Opinião
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20 de Novembro de 2011
As eleições de 2012 e 2014 no RN
Movem-se as pedras no xadrez das próximas eleições de 2012, no Rio Grande do Norte. Percebe-se que a estratégia nos bastidores é voltada para 2014 e não para 2012. Difíceis prognósticos. Os militantes partidários não influem. O jogo é de “cúpula”. Para análise tomemos a eleição de Natal, por refletir o resto do estado. Fala-se em quase uma dezena de candidatos. Consolidou-se no RN a tese de que idéias e nomes de credibilidade não ganham eleição. Só “esquema”. Jamais se admite a possibilidade do bom discurso conquistar o voto, numa espécie de “primavera árabe”.
Só terá chance quem “tiver dinheiro, voto prévio e apoio de grupos”. O DEM pela voz do seu líder e presidente, senador José Agripino, segundo dizem os jornais, quer uma candidatura única. Fala-se na hipótese do deputado Felipe Maia, uma boa opção. O PMDB, pela voz do seu “todo poderoso” presidente Henrique Alves, discorda de José Agripino e numa demonstração de força lançou sexta última o deputado Hermano Morais e mais de 100 candidatos a prefeito no estado. O PSDB, aliado do Palácio Potengi, teima em resistir com Rogério Marinho, um persistente combatente. A prefeita Micarla de Souza não arreda o pé da reeleição.
O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves lidera as pesquisas, ao lado da ex-governadora Vilma de Faria. O vice-governador Robinson Faria se articula para mostrar que está vivo. O PT coloca o nome do deputado Mineiro. Possibilidade de mudanças somente se for com “moeda de troca“, da mesma forma que ocorreu em 2006, quando o PMDB retirou o apoio à Geraldo Melo para o Senado. Agora, a “moeda de troca” seria descartar Hermano na disputa em Natal e em compensação Henrique ter o apoio do DEM para o Senado. Pesam contrariamente as posições divergentes em relação à Dilma Rousseff, que dificultarão a coerência dos palanques em 2014, na disputa presidencial. O grupo governista converge para garantir a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, que não tem oponente de peso, até agora. Além do mais, em 2014 ela terá o saldo positivo de inauguração das obras da Copa do mundo. Torna-se, em princípio, imbatível.
O apoio dela será fundamental para quem deseje o senado. Por esse motivo, o “dilmista” Henrique Alves comanda o processo e se apresenta como “ecumênico”. Tenta unir os “contrários” para não ter o mesmo destino dos peemedebistas Michel Themer e Ulysses Guimarães, que presidiram a Câmara, desfrutaram do poder federal, mas nunca se elegeram senador. Ao armar um amplo arco de alianças contraditórias, Henrique enfrentará muitas dificuldades em 2014. A eleição para o governo no RN em 2006 comprovou isto.
Uma das táticas para ganhar o jogo de xadrez é não abandonar a pedra chamada bispo e mante-la como opção para o ataque na diagonal. Na hora certa, essa pedra garante a vitória. Certamente, o PMDB em Natal vai jogar assim para consolidar o enorme poder político, que atualmente já detém. A sua pedra bispo se chama Carlos Eduardo Alves. Os peemedebistas agem de forma idêntica ao PSD e montam em 2012 a máquina eleitoral de 2014, impondo nomes e transformando os demais partidos da base governista em reféns.
Para 2012 em Natal, o ex-prefeito Carlos Eduardo leva vantagem nas pesquisas. Isso não é tudo. O RN tem tradição de reverter favoritos. Eleição se decide no dia. Todavia, a vantagem dele é ter a simpatia do ministro Garibaldi Alves, embora mantenha algumas rusgas com o primo Henrique Alves, superáveis na hora “h” por se tratar de família. Senão vejamos. Se o segundo turno for entre Vilma e Carlos Eduardo, o ministro Garibaldi dirá a Henrique que concordou em lançar Hermano Morais no primeiro turno, mas quer em troca o apoio para Carlos Eduardo. O DEM e aliados não terão outro caminho, senão apoiar o familiar dos Alves. Se Vilma não disputar a prefeitura de Natal e apoiar Carlos Eduardo, um eventual segundo turno entre Carlos Eduardo e Felipe Maia fatalmente afastará o PMDB do DEM e do PSDB, pelo risco de veto à Henrique na eleição para presidente da Câmara e a manutenção de Garibaldi como ministro. Tornar-se-á praticamente impossível, os dois não apoiarem um correligionário da presidente Dilma em Natal e trocarem pelo filho do líder da oposição. Mais uma vez, Carlos Eduardo se beneficia.
A estatística peemedebista, se tudo der certo, somará a maioria de prefeitos, força total nos governos federal, estadual e até a possibilidade de um familiar na Prefeitura de Natal. O único fator que poderá estragar a “festa” em 2014 seria a liderança de um nome como Aécio Neves na disputa da presidência, o que transformaria o DEM e PSDB em partidos poderosos. Isso ocorrerá, se o PMDB não aderir em tempo a Aécio, quando perceber o perigo a vista! A história tende sempre a se repetir!
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www.blogdoneylopes.com.brNey Lopes – Jornalista; advogado, professor
de direito constitucional e ex-deputado federal.Publicado aos domingos nos jornais
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