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Opinião

  • 17 de Agosto de 2012

    Valerá a pena tentar, novamente!

     2012-08-19-opiniao

    R$ 133 bilhões foram destinados no último “pacote” do governo federal para ferrovias e rodovias. O Rio Grande do Norte está completamente de fora. Da mesma forma que ficou fora da ferrovia transnordestina, quando no dia 12 de maio de 2005, perante a então governadora Vilma de Faria e a bancada federal, o ministro Ciro Gomes, em seu gabinete anunciou, sem “meias palavras”, que seria excluído da ferrovia transnordestina. Gerou-se um mal estar. Perguntei como se poderia chamar de transnordestina uma ferrovia que exclui o mais nordestino dos Estados do Nordeste, com 95% do seu solo no semi-árido. Nada responderam.

    Aleguei que no programa “Brasil ferrovias” estavam fora da transnordestina, os Estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. Com o novo traçado, segundo o jornal “Valor Econômico”, apenas o RN continuara de fora. O Governo Federal incluiu o Ceará, deixando de lado o nosso Estado. O Ceará entrou pelas mãos de Ciro Gomes.  Protestei na hora, não pela inclusão, mas pela nossa exclusão.

    Certamente, para agradar o ministro houve até parlamentar do estado que disse, sílaba por sílaba, na reunião: “eu tenho dúvidas se a Transnordestina é boa mesmo para o Rio Grande do Norte”. A declaração está gravada em fita magnética. Fará parte de livro que escrevo sobre as lutas política que tive (e tenho) em defesa do estado.

    Uma semana depois, em um dos vários discursos na Câmara Federal (todos publicados em livro), fui aparteado pelo ex-governador do Maranhão, deputado João Castelo, que disse: "V. Exa. defende uma causa justa do seu Estado. Não posso entender também como uma ferrovia, que se chama Transnordestina, exclui um importante Estado do Nordeste – o Rio Grande do Norte-, onde o turismo floresce a cada dia".

    O inacreditável foi não ter sido considerada a iniciativa que tive de transcrever nos anais da Câmara dos Deputados, o inteiro teor de estudo técnico do professor Marcos Caldas, do núcleo de logística integrada e sistemas, da Universidade Federal Fluminense, graduado em Londres e autoridade mundial em ferrovias. Ele concluiu pela total viabilidade da inclusão do RN no percurso de 355 km e recomendou o prolongamento da ferrovia, através do Vale do Açu e Mossoró. Todos silenciaram, até as lideranças empresariais interessadas no desenvolvimento do estado.

    A ferrovia Transnordestina, passando por Mossoró, Macau, Guamaré, Assú, o seridó, ou Natal, seria fundamental para o nosso futuro. Viabilizaria a criação de uma “área de livre comércio”, ao lado do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, a última alternativa de desenvolvimento estável que nos resta.

    Infelizmente, o RN é marcado por absoluta falta de unidade de ação e espírito público. No Ceará, por exemplo, quando alguém levanta uma bandeira viável todos se juntam, independente de facções políticas. Aqui, historicamente todos se unem para destruir e criar dificuldades. Uma das últimas vezes que conversei com Aluízio Alves ele me disse que como deputado sempre lutou pela vinda da energia de Paulo Afonso. Entretanto, a bancada nunca lhe apoiou. Ao contrário, sabotava. Ele conseguiu trazer a energia, por ter sido governador.

    Houve até gente do PT, que considerou, à época, a Transnordestina ferrovia privada. Argumento além de ridículo, de má fé. Foram privatizadas apenas as concessões de uso, nunca a definição dos locais por onde passariam as ferrovias nacionais a serem construídas, que continuou sendo competência do Governo federal, através da ANTT.

    Agora em 2012, com tanto dinheiro destinado às ferrovias, seria a hora do RN mobilizar-se e, pelo menos, tentar entrar na malha da ferrovia Transnordestina, que começa no Ceará, pulando o nosso território e prosseguindo na Paraíba até Pernambuco.

    Valeria à pena tentar, novamente, como forma de corrigir a injustiça da nossa exclusão do traçado, em construção!

    Leia também "o blog do Ney Lopes":
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    Ney Lopes – Jornalista; advogado, professor 
    de direito constitucional e ex-deputado federal.

    Publicado aos domingos nos jornais
    DIÁRIO DE NATAL e GAZETA DO OESTE


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