Opinião

• 27 de Maio de 2007

  A VENDA DAS REFINARIAS

  

   

   

   

  Não se pode negar que a venda de nossas duas refinarias na Bolívia por US$ 112 milhões foi um prejuízo financeiro. A Petrobrás pagou US$ 136 milhões na compra das unidades e investiu US$ 1.6 bilhão (18% do PIB boliviano). Importamos da Bolívia 26 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, a metade do consumo interno. O risco é ficar sem gás. A nacionalização de Morales obrigou a Petrobrás a pagar 82% de impostos e royalties, ao invés dos 18% anteriores, sendo reduzido para 50%, na última negociação.

  Penso, logo digo... Diz a sabedoria popular: “antes um mau acordo, do que uma boa questão”. O adágio aplica-se às refinarias “Gualberto Villaroel”, em Cochabamba e “Guillermo Elde”, em Santa Cruz de La Sierra.

  Encontramos a saída possível. Apelar para arbitragem internacional demoraria muito. O importante será conviver com a instabilidade política do Governo Morales, sem prejudicar a caminhada vitoriosa da Petrobrás no continente latino-americano, colocado como o terceiro produtor; principal consumidor de petróleo; segundo maior em capacidade de refino; o maior produtor de energia da região e líder no programa do etanol.

  O Brasil é quem tem o que perder e não poderia importar a fragilidade política e territorial da Bolívia, que a cada dia põe em risco a sua própria unidade nacional pela divisão do país em três regiões distintas e não integradas: o Altiplano, o Centro (Cochabamba) e o Oriente (Santa Cruz de la Sierra). Em Santa Cruz de la Sierra - justamente fronteira com o Brasil -, grupos de guerrilha intensificam esforços de separação, através do movimento “Nación Camba”. A intransigência levaria o Brasil à perda integral da refinaria “Guillermo Elde”, além de reagir à secessão em Santa Cruz de la Sierra.

  Agiu corretamente o governo brasileiro.

  

  Dói falar de amigos que partiram para a Eternidade, sem aviso prévio. O vazio da lembrança torna verdadeira a expressão de Pascal, de que “numa grande alma, tudo é grande”.

  1. Murillo Britto. Herdeiro da têmpera seridoense. O seu pai, Stoessel de Britto foi parlamentar, líder político, empresário agrícola. Murillo viveu para fazer amigos. Cordial, sincero, percorreu com a sua querida Maisa – a esposa – e os filhos um caminho reto e digno de vida. Todos gostavam da sua convivência e amizade. Lembrá-lo com respeito e saudade é a homenagem que lhe prestamos.

  2. José Fernandes. Médico, amigo, parlamentar, prefeito, Conselheiro do TCE. Jamais deixou de dedicar-se à sua querida cidade de Martins e à região Oeste. O seu nome será referencia na história dos políticos com verdadeiro espírito público no RN.

  

  Medo dos estrangeiros

  Comenta-se, por fonte segura de Brasília, que investidores europeus interessados na concessão das partes nobres do aeroporto de São Gonçalo do Amarante e na PPP (Parceria Pública Privada) para a sua construção começam a temer as últimas denúncias em apuração na “CPI da Infraero” no Congresso e as ilicitudes de capitais estrangeiros aplicados em nosso Estado. Até Embaixadas, por cautela, avaliam o negócio, por achá-lo “perigoso”. Fui procurado para opinar.

  

  Correio Brasiliense

  O redator chefe do Correio Brasiliense, jornalista Josemar Gimenez, convidou-me para escrever na página de opinião daquele jornal. Já publiquei artigo sobre patentes.

  Eficiência

  A professora Célia Ribeiro, que deixa a direção do Instituto Euvaldo Lodi – IEL – da FIERN para chefiar o gabinete do Reitor da UFRN dá mais uma prova de eficiência e competência. Depois do escritório de Mossoró, foi inaugurado, na última quinta, escritório do IEL em Caicó, com estágio para 200 estudantes.

  Lute por sua poupança

  Quinta-feira próxima termina o prazo para quem tinha poupança em junho de 1987 buscar a justiça para receber a diferença do rendimento, aplicado pelo Plano Bresser. Depois de quinta, o dinheiro ficará com os bancos. O Superior Tribunal de Justiça já deu ganho de causa em várias ações. E muitos bancos fazem acordo com desconto de 10%. Herdeiros podem mover a ação.

  Concurso

  A Petrobrás abre concurso público com 163 vagas; remuneração entre R$ 3.119.22 e R$ 3.426.47 (nível superior) e R$ 835.12 a R$ 1.189.05 (nível médio). Os interessados devem acessar o endereço eletrônico www.cespe.unb.br de 4 a 26 de junho. Serão aplicadas provas em Natal.

  Brasil imperialista

  O presidente Lula ouviu severas acusações contra o Brasil, na sua última visita a Assunção. Os paraguaios usaram o mesmo “blá blá blá” do PT no passado, quando pretendia chegar ao Poder. Chamaram o nosso país de “imperialista, explorador e mentiroso”. Tudo por conta do acordo que formou a Itaipu binacional.

  Publicado aos domingos nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.

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