Opinião
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01 de Outubro de 2011
RN, PSD e a teoria da sobrevivência
Nasceu o PSD, 28º partido brasileiro. Não é de esquerda, nem de direita. Talvez, de uma nova ideologia emergente.
Com perfis ideológicos e doutrinários absolutamente definidos, existem seis partidos de expressão na democracia alemã; nos Estados Unidos dois; na Argentina, dois; no México três; no Japão três; no Reino Unido, oito; na Suécia, sete; na Espanha quatro; na Itália, oito; na França, 14 e no Canadá, cinco.
No Brasil, além dos atuais 28, mais 19 aguardam registro no TSE. O país poderá ter 47 partidos protegidos pelo “cobertor protetor” do Fundo Partidário turbinado pelo dinheiro público e espaços no horário eleitoral gratuito para “trocas” por dinheiro e cargos. Todos sabem dessa realidade. O Congresso se omite. A justiça referenda e o eleitor colabora, ao votar irresponsavelmente. A perspectiva é a democracia brasileira continuar no varejo do mercado eleitoral. Não há perigo de melhorar!
A eleição de 2012 será igual ao passado. A única diferença é o partido que chega e dá ao governo o poder de barganha para reduzir a influência do PMDB. O PSD já mandou “o recado” de que apoiará a reeleição da Presidente. Entre gargalhadas e muito uísque, Brasília festeja a “competência dos espertos” (a inversão do Aurélio) e o fracasso dos “trouxas”, que falam em coerência, defendem idéias e teses.
Está sepultada a reforma política. Falta o interesse do Congresso e da justiça. O TSE quando quer, interpreta e legisla. Bastam ver as resoluções eleitorais e a regulamentação da fidelidade partidária. Sobre novos partidos, o TSE optou pelo “liberou geral”.
Caso o PSD se junte ao PSB formará a coligação com maior número de parlamentares no Congresso. Já se fala que a aliança elegerá Aldo Rebello à presidência da Câmara e indicará Eduardo Campos vice de Dilma. O RN perderia a oportunidade de ter Henrique Alves na presidência, o que seria bom para o estado.
Até agora, está provado que a astúcia vale à pena na política. Seriedade, coerência e propostas são coisas ultrapassadas e démodé. Não valem nem para os correligionários, que preferem aqueles que vêm de fora. Na verdade, a maioria dos partidos brasileiros ao chegarem às ante-salas dos palácios segue a linha do comediante americano Groucho Marx, que afirmava: “Estes são os meus princípios. Se você não gosta deles, eu tenho outros”.
Pergunta-se qual será o futuro da política do RN? De saída, o vice-governador Robinson Faria se torna o “xerife” político, enquanto dispuser do governo estadual, como dispõe. Ele reduz a influência da ex-governadora Vilma de Faria junto aos socialistas (admitida à aliança entre PSD/PSB) e o alardeado poder do deputado Henrique Alves, seu oponente na luta pelo Senado. Robinson se lançou candidato ao senado quinta última, em Mossoró. O DEM ficará em posição incômoda, caso a governadora não exerça o seu poder político. Restará a opção corajosa do samba de Paulo Vansolin: “levantar, sacudir a poeira e dá a volta por cima”. Para isto, precisa coragem, fé e espírito público.
A alternativa do DEM seria evitar o conflito aberto e radical com o governo federal, para não prejudicar a administração de Rosalba, o que poderia ser feito, sem adesismo. Veja-se a posição de FHC. Além disso, o partido e a coligação apresentariam candidatos de expressão e credibilidade (a partir de 2012) – mesmo sem peso eleitoral junto às viciadas máquinas municipais – e buscaria o diálogo direto com o povo, pregando a liberdade do voto. Resta saber se as lideranças correrão o risco, ou irão preferir a aparente comodidade das coligações artificiais, pagando o mesmo preço pago em 2006. O tempo indicará os caminhos! Sobretudo, porque se a economia piorar, muitos dos atuais e fiéis “amigos” de Dilma, das áreas política e empresarial, fugirão do Palácio do Planalto como o diabo foge da cruz. E mais uma vez, prevalecerá no RN à teoria da “sobrevivência”, justificativa usada para a ingratidão e a traição. A história se repetirá!
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www.blogdoneylopes.com.brNey Lopes – Jornalista; advogado, professor
de direito constitucional e ex-deputado federal.Publicado aos domingos nos jornais
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