Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 28 de Dezembro de 2007

    2008 igual ao passado

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    Termina 2007. Começa 2008. E a democracia brasileira continua como um carrossel enferrujado, que gira em torno de eleições sucessivas. Os mesmos métodos. As mesmas práticas. Os mesmos vícios. A mesma lei de décadas atrás.

    Nada de manutenção – pelo menos preventiva – no velho carrossel. Ele roda apoiado em hastes antigas que o sustentam. Os carrinhos e marionetes são substituídos pelos personagens carcomidos da política nacional, que criam toda sorte de obstáculo para uma reforma política, eleitoral e partidária. Adiam-na sempre.

    Ninguém assume posição de considerá-la urgente, fundamental e suporte para a democracia e a governabilidade

    Quando começa alguma discussão no Congresso Nacional sobre esse tema erguem-se as “vozes empoeiradas” de sempre.

    Uns, com estilo “professoral”, em nome do falso equilíbrio e da “prudência pré-fabricada” argumentam que não se pode fazer nada “em cima da perna”. Pedem tempo. Só que esse pedido já é feito há mais de quinze anos. E tudo fica como está.

    Outros, os proprietários privados de “legendas” assumem a defesa deslavada dos seus privilégios e instrumentos de “chantagem e enriquecimento ilícito”. Preservam, sem descaramento, as “legendas de aluguel”. Não aqueles partidos, que mesmo pequenos, merecem respeito e credibilidade, por terem idéias e programas. Refiro-me a maioria de verdadeiros prostíbulos eleitorais, liderados por proxenetas beneficiários da prostituição partidária brasileira.

    Ano termina; ano começa. E não se faz no Brasil a reforma política, eleitoral e partidária.

    2008 terá as eleições de vereadores e prefeitos. Nem completou um ano da posse dos eleitos em 2006 e já se inicia outro processo eleitoral.

    Como nada foi mudado (nem pode mais ser, por vedação constitucional) a conversa política continuará a mesma.

    Você leitor quer ter conhecimento do diálogo, que o político brasileiro terá quando visitar em 2008 as suas bases eleitorais?

    Pois bem. Será mais ou menos assim:

    ELEITO- Então, amigo vim hoje visitá-lo. Estou às suas ordens e dos nossos amigos.

    POLÍTICO – É! Mas o senhor sabe que o ano começa e temos eleição de vereador e prefeito.

    ELEITO- Claro. Por isto estou aqui. Ficarei ao lado dos meus amigos.

    POLÍTICO – Isso é muito pouco. Precisamos de dinheiro e ajudas para eleição municipal. Eleição se gasta muito. Aqui o adversário está “danado” dando remédios, cesta básica, médico, remédio, tudo. A gente faz a mesma coisa, ou será melhor nem ter candidato.

    ELEITO – É. Mas o amigo sabe que a Justiça Eleitoral está de “olho aberto”. Proíbe essas coisas.

    POLÍTICO – Coisa nenhuma. Com essa lei antiga continuará a ser feito tudo que vinha sendo feito. Quem foi punido no passado? Um gato pingado aqui, outro acolá. A grande maioria usou o “vale tudo” e está no poder. Lembra-se do Presidente Lula vindo aqui ao estado na eleição de Governador e colocando na campanha toda a máquina do governo? Sabe o que resultou? O grupo que perdeu a eleição hoje é seu aliado. Compensou ou não o que Lula fez?

    ELEITO – Não é bem assim... Foram circunstâncias políticas.

    POLÍTICO- Infelizmente é assim. Feio é perder, amigo.

    ELEITO- Mas a gente tem de reagir com a ética e a transparência.

    POLÍTICO – Como fazer isto com uma lei velha, que nada mudou e o governo saindo de casa em casa dos seus “protegidos”, oferecendo bolsa família, vale gás, vale moradia? A verdade é que está valendo tudo mesmo, seu doutor.

    ELEITO – Proponho que você me informe fatos e nomes de pessoas que fazem essa corrupção. Vou entregar à justiça e ao Ministério Público para aplicar a lei e punir.

    POLÍTICO – Deus me livre de lhe dá isto. Não sou “dedo duro”. E além do mais tudo daria em nada. E o pior é que o povo ficará contra a gente. Dirá que estou impedindo ajudas para os pobres. O governo tem tudo e dá a quem quiser. E quem não tem se não arrumar dinheiro perde a eleição.

    ELEITO – Mas o nosso partido tem uma proposta e projeto para o futuro do Brasil. Defendemos no RN uma “área de livre comércio”, ao lado do futuro aeroporto, com mais de 50 mil empregos, saúde, oportunidades empresarias, educação. Vamos discutir e lutar por isto, que é futuro certo.

    POLÍTICO – Nada adianta. O senhor pode falar isto sozinho, porque os que estão no poder e os outros grupos políticos dominantes não querem saber disso. Uma pessoa com emprego e qualificação não obedeceria mais a eles. Votaria livremente. Quem cresce na política com as “fazendas de votos” não deseja tirar ninguém da pobreza.  Deseja é aumentar a “cerca de arame farpado”, através do assistencialismo, para que a boiada não saia. Para eles, o povo quanto mais pobre melhor. Por isto, só falam em dá emprego sem trabalhar e cesta básica de alimentos.

    ELEITO- Se todo mundo pensar assim, jamais o povo do nosso Estado terá melhoria de vida. Essa história de cesta básica, por exemplo, é paternalismo, engodo, demagogia, assistencialismo, mentirinha. É trocar comida por voto, com apoio na lei. A pessoa come hoje e quando termina de comer continua pobre. São necessárias soluções que dêem emprego estável, oportunidades, qualificação e melhoria de vida a longo prazo. Quem propõe cesta básica está querendo se aproveitar da miséria do povo. A gente não tem que dá o peixe. Tem que ensinar a pescar. Por que ao invés de distribuir cestas básicas serem distribuídos “vale emprego”, “vale educação”, “vale qualificação profissional”, “vale seguro saúde” e outros?

    POLÍTICO- Talvez o senhor esteja certo. Mas como não mudou a lei no Brasil vai ter sucesso quem distribuir cesta básica e bolsa família. É triste. Até uma humilhação para quem recebe. Mas eu vejo até “gente grossa”, aplaudindo esse tipo de solução falsa e enganosa. Incrível, mas apóia!

     

    O diálogo demonstra a triste realidade da nossa democracia.

    Será possível mudar este quadro caótico de corrupção?

    Certamente que sim. Através de uma reforma política, eleitoral e partidária séria.

    A verdade é que 2008 não terá nada de novo, nem promissor, em matéria eleitoral no Brasil.

    Será um ano velho como foram os outros. Quer dizer: 2008 igual ao passado da política nacional.

    Só resta a esperança de que o povo – em momento de lucidez coletiva – faça através do seu voto livre a reforma que os políticos – em defesa própria – deixaram de fazer.

    É difícil. Sim, é.

    Mas não impossível! Sempre acredito nesse tipo de “milagre”. (Seu Comentário)

     

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