Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 18 de Janeiro de 2008

    Choro por ti RN

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    Sempre digo que a minha vocação é ser advogado de província. E com muito prazer. Isto me realiza. Para mim, o Rio Grande do Norte foi o começo e será o fim da minha existência. Adoro o chão potiguar. Até na política, sempre me considerei um advogado, que recebia procuração de milhares de pessoas, para defendê-las.

    O maior galardão que tenho é que, durante 12 anos seguidos – dos quais em oito anos fui o único parlamentar do Estado -, o DIAP (Departamento Intersindical de assessoria parlamentar), órgão ligado à CUT e ao PT incluiu-me como uma das “cem cabeças do Congresso Nacional” (Senado e Câmara). Nunca me envaideci disto. Tive, apenas, a sensação do dever cumprido e da confiança popular retribuída.

    Sei que, por não dispor de meios de comunicação social, poucos sabem dessa premiação para fazer justiça ao meu trabalho. Além disso, existiu esforço intencional de alguns para esconder o fato da opinião pública e assim evitar crescimento eleitoral.

    Contarei nas memórias políticas, que já escrevo.

    Mas, com reconhecimento ou não, valeu! Cumpri o dever. Muitos reconhecem. Sinto isto, no contato diário e anônimo das ruas.

    Hoje acompanho a cena política. Ultimamente, percebo um fenômeno estranho, nunca visto na República brasileira. O Judiciário assume o papel de legislador. Vejam-se a regulamentação dos casos da fidelidade partidária e do direito de greve do servidor público.

    Como cidadão sinto-me aliviado e não critico a suposta invasão de competência. Imagine, se os juízes também se omitissem como o Congresso Nacional – de forma inusitada e inacreditável – está se omitindo nesta legislatura.

    Já estamos em 2008. O ano das eleições municipais. Sem nenhuma mudança política, partidária, ou eleitoral. Nada. Absolutamente nada foi feito, salvo aprovar MP, aumentar impostos, politicagem, cooptações, assistencialismo eleitoreiro, adesões para o partido de Governo, falta de criatividade nas soluções de problemas coletivos e assemelhados.

    O internauta pode indagar.

    Que mudanças poderiam ter sido feitas?

    Muitas. Porém, algumas seriam fundamentais. Por exemplo.

    Proibir coligação na eleição proporcional. O partido tem que sobreviver pelas suas propostas e não em “conluio”.

    Adotar o financiamento público de campanha.

    Proibir o comércio de pesquisas falsificadas e manipuladas, que terminam influindo no voto popular e enriquecem “meia dúzia” de pesquisadores fraudulentos.

    Abolir o voto direto na pessoa do candidato a eleição proporcional. Em 99% das democracias mundiais o voto proporcional é dado à legenda do Partido.

    Alguns de boa fé argumentam que isso seria absurdo, porque retira o direito do eleitor escolher o nome do seu candidato.

    Pura ilusão.

    De que adianta votar em fulano ou sicrano, que nada fará pelo fato de “uma andorinha só não fazer verão”?

    Ao contrário, se o eleitor votar no Partido estará escolhendo todos os nomes aprovados em Convenção, que ficarão obrigados a defender as idéias e propostas apresentadas ao eleitor na campanha. Se o partido falhar perderá votos futuros e influência.

    É uma garantia muito maior para o eleitor ver realizado no futuro, o que ele quer e defende no presente. As democracias de quase o mundo todo pensam assim.

    Bem, outras medidas, além dessas terão que vir com a reforma política.

    Mas, como nada se faz é o caso de repetir Marco Túlio Cícero, orador eloqüente do Senado romano, quando denunciou as iniqüidades políticas do seu tempo. O seu mais famoso desabafo é aquele em que menciona os “limites da paciência do cidadão”: “Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?” (“Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?”).

    Essa frase de indignação é repetida há mais de 2 mil anos.  Verifica-se a existência atual de uma fartura de nomes, que podem ser colocados no lugar de Catilina!!!

    A propósito, é bom transcrever a declaração recente do Ministro Celso de Mello do STF sobre a omissão do Congresso Nacional: “não mais se pode tolerar, sob pena de fraudar-se a vontade da Constituição, esse estado de continuada, inaceitável, irrazoável e abusiva inércia do Congresso Nacional, cuja omissão.... traduz um incompreensível sentimento de desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo alto significado de que se reveste a Constituição da República".

    É isto aí. Será que o povo acompanha tudo e tem consciência do que acontece? Ou, nas campanhas de 2008 e 2010 o Estado do RN irá continuar, como dizia o saudoso Djalma Marinho, “correndo atrás de uma bandeira, de uma música e de uma cor?”.

    Se isto repetir-se podemos exclamar como na canção de Evita Perón: “choro por ti.... Rio Grande do Norte!”.    (Seu Comentário)

     

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