Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 14 de Dezembro de 2007

    Calado por resposta

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    Venho dizendo há vários anos. No plenário da Câmara dos Deputados. Artigos de jornais. Projetos de lei. Propostas. Debates.

    A vocação natural do Rio Grande do Norte e o grande desafio da atual geração é trazer para o Estado uma área de livre comércio, com a denominação que seja, ao lado do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Poderá ser chamada de zona econômica especial, ou até mesmo ZPE, embora esse último nome seja totalmente ultrapassado após a globalização. Hoje em dia, não existe mais ZPE no mundo.

    O Rio Grande do Norte precisa acordar para isto. Já estamos quase perdendo o trem.

    Muita gente pergunta: e, afinal, o que é isto mesmo?

    Área de livre comércio é o único caminho capaz de viabilizar o aeródromo de São Gonçalo do Amarante. Significa a implantação em nossa terra de fábricas com incentivos do Governo para produzir e exportar para o mundo, através dos mega aviões que pousarão no novo aeroporto. Ela representa cerca de 50 mil empregos e novas oportunidades empresariais. Após a sua implantação, o Rio Grande do Norte terá o maior pólo exportador e turístico da América Latina e do Caribe. Deu certo em todo lugar. Por que não daria certo também aqui?

    É bom relembrar que a Ministra Dilma Roussef, o presidente do BNDE´s e o superintendente da INFRAERO, recentemente, declararam enfaticamente que o aeroporto de São Gonçalo do Amarante não será construído sozinho. Não poderá ser apenas um aeroporto de cargas. Seria antieconômico. Precisa ter algo mais para justificá-lo economicamente, até como forma de atrair investidores na concessão pública. Isto não é fantasia. Foram declarações atuais do Governo Federal, que não podem ser desconhecidas. Aliás, os mesmos argumentos que venho dizendo há anos. Existe até um grupo de trabalho estudando as alternativas.

    Mesmo diante dessas evidências é preocupante a mesmice no discurso das nossas lideranças políticas, empresariais e trabalhistas. Em acontecimentos nesta última semana, inclusive nas comemorações pela merecida eleição do senador Garibaldi Alves para a presidência do Congresso Nacional, só se falou na construção civil do aeroporto de São Gonçalo do Amarante.

    Meu Deus do céu!  Será o que?.... O que está faltando?

    Muitos perguntarão: por que o Rio Grande é predestinado para ter em seu território uma área de livre comércio?

    Por uma razão básica: somos o ponto geográfico mais próximo da Europa e África na América Latina e no Caribe.

    O chão potiguar, desde o seu descobrimento em 1501 por André Gonçalves, sempre foi abençoado por Deus. Isto não dispensa que os filhos da terra façam a sua parte e cumpram os deveres para com as gerações futuras.

    A vocação natural de vanguarda norte-rio-grandense pode ser recapitulada, a partir do descobrimento do Brasil. O historiador Lenine Pinto registra, com segurança científica, que a frota de Cabral em 1500 teria desembarcado em nosso Estado, ao invés de Porto Seguro na Bahia e o monte avistado seria o “Pico do Cabugi”. A propósito, até hoje não foi encontrado em Porto Seguro nenhum marco da posse inicial portuguesa. Enquanto isto, o marco de Touros - RN foi fincado em 30 de abril de 1500, durante a segunda missa na terra de Vera Cruz.

    Trinta anos após o descobrimento (1530), o rei de Portugal preocupou-se com as invasões francesas nas terras recém conquistadas. Advertido de que o ponto geográfico mais avançado da costa brasileira era o Rio Grande do Norte, pela sua proximidade com a África e Europa, ele criou em nosso território uma capitania hereditária e doou-a a João de Barros. A Coroa desejava conter as possíveis invasões da França. Em 1598, aqui se ergueu a fortaleza dos Reis Magos e em 1599 a cidade do Natal.

    Passado o tempo, o solo potiguar continuou a sua vocação de pioneirismo no Brasil.

    No plano político, destacou-se o crescimento em nossa terra dos ideais de libertação dos escravos. Jovens e intelectuais voluntários criaram associações municipais para defender a emancipação do negro. Tudo culminou em 30 de setembro de 1883, quando Mossoró tornou-se a primeira cidade brasileira a libertar os seus escravos.

    Um dado incontestável é a nossa vocação geográfica privilegiada, dada por Deus. A história da aviação mundial também comprova isso. Na época dos hidroaviões, os grandes aeronautas passaram por Natal: marquês De Pinedo; Jean Mermoz etc. Câmara Cascudo, em uma de suas “Acta diurna”, menciona a aterrissagem em 18 de julho de 1927, na praia da Ridinha, do aeroplano Breguet 307, pilotado por Paul Vachet. A esquadrilha da Força Aérea italiana, comandada pelo general Balbo, pousou no Estado e o ditador Benito Mussolini presenteou a cidade de Natal com a “coluna Capitolina”, a pretexto de comemorar a travessia Roma-Natal pelos aviadores Del Prete e Ferrarin. Na verdade, a homenagem foi pela posição estratégica do RN, em relação à Itália e Europa..

    Em 1927, o coronel Luís Tavares Guerreiro sugeriu ao francês Vachet a construção de um aeroporto, na atual base de Parnamirim. Inauguraram a pista os pilotos Costes e Bryv, os primeiros a fazerem a travessia atlântica de São Luiz no Senegal (África) para Natal.

    Na II Guerra Mundial, o Rio Grande do Norte pelas mesmas razões históricas e geográficas transformou-se em um dos principais pontos de apoio dos “aliados” - no chamado “Trampolim da Vitória” -, que preveniu possíveis invasões vindas da Europa ou da África, em direção aos Estados Unidos e ao canal do Panamá.

    O que está faltando para toda classe política, empresarial e trabalhadores norte-rio-grandense unirem-se em torno da reivindicação de uma área de livre comércio? O que? É preciso que expliquem as razões da omissão.  Ou, digam as razões porquê são contra.

    Diante dessa bandeira, que representa a segurança do nosso futuro comum não se justifica dá calado por resposta.

    A história cobrará atitudes, ninguém duvide.     (Seu Comentário)

     

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