Marca Maxmeio

Opinião

  • 18 de Fevereiro de 2006

    COLIGAÇÃO: GANHAR O QUÊ?

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                Concedi recente entrevista à imprensa, quando declarei: “vou ganhar o quê no palanque do PMDB?”. Tudo a propósito da possível aliança PFL-PMDB no Estado.

                É necessário completar o meu pensamento, para evitar as interpretações de má fé. Toda declaração é feita dentro de um contexto que, muitas vezes, o espaço da notícia não registra.

    1.      Não se pode “tapar o céu com uma peneira” e dizer que não existem “entendimentos” entre PMDB/PFL. Garibaldi e José Agripino confirmaram isso em entrevistas. Logo, não agiram de forma apressada ou precipitada aqueles que comentaram tal união, como fizeram Getúlio Rego, José Adécio, Chiquinho Germano, Leonardo Rego, Ney Lopes e outros. Afinal, estamos em um partido democrático.

    2.      A minha posição partidária é de colaborar com a indicação do senador José Agripino à vice-presidência da República e, caso ela não se concretize, colaborarei com a candidatura dele ao Governo do Estado, pelo PFL. Contribuirei para fortalecê-lo. “Na hipótese de o PFL-RN optar por uma coligação estadual será normal conversar com todos, na busca do interesse público. Não se justificam radicalizações.”

    3.      Respeito aqueles que se opõem à minha candidatura ao Senado (quinta tentativa no partido). Porém, não se justifica a acusação gratuita de que sou inviável eleitoralmente, por suposto desempenho pífio na eleição de Natal, em 2004. Todos sabem que, naquela oportunidade, aceitei candidatar-me a Prefeito de Natal como “missão partidária” de última hora. Apenas para evitar que o PFL ficasse “seguro no pincel”. Estava em jogo a liderança pessoal de José Agripino. Alguns fugiram para o interior do Estado e outros seguiram a Governadora. De nada adiantaram os apelos de JA. A votação final correspondeu exatamente aos votos do PFL em Natal, em um contexto em que muitos correligionários já tinham compromissos assumidos.  O resultado não demonstrou o meu potencial eleitoral, tendo em vista ter sido o candidato de menor rejeição (menos de 3%) e nas pesquisas qualitativas do PFL, durante a campanha, era apontado como o mais preparado para o cargo. Não posso arcar sozinho com a derrota que, na verdade, foi do sistema pefelista, em um momento difícil. Aliás, repetiu-se o ocorrido em1998.   

    4.      Apliquei pesquisa pós-eleição 2004, que apontou como causa da derrota a demora no lançamento do nome e o desejo de grande parte da população em minha permanência no mandato de deputado federal, cujo desempenho foi aprovado por 42% do eleitorado de Natal. Recordo, para conhecimento dos ofensores, que fui o deputado federal mais votado da legenda do PFL em 2002 (quase 100 mil votos), sendo reeleito há seis legislaturas, sempre com votações crescentes no Estado. Quem alcança tais índices teria desempenho eleitoral pífio na vida pública, que o impeça de candidatar-se ao Senado? Se houver tal impedimento, a nossa coligação não poderá chamar-se “vontade do povo”, mas sim “vontade de alguns”.

    5.      “Vou ganhar o quê no palanque do PMDB?”. Disse e repito esta frase. Por qual razão?  Simplesmente por ser normal, em qualquer entendimento político, surgir a natural pergunta: ganhar o quê com a união de legendas? Quando só a barganha ou um lado ganham, a união não é boa. Ao declarar, jamais pensei em interesse pessoal, candidatura ao Senado, ou busca de votos. Quem me conhece, sabe que não ajo assim. Sempre “cheguei lá” pelo voto direto, levando nas mãos a bandeira da coerência, da lealdade e da ética.

    6.      Chamei a atenção para “ganhar o quê”, advertindo a necessidade das negociações preservarem a dignidade, a coerência do discurso de palanque, definição clara de benefícios para a população, evitando transparecer que os partidos estariam articulados somente em torno de interesses subalternos ou personalísticos. Para mim, a pergunta “Ganhar o quê?” significa os partidos fixarem, em comum, objetivos e metas concretas, em torno de uma “agenda positiva para o RN”, geradora de empregos e oportunidades para todos, que envolva compromissos públicos de luta pela área de livre comércio (poderá existir aeroporto sem área livre; mas não existirá área livre sem aeroporto); investimentos no pólo gás-petrolífero de Guamaré, sobretudo a fábrica de PVC, defendida pelo senador José Agripino; inclusão do Vale do Apodi na Transposição do rio São Francisco e incremento na região da fruticultura, pesquisas de minerais e mel de abelha para exportação; incentivo à produção de álcool, biodissel e respectivas matérias primas, já que estas fontes de energia crescem no mundo; inclusão do RN na ferrovia Transnordestina; plano de saúde pública estadual, com base em hospitais pilotos de excelência médica, nas várias regiões; política educacional voltada para a educação infantil, ensino profissionalizante e criação de centros universitários no Agreste (incluindo região Central), Seridó, Mato Grande (região salineira) e ampliação no Oeste, além de outras prioridades.

    7.      Aprovada a “agenda positiva para o RN”, justificar-se-ía a união partidária. O interesse público estaria preservado e caberia a frase recente do senador José Agripino: “O passado não pesará. Faço política com racionalidade”.

    8.      Lembro, por oportuno, que em 2004, o PFL, no segundo turno, subiu no palanque do PSDB, cujo candidato à Prefeitura de Natal era o deputado Luiz Almir.

    É esta, em resumo, a minha opinião.

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    In memoriam (I)

                Faleceu o empresário Djalma Vieira Diniz. Natural de Alexandria, pertencia a uma família de 12 irmãos, todos dedicados ao comércio. Homem de larga visão. Deixa lacuna impreenchível no empresariado potiguar.

    In memoriam (II)

                O médico Hiram Digo Fernandes foi velado em Natal, na última segunda. Professor da UFRN, sempre se revelou profissional de alta competência. A classe médica está enlutada com o seu desaparecimento.

    Dívida rural

                Será o caso de uma verdadeira “cruzada parlamentar” no Congresso Nacional para derrubar o veto presidencial, caso ocorra, no projeto de lei já aprovado na Câmara e no Senado, que repactua dívidas oriundas de operações de crédito rural, contratadas até dezembro de 2000, na área de atuação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene).

    A proposta

                A proposta é justa, considerando as condições atípicas do Nordeste, onde o índice de inadimplência é de 40% dos financiamentos rurais e o produto bruto interno da região vem caindo desde 1990. Pelo projeto aprovado, haverá um prazo de 25 anos para amortização, incluídos quatro anos de carência. O pagamento em dia terá o incentivo do desconto de 3% sobre o saldo devedor.

    AGRADECIMENTO

                Agradeço o carinho e a homenagem da amiga Deuzinha, do Sítio Córrego, em Apodi, que me enviou uma poesia por ocasião do meu aniversário, no último dia 14. Transcrevo agora uma pequena estrofe:

    • "Ney Lopes sou tua fã
    • adoro te fazer rima
    • a poetisa que te estima
    • não podia te esquecer
    • quem brilha mais é você
    • de todos os deputados
    • também será o diamante
    • prá se destacar no senado."


    Publicado em 19.02.2006 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.

     


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