Marca Maxmeio

Opinião

  • 11 de Fevereiro de 2006

    PFL E PSDB

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                Caiu definitivamente a verticalização. Dificilmente o STF retirará do Congresso o poder constituinte derivado de promulgar emenda constitucional. O princípio da anualidade eleitoral somente estaria ferido se fosse uma lei alterando o processo eleitoral. Emenda constitucional, não. Agora, começa a ferver a política brasileira. No Rio Grande do Norte, o senador Garibaldi Filho puxou o cordão em busca de alianças. Admitiu possíveis dissidências, afirmando que isto não é ortodoxo, e quem discordar de acordos poderá tomar o rumo próprio (TN em 5.2.06).

                Aliás, em 1978, Agenor Maria, sendo do MDB, opôs-se à tentativa de juntar “azeite com água”, quando Aluízio Alves anunciou apoio à ARENA, de Dinarte Mariz e Tarcísio Maia. Discordou e, mesmo na dissidência, elegeu-se deputado federal em plena revolução. O povo aplaudiu a sua coerência.

                Um fato curioso, exposto em uma formulação que abusa do sofisma, partiu do ex-senador Geraldo Melo, quando declarou que não cria dificuldades para a união com o PFL, mas advertiu “como se pode esperar, exatamente no nosso Estado, o PFL se coloque em curso de colisão” com o PSDB. “Só uma análise inteiramente desligada da realidade pode admitir isto” – concluiu Geraldo Melo. Tucanos declararam à imprensa o grosseiro e ofensivo argumento de que JA faria “trama”, ou iria “brigar” com o PSDB estadual, caso aceitasse acordo para o PFL indicar nome na disputa do Senado. Esquecem que a decisão de liberar as vagas de vice e senador não é do PFL, mas sim do provável aliado, se por deliberação própria assim desejar. Aliás, o PSDB-RN pode tranqüilizar-se, porque, ao que sei, o PSB oferece também as duas posições ao PFL.

                O inusitado raciocínio é como se existisse ainda a verticalização, ou seja, a imposição de cima para baixo de coligações entre partidos, que apóiem o mesmo candidato à Presidência.

    POR QUE COLISÃO?

                Por que considerar “rota de colisão” o PFL buscar a sua conveniência regional, assegurada no momento brasileiro a todos os grupos? Afinal, a candidatura do senador José Agripino à vice-presidência da República não seria um “dogma”, a ponto de impedir que o PFL tenha opções livres nas composições estaduais. A indicação de JA não depende da cúpula do PSDB, nem do Diretório Regional-RN, mas sim da Convenção do PFL. Portanto, não pode haver condicionamentos, nem sugestão prévia de nomes (o que seria interpretado como veto antecipado), até porque a possível aliança PSDB-PFL-PMDB já asseguraria ao PSDB, na hipótese da vitória de Garibaldi Alves, um lugar no Senado, na pessoa do seu suplente, o tucano João Faustino. O PFL, elegendo o senador, seria aliado natural do PSDB. Ou existe a premissa de que o PFL não é confiável e por isto o PSDB teria que eleger dois senadores em uma mesma eleição?

                Além do mais, é falso alegar que as forças de oposição estarão obrigatoriamente unidas no país. Na recente votação sobre a queda da verticalização, o PFL tomou uma posição e o PSDB outra oposta. E mais: o PSDB caminha, em vários Estados, para discordar do PFL e subir em palanque contrário, como em Alagoas e Acre, onde PT e PSDB, antagônicos na disputa presidencial, poderão estar na mesma coligação. Em Sergipe, o PSDB apoiará o prefeito Marcelo Deda, do PT, contra o governador João Alves, do PFL. No Distrito Federal e na Bahia, o PSDB terá como adversário o PFL. Em São Paulo, o PFL tem candidato próprio e o PSDB não se dispõe a apoiar. No Rio de Janeiro, o PSDB resiste ao candidato do PFL – o potiguar de Ceará Mirim, Eider Dantas – e pode coligar-se até com o PT.

    POR QUE SÓ O RN AMARRADO?

                Por que somente no Rio Grande do Norte o PFL estaria “amarrado” e proibido de indicar um nome para o Senado? O PFL agradece o apoio dos tucanos locais à candidatura de JA à vice-presidência e, em qualquer situação, respeitará o Sr. Geraldo Melo, inclusive se ele for candidato a senador pela sua própria legenda, já que lidera as pesquisas.

                O exemplo maior de o Governador assegurar as posições de Vice e Senador ao partido aliado ocorreu em 2002, em São Paulo, quando se elegeram Geraldo Alkimin (governador do PSDB), Cláudio Lembo (vice) e Romeu Tuma (senador), ambos do PFL.

                Como o senador Garibaldi Alves admitiu dissidências, talvez só reste o caminho, na hipótese de efetivada a aliança, de os discordantes deixarem de votar no candidato a Presidente do PSDB, sob o estranho argumento da “rota de colisão (!!!). O PFL votará, sem problemas”.

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    Talento potiguar (I) - Marco Antônio Rocha é um dos mais completos profissionais que conheço, além de possuir excelente caráter. Em um período recente, prestou serviços na direção do SENAI-RN. Numa assessoria internacional, contribuiu para a consolidação do CIN (Centro Internacional de Negócios) e para a criação do Eurocenter, da Fiern. Teve que deixar Natal, mesmo contra vontade. Convidado, passará a prestar serviços de alto nível no Núcleo de Estudos Estratégicos (NEST) e na área de relações internacionais, na Universidade Federal Fluminense. O Estado perde muito com a sua ausência

    Parabéns – O Ministério da Educação, através do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), classificou o colégio CEI em primeiro lugar entre as escolas particulares de Natal. A média obtida pela instituição potiguar foi de 70,36, bem superior à média total nacional de 57,259.

    Esclarecer é bom... - O PFL do RN não fez acordo político com nenhum grupo local. O líder José Agripino reafirma a disposição de conversar com todos e depois ouvir o Partido. Seguramente, tanto o PMDB quanto o PSB admitem claramente composição com o PFL. O senador José Agripino é o nome do partido lançado para governador, que também poderá ser indicado à Vice-Presidência da República.

    FUNDEB: grande avanço -    A Câmara já aprovou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), que substituirá o Fundef. A principal alteração foi o piso nacional para os professores, que será definido em lei ordinária. Já existe a estimativa que fique entre R$ 700,00 a R$ 750,00. A média salarial, hoje, no Nordeste, é de R$ 410,00.

    Fórum - No próximo sábado (18), irei a Apodi, em companhia do Presidente do Tribunal de Justiça do RN, desembargador Amaury de Souza Sobrinho. Participaremos de uma reunião com o Fórum do Apodi, reivindicando melhorias para a justiça local.  Entre os pontos defendidos estão a elevação da categoria da Comarca, a nomeação de mais um promotor e melhores condições materiais de funcionamento. À tarde, ainda em Apodi, participo da solenidade de formatura da turma de Pedagogia da Universidade Vale do Acaraú, da qual sou o patrono. O evento ocorre na Casa da Cultura. Aproveitarei a viagem para fazer contatos políticos na região Oeste do Estado.

    Alkimin - Foi grande a repercussão no Estado da entrevista que fiz com o governador de SP, Geraldo Alkimin, sobretudo por termos tratado de questões estaduais, como a exclusão do rio Mossoró-Apodi do projeto da transposição do São Francisco; a ferrovia Transnordestina e a criação da área de livre comércio na região metropolitana de Natal, pólo para criação de mais de 50 mil empregos no RN, a curto prazo.

    Publicado em 12.02.2006 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.


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