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Brasília em Dia

  • 04 de Dezembro de 2010

    Israel e Jordânia

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    Estive recentemente em Israel e na Jordânia. Quase sempre, as pessoas manifestam dúvidas em visitar estes países, temendo possível insegurança. Inegavelmente, há apreensões, da mesma forma que se tem em relação à violência no Brasil. Em Israel, o aparato policial é discreto. Na Jordânia, há policiamento um pouco mais ostensivo, uma vez que a Al-Qaeda, em 2005, foi responsável por alguns atentados. A fiscalização na entrada dos hotéis jordanianos assemelha-se à realizada nos nossos aeroportos. Por ser vizinha de Israel e ter boas relações com os Estados Unidos, a Jordânia é ameaçada pelo terrorismo islâmico. O povo é ordeiro, gentil, hospitaleiro e extremamente educado. Em ambos os países, o visitante não percebe qualquer tipo de insegurança ou inquietação, apenas medidas preventivas rotineiras.

    No exercício do mandato de deputado federal (por seis legislaturas), presidi o Grupo Parlamentar Brasil-Israel. Por tal razão, procurei conhecer a história deste país. Israel impressiona pela prioridade dada à ciência e à tecnologia. Os recursos destinados ao setor estão entre os mais altos do mundo. Israel abriga o maior número de autores no mundo nas áreas de ciências naturais, engenharia, agricultura e medicina. Um país pequeno em território e grande em tecnologia. O inventor do carro elétrico – Shai Agassi – é de origem judaica. Ele mantém acordo de joint ventures com a Peugeot francesa para a produção industrial do veículo. Os judeus já ganharam 52 prêmios Nobel em Medicina, 45 em Física e 28 em Química, considerando-se que representam apenas 0,2% da população mundial. Sabe-se que o Instituto Weizmann de Ciência lidera o progresso da pesquisa inovadora. Tendo sido o relator e autor da atual Lei de Marcas e Patentes do Brasil, gostaria de ter conhecido este instituto, de reputação internacional. Não foi possível. Espero fazê-lo um dia.

    Em Jerusalém, certos locais sagrados não guardam a mística e a liturgia religiosa. O comércio ostensivo na Via Dolorosa choca o visitante católico. A cidade, ponto central do Judaísmo e do Cristianismo, é considerada sagrada para o Islã. Em Jerusalém foi estabelecida a primeira comunidade cristã do mundo. Do ponto de vista social, Israel é um país com aparente justiça na distribuição da renda e conta com elevada carga tributária. O salário mínimo é em torno de U$ 800,00. Os kibutzin (plural de kibutz), que originariamente eram fazendas, hoje atuam em áreas diversas, inclusive no turismo, com a manutenção de hotéis de bom nível. Em Israel, considera-se a água realmente um líquido precioso, tendo-se em vista a economia que se faz dos recursos hídricos, pela escassez existente. Quase 90% da comida é produzida no próprio país. Uma das carências é a carne vermelha, importada do Brasil e da Argentina. A energia solar tem o maior índice de geração no mundo. Emociona conhecer Belém, no território palestino, separado de Israel por um muro de quase oito metros de altura. Chega-se a Belém após percorrer estreito “corredor” fortemente policiado. Uma igreja ortodoxa grega abriga o local onde Jesus nasceu. Ao lado, a igreja católica, onde se celebra anualmente a missa do galo.

    Com área aproximada de 90 mil km2, a Jordânia faz fronteira com Síria, Iraque, Arábia Saudita, Israel e Cisjordânia. O rei Abdullah, sucessor do rei Hussein, tem grande empenho no controle do fundamentalismo islâmico, preservando a paz e o caráter pacífico do povo. Empenha-se no equilíbrio entre a maioria de palestinos e as tribos beduínas naturais. O Cristianismo não atinge 5% da população. O país possui imenso potencial turístico. Foi fantástica a visita ao mar morto. Situado a 416 metros abaixo do nível do mar, ele é o ponto mais baixo da superfície terrestre, onde deságua o rio Jordão, no qual Jesus se batizou. A água quente, balsâmica e dez vezes mais salgada do que a água do mar alcança a beira do mar em profundidade de quatro metros. É imperdível pincelar a lama preta no corpo, rica em sais minerais, que rejuvenescem as pessoas. Não há vida (nem peixes, nem algas) no mar morto, onde se torna impossível nadar, embora o banhista não afunde. Ele flutua e pode até ler jornal, deitado na água. Prevê-se que em 2050 este mar possa secar.

    A cidade de Petra, uma das maravilhas do mundo, é outra atração da Jordânia. Fundada pelos nômades nabateus no século VI a.C., Petra se transformou na rota mais importante do comércio que ligava a China, a Índia, o Egito, a Síria e Roma. O teatro romano esculpido na pedra dispõe de três mil lugares para espectadores sentados. Petra foi descoberta pelo suíço Johann Ludwig em 1812. Os comerciantes nabateus dominaram a cidade durante dois mil anos.

    Valeu a pena conhecer Jordânia e Israel, exemplos vivos da luta permanente contra a adversidade e da inegável pujança do povo árabe.

    Coluna semanal
    Revista Brasilia em Dia

    www.brasiliaemdia.com.br


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