Marca Maxmeio

Opinião

  • 29 de Outubro de 2011

    Crise no mundo, no Brasil e no RN

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    Semana agitada a que passou. No plano internacional, os líderes europeus vararam a madrugada e substituíram no dicionário da economia global a palavra “calote” pela expressão “pacote anti-crise” para reduzir em 50% o valor da dívida grega. Os chefes de governo perceberam que ou perdoavam a metade da dívida da Grécia, ou a epidemia do caos financeiro atingiria a União Européia, ferindo mortalmente Espanha, Itália, Portugal e até a França, que já começa a “balançar”. Aliás, Nestor Kirchner fez o mesmo na Argentina em 2003. Com mão de ferro, enfrentou a “banca” internacional e o FMI. Pagou apenas 30% do valor de uma dívida de U$ 132 bilhões. Eliminou à paridade do peso ao dólar e instituiu sistema de câmbio duplo. Fez tudo que os manuais ortodoxos da economia desaprovavam. Agencias de risco internacional previram que os credores fariam o governo recuar, sob pena de falência das linhas de crédito externas. Nada disso ocorreu. A economia argentina entrou em rota de acelerada recuperação, até hoje. A taxa de desemprego, que chegou a bater em 18% em 2003, hoje é de 7,3% e a renda per capita disparou 60% no mesmo período. Por essa razão, Cristina Kirchner, sua esposa, se tornou a primeira mulher reeleita na chefia de um governo latino-americano, com mais de 53% dos votos, a maior vitória eleitoral desde 1983, quando Raúl Alfonsín obteve 51% dos votos.  

    O que irá acontecer na Europa, ninguém sabe. A partir da próxima quinta em Cannes (França), o G-20 fará análises profundas sobre a conjuntura econômica em crise. O G- 20 é um grupo de países (o Brasil participa) que surgiu em 1999 e em 2008 adquiriu caráter mais amplo, no auge da crise econômica mundial. Este ano, o G-20 ampliou o número de convidados e participarão da Cúpula a Espanha, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Cingapura e Guiné Equatorial.

    O “agito” da última semana atingiu internamente o Ministério do Esporte e particularmente o RN com a saída de secretários de estado e o rompimento do vice-governador Robinson Faria.

    A presidente Dilma estancou a sangria, com a nomeação do deputado Aldo Rebelo, que conheço pessoalmente e é um dos mais qualificados políticos brasileiros. O PCdoB, mesmo diante das denuncias, conseguiu a solidariedade do governo. O mesmo não aconteceu com o PR do ex-ministro Alfredo Nascimento, que saiu chamuscado e sob suspeita de corrupção. A esquerda radical colhe o que plantou. No governo FHC, diante do menor indício de irregularidade, a lança da acusação impiedosa feria mortalmente os acusados. Hoje Palocci, Orlando Silva, José Genoíno e outros se dizem linchados, esquecidos de que foram linchadores famélicos, em passado recente. Nem por isto se deve negar-lhes o direito de defesa e o julgamento justo.

    No Rio Grande do Norte, a governadora Rosalba Ciarlini superou a crise política pós saída do vice-governador Robinson Faria. Com serenidade, recompôs a sua equipe e lamentou o gesto inesperado do seu vice. Politicamente, o sistema governista estadual se mostra mais coeso do que a oposição. Dificilmente, as correntes de Robinson, Vilma, Iberê e Carlos Eduardo chegarão a consenso. São grupos com aspirações idênticas, inflexíveis e acostumados a viverem na sombra de governos. Será uma questão de tempo o choque de interesses e ambições eleitorais entre eles. Ao contrário, Rosalba desponta como a candidata natural à reeleição, sem concorrentes de peso. Até 2014 o seu governo se afirmará administrativamente, o que já começou com a agenda positiva dos últimos dias. A única perfídia que se lança contra ela seria uma suposta influência do esposo, deputado Carlos Augusto, homem de inegável experiência e competência política. Somente quem despreze a virtude da unidade familiar pode assim pensar. Para o próximo ano restará ainda o preenchimento da vaga do senado, com uma disputa acirradissima. Ganhará quem tenha maior credibilidade e não o maior “esquema” eleitoral. O eleitor gosta de ter um voto que seja somente seu, sem influência de ninguém. Em 2014, esse voto independente será o de senador. Ninguém duvide!

    Post scriptum – O autor agradece ao vereador Franklin Capistrano a transcrição nos anais da Câmara Municipal de Natal, do seu artigo “RN: Estado rico de gente pobre”, publicado no DN/POTI/Gazeta do Oeste, no último dia 15 e no site www.neylopes.com.br.

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    Ney Lopes – Jornalista; advogado, professor
    de direito constitucional e ex-deputado federal.

    Publicado aos domingos nos jornais
    DIÁRIO DE NATAL e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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