Opinião
-
21 de Agosto de 2011
“Via crucis” do usuário de celular
Irei viajar e estou com algumas dúvidas para uso do celular. Recorri a TIM a fim de pedir esclarecimentos sobre tarifas internacionais e valores debitados na conta mensal. Tudo para evitar o transtorno ocorrido com um amigo, que foi recentemente ao exterior e teve a sua conta aumentada em dez vezes mais, sem que fizesse ligações acima do “pacote” comprado por R$ 99.90. Dirigi-me ao escritório da TIM em Natal. A mocinha ouviu e recomendou: “o Sr. ligue para o 0800, que lhe informarão tudo”.
O sangue correu nas veias pelos dramas que já vivi ao recorrer a esse tal de “call center” (0800), quer seja de celular, cartão de crédito ou bancos. Do outro lado da linha ouve-se sempre a mesma ladainha: “um momento Seennhorrrr!”. Aguarda-se! Uma gravação anuncia produtos e promoções. Quando, finalmente, algum humano atende nunca é a pessoa certa para resolver o problema. E repete: “Sennhorrr vou lhe passar para outro atendente”. A solução é um lexotan para voltar a ligar. Nada disso ocorre, se você clicar na opção de “compra de produtos”. Tudo funcionará a mil maravilhas.
Após justificar os meus traumas com o 0800 insisti para que a atendente explicasse as dúvidas. Argumentei que viera diretamente ao escritório da TIM. Ela esclareceu que a empresa não tem escritório no RN. Atônito retruquei: “como não? E afinal onde estou?”. Foi dito que aquele escritório não era da TIM, mas sim de uma representação terceirizada, exclusivamente para vendas. Talvez, no final do ano a TIM instale um escritório no Estado. Talvez....
Perguntei a mim mesmo: Natal, que será subsede da Copa, não mereceu da TIM pelo menos um escritório para atendimento aos seus clientes? Aí cabe lembrar Boris Casoy: isto é uma vergonha! Ou dizer que esse país não tem jeito. Como o governo admite tamanho absurdo, deixando a população de uma capital brasileira, sem a assistência local de um serviço que é concessão pública?
Diante da realidade preparei-me psicologicamente e liguei o 0800, sabendo previamente que na maioria das vezes a ligação cai no meio da conversa e obriga outra chamada para falar com alguém diferente daquela pessoa que atendeu antes. Enfrento o risco da armadilha da conta exorbitante. Uma gravação oferece várias opções de números. Se não tivesse caneta e papel, não saberia para onde discar depois. Nenhuma alternativa se encaixava ao meu caso. Finalmente completei a ligação. Fiz as indagações. Sobre o excesso nas contas mensais, ouvi que teria de conferir a fatura no escritório da TIM, ou na Internet. Qual escritório da TIM, se em Natal não existe? Por acaso, quem não domine a Internet como irá fazer essa conferência na conta? Perguntas, sem respostas.
Em seguida, a atendente ofereceu-me um “pacote” de R$ 99.90 para utilização no exterior. Limitou-se a informar que disporia de 50 minutos para uso em outros países. Nada mais. Fechei a compra. Por mera curiosidade (leigo em matéria de telefonia) confirmei o que parecia óbvio e perguntei se nos 50 minutos incluíam-se além de ligações os emails, baixa de arquivos, mensagens e acesso a Internet. Recebi a resposta negativa, com a advertência de que deveria manter o meu celular ligado, a fim de receber as ligações. Uma verdadeira “tocaia” para o usuário.
Trocando em miúdos, a venda do “pacote” de ligações, com preço aparentemente reduzido, nada mais é do que uma forma da TIM faturar mais com a transmissão automática e ilimitada de dados (emails e BBM’s), tudo cobrado em dólar, ou euro, sem o usuário ter conhecimento prévio. A conseqüência será o fatal “estouro” da conta mensal. Caso típico de propaganda enganosa.
Diante de tantos constrangimentos é o caso de indagar onde está a Anatel. Certamente, muito a distancia da “via crucis” enfrentada pelo usuário de celular no Brasil. Como diz o engraxate “filosofo”, desse jeito “não há perigo do Brasil melhorar!”.
Leia também "o blog do Ney Lopes":
www.blogdoneylopes.com.brNey Lopes – Jornalista; advogado, professor
de direito constitucional e ex-deputado federal.Publicado aos domingos nos jornais
DIÁRIO DE NATAL e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
Notice: Undefined variable: categoria in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Trying to get property of non-object in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined index: pagina in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined variable: totalPaginas in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined offset: 1 in /home/neylopescom/public_html/restrito/incs/funcoes.php on line 618