Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 27 de Junho de 2008

    A minha posição

    2008-06-28-deolho.jpg

     

     

     

    No teatro da Grécia antiga os atores usavam várias máscaras, dependendo da ocasião. Dispunham de máscaras para as tragédias e máscaras para a comédia.

    O público nem sempre sabia distinguir o que era tragédia, ou comédia. As máscaras confundiam a opinião pública.

    Séculos depois, o Rio Grande do Norte assiste o uso de máscaras distintas pelos atores políticos locais.

    Será que o povo saberá distingui-las em outubro próximo?

    Será que a “grande lição” das urnas contra tais comportamentos ocorrerá já em 2008 ou, por falta de opção, será dada em 2010?

    Neste final de semana sobraram exemplos desse festival de incoerência e “vale tudo”, em que se transforma a política norte-rio-grandense.

    Tudo é feito em nome da Paz, da Dignidade e da Coerência.

    Usam-se as palavras para explicar o inexplicável. As atitudes oportunistas falam mais alto do que as palavras explicativas.

    Lembro a dura conclusão de William Shakespeare, quando escreveu que “as palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão”.

    Sinto a mesma dificuldade de Shakespeare. De tal forma prostituiu-se, por exemplo, a palavra competência em política, que sinto dificuldades em usá-la para explicar as minhas posições e sentimentos.

    Apontam-se como competentes somente aqueles que manipulam legendas, armam projetos políticos a base do “toma lá me dá cá” e “compromissos por debaixo do pano” para terem influência nos bastidores dos governos.

    Decisivamente, se competência for tudo isto podem me qualificar como incompetente de carteirinha.

    Não sei acender uma vela pra Deus e outra para o diabo.

    Nunca soube, nem na política, nem na vida privada.

    O Estado inteiro sabe disto.

    Persigo a coerência e condeno os “arrumadinhos”.

    Muitos podem dizer: mas você foi candidato a vice-governador no acordo dos Alves com os Maias, em 2006.

    Devo esclarecer pontos importantes.

    Manifestei-me várias vezes contra esse acordo, por considerar que seria misturar azeite com água. Não consegui influir na cúpula do meu partido.

    Aceitei democraticamente. Até porque, quando finalizado o acordo já havia passado o prazo legal para mudança de legenda.

    Por justiça, se deve reconhecer historicamente que – ao contrário de atualmente - o acordo de 2006 começou a ser “costurado” muito tempo antes. E claramente, à luz do meio dia. Nada escondido. Não tomou ninguém de surpresa.

    Total inverdade dizer-se que o senador Geraldo Melo de nada sabia e foi traído. Ele sabia de tudo. Desde o começo.

    Tanto é verdade que em 2004, os Alves e Maia subiram ao palanque de Geraldo (PSDB) para apoiar Luiz Almir, candidato a prefeito de Natal.

    E a imprensa noticiava largamente que o acordo começara ali, naquele apoio que uniu PFL, PSDB e PMDB em Natal e em vários outros municípios do Estado.

    Geraldo Melo chegou a anunciar a chapa de Garibaldi-Rosalba e ele para o Senado.

    Agora, é outra coisa o que aconteceu na Convenção do PMDB em 2006. Foi uma decisão interna e aceita por todos. Tanto é verdadeiro que não houve impugnação legal.

    Na ocasião, o PMDB rejeitou a coligação com o PSDB e, portanto, Geraldo Melo deixou de ser o candidato a Senador.

    Aliás, o mesmo aconteceu em 2008, quando o vereador Hermano Moraes teve o seu nome retirado pelo PDMB como candidato a prefeito de Natal.

    O mesmo se repetiu neste final de semana. O PMDB lutou para afastar a deputada Fátima Bezerra da disputa de Natal e substituí-la pelo deputado João Maia.

    Só não se consumou a manobra, porque o prefeito Carlos Eduardo posicionou-se contra.

    Outro ponto fundamental na análise do “acordo de 2006” é que foi concretizado com a finalidade dos grupos políticos irem para a oposição.

    Não se verificou oportunismo de tomar certas posições, sempre com a ressalva e a busca de não perder as benesses do Governo, fazendo publicamente “juras de amor” – como são feitas hoje em dia – a favor de Lula e de Vilma.

    Os Alves e os Maia em 2006 assumiram a arriscada posição de opositores, nos planos federal e estadual. Essa coerência deve ser proclamada.

    Relembro tais fatos para explicar as razões pelas quais fui candidato a vice-governador em 2006. Rendi-me ao apelo do partido.

    Isto é normal nas democracias. Vejam-se as posições de Obama e Hillary, no país mais democrático do mundo – EEUU.

    O que não é normal – mas infelizmente predomina no Rio Grande do Norte – é na mesma eleição ter correligionários num município e no vizinho ser oposição.

    Isto eu não aceito. Isto não é pacificar.

    Isto se chama incoerência inexplicável. O povo enxerga tudo muito mais do que se pensa. Um dia haverá resposta nas urnas. Não sei quando. Mas haverá!

    Afinal, quem torce pelo ABC não aceita ser chamado de “americano”.

    Defendo tais idéias – de certo modo consciência crítica da conjuntura atual do RN – justamente por ter sofrido muito na vida pública. Na Revolução de 64, quase me levaram à loucura.

    Jamais tive uma acusação sequer contra mim, devidamente formalizada em inquérito, ação penal ou civil, decisão do Tribunal de Contas, ou o que seja.

    Nunca fui processado em absolutamente nada.

    Sofri, apenas, acusações criminosas e irresponsáveis, através da imprensa.

    Era um nome que despontava e “precisava” ser destruído impiedosamente.

    Tenho até sentença judicial, isentando-me de qualquer tipo de culpa no período revolucionário de 1964.

    Todos os cargos públicos que ocupei naquela fase da vida nacional tive as contas aprovadas e referendadas pelo Tribunal de Contas do RN. Os documentos estão em mãos.

    Digo de alto e bom som, que a minha vida é limpa. Sem manchas.

    Mais limpa até do que aqueles que não tiveram contra si as acusações que tive de inimigos políticos.

    Por ter uma trajetória de luta permanente ouço muito, ultimamente, indagações sobre o meu futuro político.

    Aqui nesse espaço da Internet recebo freqüentes e-mails com perguntas.

    Muitos indagam por que não fui candidato a prefeito de Natal em 2008, já que este seria o caminho natural (o chamado recall), como aconteceu com Vilma de Faria, José Serra, Geraldo Alkimin, Fátima Bezerra e tantos outros, que perderam uma vez e disputaram a eleição seguinte como nomes naturais.

    Confesso que até desejei isto. Seria muito gratificante servir à Natal, minha querida cidade. Tenho muitas idéias e planos para Natal.

    Porém, não foi possível.

    Mesmo ausente em 2008, afirmo convictamente que fui, sou e continuarei político, além de profissional liberal na advocacia e jornalismo.

    Em 2006 não perdi a eleição. Fui candidato a vice-governador do Senador Garibaldi Alves e ele perdeu a disputa para o governo do Estado. Por isto fiquei sem mandato.

    A última eleição em que recebi o voto popular foi para deputado federal em 2002, sendo o mais votado do meu partido no Estado – o então PFL.

    Pretendo disputar a eleição em 2010. Caso consiga legenda serei candidato ao Senado, sonho que sempre tive, em razão da vocação de legislador.

    Não poderei ser candidato, se não tiver legenda partidária.

    Como deputado federal, durante seis legislaturas, cumpri o dever. Jamais fui melhor do que ninguém. Mas não decepcionei quem acreditou em mim. Até adversários ferrenhos reconhecem publicamente o trabalho legislativo que realizei como legislador no Congresso Nacional.

    Por tal razão, pretendo disputar em 2010 uma das vagas do Senado pelo Rio Grande do Norte.

    Buscarei o julgamento popular.

    Buscarei saber se valeu a pena exercer com responsabilidade e dignidade seis mandatos de deputado federal.

    Reconheço o tamanho do desafio. A disputa será difícil. Mas, não impossível.

    Tudo é possível para Deus e para o Povo.

    Desejo ser a “segunda opção do eleitor”. Disputarei o voto que sobrar, depois da primeira escolha de nomes para o Senado em 2010.

    Tenho a necessária humildade para isto.

    Sinto-me preparado para exercer o mandato de Senador pelo Rio Grande do Norte. Tenho experiência, conheço o Congresso Nacional e a formação jurídica ajudará muito nessa tarefa.

    A minha posição em 2008 é acatar todas as decisões que o meu partido – o DEM – adotar em convenção. Apoiarei os candidatos escolhidos e a liderança do senador José Agripino.

    Sempre agi assim e não iria mudar a essa altura da vida.

    Coluna semanal
    blog NO MINUTO
    www.nominuto.com.br

     


Notice: Undefined variable: categoria in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42

Notice: Trying to get property of non-object in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42

Notice: Undefined index: pagina in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42

Notice: Undefined variable: totalPaginas in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42

Notice: Undefined offset: 1 in /home/neylopescom/public_html/restrito/incs/funcoes.php on line 618