiva da própria democracia? Se a proibição de coligações em eleições proporcionais e a fidelidade partidária avançam como temas prioritários? Se cresce no Congresso a tese da prorrogação do mandato presidencial para seis anos com a conseqüente discussão de idêntica prorrogação para os Governadores de Estado? Se a “eleição única” (de vereador a Presidente da República) transforma-se em exigência da própria sociedade, como forma de redução dos gastos astronômicos das eleições?

              2005 será um ano administrativo e político. A disputa eleitoral ocorrerá em 2006. Mas, como não há jogo sem treinamento, começa este ano a escalação das equipes. Talvez, apenas o Presidente da República e alguns Governadores neguem isto com o objetivo estratégico de imobilizar os adversários. Aqueles que tenham projetos políticos devem, portanto, ficar de olho aberto. Para evitar surpresa e não serem obrigados a correr atrás do prejuízo.

  

              Celso da Silveira. Poeta, escritor, jornalista, professor. Conheci-o desde a década de 60. Em nossas conversas, o tema permanente era o Assu. A sua terra era também a do meu pai, que me transmitiu especial admiração pelo pai dele, João Celso.

              É imenso o vazio deixado pela figura humana de Celso da Silveira. Recordá-lo, de agora por diante, será a melhor forma de homenageá-lo e mostrar aos mais jovens o exemplo de um homem bom, fraterno e solidário.

  

  Mérito

              O Conselheiro Alcimar Torquato, do Tribunal de Contas do Estado, chega por méritos, pela terceira vez, à Presidência da Corte. Ele personifica a figura do conciliador, articulador e homem de experiência com os fatos políticos e administrativos do Estado.

  Vitória de Caicó

              Na presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em 2002, destinei verba da própria Comissão no Orçamento para viabilizar a instalação de Varas da Justiça Federal no país. A grande luta que tive foi incluir Mossoró e Caicó. A de Mossoró já funciona há tempo e Caicó foi instalada esta semana. Tudo isto me dá a sensação do dever cumprido.

  

  Vestibular CEFET

   Até sexta, o prazo de inscrição para o vestibular 2005.1 do Cefet (106 vagas distribuídas em seis cursos). Somente concorrerão candidatos oriundos de escolas públicas. Informações pelo telefone (084) 4005 2679.

  

              Terça, aniversário de nascimento de um dos maiores talentos potiguares: Augusto Severo. Natural de Macaíba, é considerado o “mártir da tecnologia aeronáutica”. O “Pax” – a sua invenção – chegou a voar por mais de dez minutos, porém explodiu. O seu nome está ao lado daqueles que tentaram dominar os espaços, como o Padre Bartolomeu Gusmão e o mineiro Alberto Santos Dumont.

              O senador potiguar Almino Afonso afirmou, após a sua morte: “Tendo se esforçado para vencer os astros, venceu a morte”.

              Na França, no local da queda fatal do “Pax”, existe uma placa de mármore com os dizeres: “A la memoire de L’Aéonaute Brésilien AUGUSTO SEVERO et de son mécanicien français GEORGE SACHET Chute du dirigible PAX – Av. du Maine, Le 12 de mai de 1903”.

  Publicado em 09.01.2005 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.

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