De Olho Aberto
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06 de Outubro de 2008
E agora?
Como previsto e visto nas ruas, Micarla de Souza é a prefeita de Natal, no primeiro turno.
Em Natal, está composta a nova Câmara Municipal.
O meu filho, Ney Lopes Jr, se elegeu vereador. Cabe-lhe, agora, honrar o mandato recebido. Estou convicto que o fará.
Ney Jr entra na vida pública, por vocação. Formou-se em Direito e conclui jornalismo este ano na UnP.
Depois de alguns anos em Washington DC, Estados Unidos, ele concluiu o seu mestrado em Direito Econômico Internacional, no ano de 2002.
Exerceu a profissão de advogado em Brasília, onde ainda hoje mantém escritório instalado e em funcionamento. Advogo com ele, causas nos Tribunais Superiores. E também advocacia preventiva e de contratos, nacionais e internacionais.
Ney Jr está preparado para ser vereador. Fará um mandato participativo. Ouvirá a população e exercitará a criatividade, através de propostas inovadoras no plano da legislação municipal.
Quem votou nele não perderá o voto.
Quanto a Micarla de Souza, estou igualmente confiante no seu bom desempenho.
Teve competência política para aproveitar a “maré favorável” surgida após o imoral “acórdão” patrocinado pela Presidência da República e governos estadual e federal.
Cheirou mal o entendimento dos “grandes”. Micarla se colocou como opção. Não desmereço o esforço dos outros candidatos. Porém, nenhum deles conseguiu crescer no conceito popular.
Até achei no começo da campanha, que isto poderia acontecer com um dos candidatos alternativo. Cresceria e chegaria lá.
Veja o que aconteceu com Gabeira, no Rio de Janeiro e Kassab em São Paulo. Iniciaram o processo eleitoral “lá em baixo”.
Cresceram e estão no segundo turno, com chances de ganhar. Kassab ganhou logo no primeiro turno. É o franco favorito.
Em Natal, não ocorreu esse fenômeno.
Wober foi o que mais ameaçou subir. Mas, não conseguiu.
Fez uma campanha competente. Excelente a sua mídia.
Joanilson Paula Rego manteve-se numa média estável entre 2 e 3% por cento.
Não ocorreu com Joanilson em 2008, o que se verificou com o seu amigo e ex-correligionário Miguel Mossoró em 2004, quando fui também candidato a prefeito de Natal.
Recordo que Miguel Mossoró em 2004 - ajudado pela mídia, OAB e outros setores - atingiu marca superior a 70 mil votos.
Na época, o Dr. Joanilson Paula Rego, era Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB -, instituição a qual pertenço. Ele deu apoio público a Miguel Mossoró. A imprensa noticiou que ele assim agia como líder da classe dos advogados.
Como era candidato a prefeito de Natal recebi apoios espontâneos de advogados, protestando pela ação eleitoral pública, a favor de Miguel Mossoró, de parte do Dr. Joanilson de Paula Rego. Considerei, entretanto, direito democrático do então Presidente da OAB a opção eleitoral que fez por Miguel Mossoró.
Depois da eleição, apliquei uma minuciosa pesquisa em Natal. O resultado é que 32% dos natalenses declararam não ter votado em mim para prefeito (2004), por entenderem que o meu lugar era na Câmara dos Deputados, como deputado federal.
Optaram para que continuasse legislador federal e não prefeito de Natal.
Na mesma pesquisa, tive excelente índice como possível candidato a Senador em 2006. Era o que pretendia. Mas se tornou inviável partidariamente.
Gratificou-me o resultado da pesquisa, pós eleição de 2006.
No último domingo, o ex-presidente Joanilson enfrentou Miguel Mossoró. Ficaram quase empatados em número de votos. Caso tivessem somado os votos teriam crescido, considerando a afinidade e a igualdade nos percentuais de preferência eleitoral.
Voltando a prefeita Micarla de Souza. Ela será uma boa administradora em Natal.
Tem tudo para isto.
Herda a experiência política do seu pai, senador Carlos Alberto, de quem fui primeiro suplente no período legislativo de 1983 a 1991.
Outro aspecto favorável à nova prefeita de Natal é pertencer à legenda dos ambientalistas. Sem dúvida, facilita ações em busca de recursos, sobretudo no plano internacional.
Micarla poderá ser boa prefeita. Dependerá dela. Da sua capacidade de enxergar o que os seus antecessores, infelizmente até hoje não quiseram, ou não souberam enxergar.
A montagem do “staff” será o primeiro passo. Nessa montagem não há milagre. Os convocados ou sabem, ou não sabem. Têm experiência, ou não têm. Ou são sérios, ou não são. Inexistirá meio termo.
Pela experiência política, a gente conhecerá no primeiro momento as perspectivas de sucesso do governo de Micarla. Até porque, toda longa viagem começa com um primeiro passo.
E o primeiro passo será a escolha de quem a prefeita eleita irá recrutar para lhe assessorar.
A sorte está lançada. Ela ganhou o primeiro “round”. E bem!
Cabe na análise do resultado eleitoral natalense, antecipar algumas conclusões para a eleição de 2010.
Sabe-se que cada eleição é diferente da outra. Porém, há algumas relações.
Entendo que em 2008, o eleitor votou da mesma forma que em 2006. Protestou contra o acórdão de “contrários”. Aquilo que em 2006 denominei de juntar “azeite com água”. Terminei aceitando o acordo que condenara (fui candidato à vice junto com Garibaldi), por não ter outra opção. Não podia mais mudar de partido. A lei proibia.
Só aceitei candidatar-me a vice-governador, porque Garibaldi se comprometeu em me confiar à execução do projeto dos meus sonhos, que seria a criação da área de livre comércio, ao lado do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante, o que geraria mais de 50 mil empregos para os norte-rio-grandenses.
Somente por isto.
Devo confessar que sempre tive profundas dúvidas se José Agripino junto com os Alves teriam sucesso. Vilma em situação politicamente desfavorável à época recebeu de “bandeja” esse presente.
Não estimulo brigas, nem conflitos em relação ao futuro.
Acho apenas que ficou provado ser impossível a “galera” aceitar, que o time do Flamengo jogue com a camisa do Vasco da Gama, ou do Fluminense.
Ninguém aceita. Questão de coerência mínima. O povo pede que pelo menos respeitem a camisa e os símbolos!
O eleitor na urna protestou contra o acordo de José Agripino, com Garibaldi e Henrique. Vilma se aproveitou disto. Ganhou a eleição.
Em 2008, a mesma coisa. Micarla se beneficiou do “acordão” e ganhou a eleição.
E 2010 como será?
Garibaldi foi nesta campanha municipal o mais esperto de todos. Apoiou aqui e acolá candidatos do DEM. Noutros lugares discordou da “nova aliada” Vilma (cite-se o caso do Assu).
Mossoró, Currais Novos e Pau dos Ferros são exemplos da união com o DEM.
Até se entendem certas uniões, no plano municipal. Prevalecem as questões locais.
Porém, o que se discute é o desdobramento futuro para as eleições de Senador e Governador.
Funcionarão tais alianças?
Em Mossoró, o povo votará em Garibaldi e Agripino, mesmo com o atual presidente do Senado tendo feito acordo em 2008 para destruir politicamente José Agripino e Rosalba, juntos?
Exatamente isto. Garibaldi, Vilma e Henrique tentaram com o acórdão atingir mortalmente José e Rosalba. Os dois e não apenas José Agripino.
Justifica-se que José e Rosalba voltem a dar as mãos a Garibaldi e Henrique, ou a Vilma, no palanque de 2010?
Por duas vezes – em 2006 e 2008 – o eleitor já disse também que não a tais comportamentos. Deixou claro que “acórdão”, não.
Será que os líderes aprenderão à lição? Ou vão alegar essa história de que em política é preciso somar?
Muitas vezes somar significa subtrair. Unir “contrários”, não soma. Na verdade, subtrai. Está provado isto.
Se existir “acórdão” poderá repetir-se em 2010, a mesma rejeição popular que ocorreu em 2006 e 2008.
Mesmo não existindo, ainda, candidatos de protesto poderão aparecer. Crescerão eleitoralmente, com certeza. Abre-se um espaço. Na política todo espaço vazio é preenchido.
Por quem? Não sei. Só sei que poderá ser preenchido tal espaço em prejuízo de Garibaldi, José, Vilma e da própria Rosalba, que desponta como favorita para o governo do Estado.
Se o prejuízo eleitoral não atingir todos os três, atingirá um, ou dois deles.
Por exemplo: se Garibaldi matreiramente tiver votos de um lado e de outro em alguns municípios (Mossoró, Currais Novos e Pau dos Ferros, por exemplo), ele poderá somar mais do que José no cômputo final e os eleitos para o Senado serem Vilma e o próprio Garibaldi.
José Agripino sobraria.
Ninguém brinque com a combinação de números, em matemática.
O povo não aceita mais a mistura de azeite com água, na política do Estado.
Para o bom entendedor, meia palavra basta.
Se aconteceu em 2004 e 2006, poderá repetir-se em 2010.
Em Natal deu Micarla. Em Mossoró Fafa. São as pedras principais do tabuleiro político para que já se possa perguntar: e agora?
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