Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 18 de Abril de 2008

    RN é assim!

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    Gira em torno de si própria a “roda gigante” da sucessão municipal de Natal em 2008. Dá em cima e dá em baixo. Solavanco pra cá; solavanco pra lá. Todos amarram o cinto e esperam a parada das turbulências inesperadas.

    A oposição local não fala nem em candidato.

    Todos que estão na disputa têm origem no sistema da Prefeitura e dos governos estadual e federal. E não pretendem sair. Ao contrário, se aproximam cada vez mais e renovam loas ao poder.

    O curioso é que a chaleira ferve entre eles. Ou seja, entre os governistas de hoje e os de amanhã, se eleitos.

    Para variar, Natal será certamente a única capital brasileira onde o governo ganhará seja quem for o eleito.

    Pode-se indagar o porquê de tal quadro político-partidário.

    Claro que as razões são variadas. Depende do ângulo e da conveniência de quem analise. Porém, há traços sócio-políticos de grande evidência, que explicam o que acontece não apenas em Natal, mas em todo o Estado do Rio Grande do Norte.

    Desde 1960, a política do RN polarizou entre dois grupos: Alves e Mariz, sucedidos pela nova geração dos Alves e os Maia, herdeiros do espólio político de Dinarte Mariz.

    Não se discute o valor pessoal dos membros desses grupos. Nem tão pouco se deseja impedir alguém de fazer política por ter nascido em tal ou qual família.

    Não é isto. Todos são iguais e devem ter oportunidade.

    O que se interpreta na política norte-rio-grandense é um traço que torna praticamente impossível o surgimento de novas lideranças. De nomes ou grupos chegarem ao Governo do Estado, Prefeituras importantes ou ao Senado, por outra motivação, que não seja estar – direta ou indiretamente – vinculados àqueles grupos. Tal regra não se aplica às eleições proporcionais de deputados e vereadores. Elas são a “colher de chá” dada para quem sobra. Ganhar ou perder dependem do esforço pessoal.

    No Ceará, o empresário Tasso Jereissati há anos desmontou a trilogia dominante dos coronéis César Cals, Virgilio Távora e Adauto Bezerra.

    Maria Luiza Fontenelle e Luizianne Lins venceram eleições para Prefeito em Fortaleza, praticamente “contra tudo e contra todos”. O povo elegeu.

    Na Paraíba, várias “zebras” ocorreram em eleições majoritárias, tais como, Tarcísio Buriti, Efraim Moraes, Ronaldo Cunha Lima e outros.

    Em Pernambuco, o atual prefeito de Recife, João Paulo, venceu a eleição contra todas as forças tradicionais coesas. No passado, Miguel Arraes chegou ao poder – sucedido pelo seu neto atualmente no Governo do Estado – através de verdadeira revolução popular. E tudo isto na terra dos “senhores de engenho”.

    Os exemplos pelo Brasil afora são muitos.

    No Rio Grande do Norte, as exceções ao longo do tempo foram quase nenhuma. E não alteraram a polarização existente.

    O PT foi à oposição histórica aos seguidores da Revolução de 31 de março de 1964. Opôs certa resistência, sem conseguir romper as barreiras e chegar ao poder estadual e às Prefeituras de maior destaque no Estado.

    Hoje, o PT potiguar abriga boa fatia dos “revolucionários de 1964” em seus quadros, egressos do PDS e da ARENA.

    Observe-se que, por estratégia ou disputas internas, os grupos políticos locais tiveram aparentes dissidências.

    Por exemplo: a saída de Vilma (atual governadora) e Carlos Eduardo (atual prefeito de Natal) dos sistemas Maia e Alves, respectivamente.

    Em Mossoró, a segunda maior cidade do Estado, o grupo Rosado Maia sempre adotou absoluto pragmatismo. Estimulou dissensões internas para evitar que “terceiros” tivessem vez. Dessa forma, o poder municipal há anos passa de Rosado Maia para Rosado Maia.

    Tais características - típicas do RN - chegam ao ano de 2008 absolutamente estratificadas. A polarização entre os dois grupos vive, certamente, o melhor momento, desde a sua implantação no passado.

    As eleições municipais de 2008 gravitam em torno dessa realidade, visível para aqueles que conhecem e entendem a evolução da política norte-rio-grandense, de 1960 para cá.

    O fato mais importante para análise é o de que o processo eleitoral gira exclusivamente em torno da sucessão do Governo do Estado e a eleições de dois senadores em 2010. Para governador coloca-se como inevitável a disputa entre Carlos Eduardo e Rosalba Ciarlini. Para o Senado, José Agripino, Vilma e Garibaldi Alves. Não há mais lugar pra ninguém. Porteira fechada. Nem em especulação jornalísticas.

    Quando aparece alguém que opina é pra dizer: “o melhor será que Garibaldi ou José Agripino vá para o Governo e o que sobrar se junte à Vilma e dispute as duas vagas do Senado”.

    São comuns expressões de lideranças municipais favoráveis a essa “fórmula criativa”, exclamando: “se isso acontecer a chapa é imbatível!”.

    A eleição de Natal é o “preparativo”.

    Até agora, se vê é o PT tentando atrair o Prefeito Carlos Eduardo e lançar candidato próprio.

    Na prática, o que isto significará?

    Significará a “ponte” para a reunificação da família Alves. Carlos Eduardo quer juntar-se aos seus primos Garibaldi e Henrique – que indicariam o vice - e criar condições para disputar o Governo do Estado, junto com Garibaldi e “um laranja” para o Senado.

    Diante dessa realidade já se prenunciam os nomes de Micarla de Souza e Rogério Marinho, com o apoio – direto e indireto - da governadora Vilma de Faria.

    Poderá ser escolhido um deles, por consenso entre os governistas. E podem também sair os dois, em aparente divisão, ambos com a simpatia do Governo do Estado para se juntarem no segundo turno.

    E a oposição?

    Restará a alternativa de apoiar Rogério, ou Micarla, todos com perfis Lulista e Vilmista. Este apoio contribuirá para a possível reunificação da família Maia, já que a governadora Vilma tem a sua origem naquele grupo.

    Aí consolidaria a alternativa Rosalba Ciarlini para o Governo do Estado em 2010.

    É assim o Rio Grande do Norte.

    Em pleno século XXI, tudo como “antes no quartel de Abrantes”. Novas opções para eleição majoritária, nem pensar. E quando aparecem são logo jogados ao ridículo pela mídia cooptada e os liderados comprometidos.

    Não se trata de afirmar se está certo ou errado.

    Trata-se de dizer e constatar que o RN é assim...

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