Opinião
-
22 de Janeiro de 2006
PERGUNTAR NÃO OFENDE...
O processo eleitoral no Rio Grande do Norte, quanto a nomes de candidatos, coligações e acordos, não está diferente do de todo Brasil. Ninguém sabe quem é, ou, quem será quem. “Imbróglio” total. Certamente, é a primeira vez, no período republicano, em que isto acontece. A causa maior, já aqui comentada, é a falta da reforma político-eleitoral que o Congresso deixa de fazer.
AÇÃO DE VILMAA governadora Vilma de Faria ensaiou a montagem de uma estratégia de reeleição, com mudanças no secretariado. Deu a entender, ousadamente, que abriria o processo, mesmo sem a definição sobre a verticalização. O importante para ela seria saber com quem conta eleitoralmente. Diz-se que teme a estratégia do PFL de ganhar tempo e não lhe restar alternativa. O temor é inteiramente improcedente. O senador José Agripino age com prudência, diante da indecisão jurídica sobre a verticalização e as suas responsabilidades na sucessão presidencial. Não pode iniciar conversas com ninguém, sem conhecer as regras do jogo.
Por outro lado, as alterações na equipe de governo não levaram partidos bem contemplados – como o PMN – a anunciar o apoio incondicional à reeleição, até agora. Comenta-se crise e conflitos internos no próprio PMN. A causa maior seria o fato de o deputado Raimundo Fernandes ter abocanhado a maior fatia de influência no Governo. Os que ficaram no “ora veja” protestam e aumentam as dificuldades da Governadora. Nesse contexto, uma coisa deve ser reconhecida: o líder estadual do PMN, deputado Robinson Faria, que conheço muito bem, é um político de palavra e compromisso.
PT, PP, PTBO PT salpica declarações na imprensa local, sem afirmar categoricamente a adesão definitiva ao Palácio Potengy. O PTB assemelha-se às marés altas e baixas. Caminha em função de interesses eleitorais imediatos, admitindo qualquer saída. A única afirmação peremptória do PTB-RN é a aliança local com o PT, em apoio à reeleição do Presidente Lula, embora, pelo que se conhece, até essa solidariedade possa ser mudada de última hora!
O PP, após a eleição de Severino Cavalcanti, ensaiou ser o fiel da balança no Estado. Foi ferido mortalmente com a renúncia do Presidente da Câmara. Se prevalecer a origem histórica dos seus dirigentes locais, será um aliado do PMDB. Do contrário, abre-se ao diálogo amplo, sobretudo onde haja espaço de votos disponíveis para deputado federal.
CAMINHOS DO PFLPMDB e PFL curtem também a incerteza eleitoral. A diferença é que o PFL-RN trabalha, confortavelmente, um projeto viável, respaldado pelo prestígio nacional do senador José Agripino. 3Se ele for indicado à Vice Presidência, o PFL-RN sairá forte em 2006, pelo sopro do poder federal. Se não indicado, o líder pefelista optará entre: (1) candidatar-se a Governador do Estado, com total apoio da coligação nacional, ou, (2) com a certeza de um Ministério Federal, caso vitoriosas as oposições, conduzirá o partido para uma coligação no RN, nos limites permitidos pela lei vigente. A tendência será o PFL coligar-se com o partido que aceite a indicação de dois pefelistas para vice-governador e senador.
A pretensão do PFL a duas posições na chapa justifica-se pelo fato de partidos, com muito menor peso eleitoral, já reivindicarem um cargo majoritário, e até jogam para, no final, elegerem dois majoritários, como é o caso do PSDB. Como nivelá-los ao PFL, que dispõe de maior estrutura político-eleitoral? Se o PFL aceitar ser subestimado, jogará na lata do lixo a situação privilegiada em que se encontra hoje, tudo construído com liderança, unidade e coerência. E o senador José Agripino não é amador em política. Melhor será a chapa “puro sangue”.
CAMINHOS DO PMDBO PMDB tem a situação mais delicada, a começar do plano nacional, onde são visíveis as divisões e choques. No RN, o senador Garibaldi Alves é candidato a voltar ao Governo, desde o dia em que deixou o Palácio. Talvez esteja na frente de pesquisas pela divisão natural de preferências entre o PFL e o PSB, que têm as mesmas origens políticas. Manter o favoritismo é o seu maior desafio.
Perguntar não ofende....E a verticalização, cairá ou não? Vilma desejaria unir-se a Garibaldi, em uma chapa na qual fosse candidata ao Senado? Ela poderia fazer o mesmo com o PFL? E o eleitor perdoaria o medo de Vilma perder para Governo e barganhar com o Senado? O eleitor gostará dessa indecisão? Será que o feitiço cairia sobre o feiticeiro?
E mantida a verticalização, o PFL junta-se ao PSDB, ou preferiria “chapa puro sangue”? Geraldo Melo se manteria na posição inflexível de exigir “compromisso” e fazer coligação “branca” com Garibaldi? O PSDB e PTB topariam ter candidatos sozinhos ao Senado, já que alegam liderança em pesquisas?
Será mais fácil o eleitor entender a união de Vilma com JA? Ou isto não pesará no resultado final?
A grande verdade é que perguntar realmente não ofende. Responder é que são elas...
Expediente ampliado
As cinco agências do INSS em Natal e a de Mossoró estão com o horário de atendimento estendido em quatro horas. O objetivo é diminuir as filas e melhorar a viabilidade do atendimento. Essa medida deverá ser adotada em todas as 22 agências do Estado tão logo o concurso para contratação de novos servidores seja realizado. No RN, as gerências executivas da capital e do Oeste decidiram pelo uso de um horário alternativo. No caso de Natal, as agências estão funcionando entre 7h30 e 17h30, enquanto em Mossoró, entre 7h e 17h.
Publicado em 22.01.2006 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.
Notice: Undefined variable: categoria in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Trying to get property of non-object in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined index: pagina in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined variable: totalPaginas in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined offset: 1 in /home/neylopescom/public_html/restrito/incs/funcoes.php on line 618