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Brasília em Dia

  • 03 de Julho de 2010

    Golfo do México e pré-sal

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    Na noite de 20 de abril passado, habituados a rotina de quem opera máquinas de extração de petróleo em alto mar, dezenas de trabalhadores da plataforma “Deepwater Horizon”, arrendada pela empresa British Petroleum (BP) no Golfo do México, foram surpreendidos com violenta explosão, que resultou na morte imediata de 11 funcionários. Iniciava-se o vazamento de petróleo cru na tubulação imersa a quase 2.0 quilômetros da superfície do mar, com prejuízos incalculáveis para a fauna marinha, o turismo e a pesca. Formou-se extensa “mancha negra” – que perdura até hoje -, ampliando-se sobre o Oceano Atlântico, em área equivalente a onze vezes a cidade do Rio de Janeiro.

    Este é o maior desastre ecológico da história norte-americana.

    O mundo atônito discute as conseqüências da tragédia, que provoca sérias ameaças ao eco sistema (conjunto de seres vivos) e coloca em xeque a indústria petroleira, sobretudo as recentes autorizações de Obama para perfurações em águas profundas do Atlântico e do Alaska.

    Dois aspectos merecem reflexão, por terem íntima relação com o Brasil, um dos maiores produtores mundiais de petróleo. A catástrofe mexicana colocou em dúvida a viabilidade econômica da chamada operação “offshore” (exploração de petróleo em mar aberto) e das reservas do “pré-sal”, cuja extração atingiria profundidade de até 8.000 metros da superfície do mar.

    A exploração de petróleo em reservatórios situados em alto mar (na área “offshore”) remonta ao ano de 1947, no Mar Cáspio, Azerbaijão. A partir daí, a indústria “offshore” iniciou a sua expansão, chegando ao Golfo do México e a Venezuela. No Brasil, a exploração em reservatórios “offshore” começou na Bacia de Sergipe (1968), campo de Guaricema. Nos anos seguintes ampliou-se para a costa de Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará. Diante do sucesso econômico, a Petrobras investiu maciçamente em tecnologia própria de plataformas. O pioneirismo da Petrobras valeu em 1991 o prêmio “OTC Distinguished Achievement Award”, outorgado pela “Offshore Technology Conference”, nos Estados Unidos. No ano seguinte, a empresa foi reconhecida como a que mais contribuiu para o desenvolvimento mundial da indústria “offshore”. Todas as instalações “offshore” (marítimas) existentes no país têm a finalidade de extrair gás e petróleo.

    As operações de extração do petróleo em terra (“onshore”) são bem mais simples. Levam meses (máximo três anos) para o início da produção comercial. As “offshore” demandam pesados investimentos e alcançam seis anos ou mais, em razão das incertezas do mar. Especialistas brasileiros começam a admitir, que extrair óleo de milhas submarinas será antieconômico. Os equipamentos de segurança (tubo de tubulação) tendem a elevar de preço, principalmente em áreas como o Mar do Norte e o Golfo do México.  Tais circunstancias exigirão mais dinheiro e muitas empresas - médias e pequenas - abandonarão a atividade “offshore” para se voltarem à extração do petróleo em terra.

    Por outro lado, a nossa matriz energética não dispõe de tecnologia para geração de energia eólica “offshore”, cujo custo – inclusive “onshore” – é altíssimo e se apóia em financiamentos oficiais e incentivos fiscais. Melhor seria o incentivo ao uso do etanol, herança do Proálcool, criado na década de 1970, que coloca o país como o segundo produtor mundial de um combustível limpo e renovável, além de reafirmar posição de destaque na busca por fontes alternativas de geração de energia e no esforço para flexibilizar o parque gerador nacional.

    Neste torvelinho de incógnitas econômicas, o pré-sal poderá ser afetado, tendo em vista a extensa profundidade das rochas que acumulam petróleo, as quais se estendem por baixo de camadas de sal, com espessuras de até 2.000 metros.

    Estudos técnicos desenvolvidos após o caso do Golfo do México procuram resposta para questões fundamentais. Por exemplo: quando seria descoberto e quanto custaria equipamento, que possa sanar um vazamento localizado a 6 mil metros ou mais da superfície do mar? O acidente mexicano coloca em prioridade a preocupação universal na preservação ambiental, o que põe em risco a viabilidade de continuidade da extração “offshore” do petróleo e gás natural e também do uso extrativo das camadas do nosso pré-sal. Infelizmente a verdade é esta!

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    Na noite de 20 de abril passado, habituados a rotina de quem opera máquinas de extração de petróleo em alto mar, dezenas de trabalhadores da plataforma “Deepwater Horizon”, arrendada pela empresa British Petroleum (BP) no Golfo do México, foram surpreendidos com violenta explosão, que resultou na morte imediata de 11 funcionários. Iniciava-se o vazamento de petróleo cru na tubulação imersa a quase 2.0 quilômetros da superfície do mar, com prejuízos incalculáveis para a fauna marinha, o turismo e a pesca. Formou-se extensa “mancha negra” – que perdura até hoje -, ampliando-se sobre o Oceano Atlântico, em área equivalente a onze vezes a cidade do Rio de Janeiro.

    Este é o maior desastre ecológico da história norte-americana.

    O mundo atônito discute as conseqüências da tragédia, que provoca sérias ameaças ao eco sistema (conjunto de seres vivos) e coloca em xeque a indústria petroleira, sobretudo as recentes autorizações de Obama para perfurações em águas profundas do Atlântico e do Alaska.

    Dois aspectos merecem reflexão, por terem íntima relação com o Brasil, um dos maiores produtores mundiais de petróleo. A catástrofe mexicana colocou em dúvida a viabilidade econômica da chamada operação “offshore” (exploração de petróleo em mar aberto) e das reservas do “pré-sal”, cuja extração atingiria profundidade de até 8.000 metros da superfície do mar.

    A exploração de petróleo em reservatórios situados em alto mar (na área “offshore”) remonta ao ano de 1947, no Mar Cáspio, Azerbaijão. A partir daí, a indústria “offshore” iniciou a sua expansão, chegando ao Golfo do México e a Venezuela. No Brasil, a exploração em reservatórios “offshore” começou na Bacia de Sergipe (1968), campo de Guaricema. Nos anos seguintes ampliou-se para a costa de Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará. Diante do sucesso econômico, a Petrobras investiu maciçamente em tecnologia própria de plataformas. O pioneirismo da Petrobras valeu em 1991 o prêmio “OTC Distinguished Achievement Award”, outorgado pela “Offshore Technology Conference”, nos Estados Unidos. No ano seguinte, a empresa foi reconhecida como a que mais contribuiu para o desenvolvimento mundial da indústria “offshore”. Todas as instalações “offshore” (marítimas) existentes no país têm a finalidade de extrair gás e petróleo.

    As operações de extração do petróleo em terra (“onshore”) são bem mais simples. Levam meses (máximo três anos) para o início da produção comercial. As “offshore” demandam pesados investimentos e alcançam seis anos ou mais, em razão das incertezas do mar. Especialistas brasileiros começam a admitir, que extrair óleo de milhas submarinas será antieconômico. Os equipamentos de segurança (tubo de tubulação) tendem a elevar de preço, principalmente em áreas como o Mar do Norte e o Golfo do México.  Tais circunstancias exigirão mais dinheiro e muitas empresas - médias e pequenas - abandonarão a atividade “offshore” para se voltarem à extração do petróleo em terra.

    Por outro lado, a nossa matriz energética não dispõe de tecnologia para geração de energia eólica “offshore”, cujo custo – inclusive “onshore” – é altíssimo e se apóia em financiamentos oficiais e incentivos fiscais. Melhor seria o incentivo ao uso do etanol, herança do Proálcool, criado na década de 1970, que coloca o país como o segundo produtor mundial de um combustível limpo e renovável, além de reafirmar posição de destaque na busca por fontes alternativas de geração de energia e no esforço para flexibilizar o parque gerador nacional.

    Neste torvelinho de incógnitas econômicas, o pré-sal poderá ser afetado, tendo em vista a extensa profundidade das rochas que acumulam petróleo, as quais se estendem por baixo de camadas de sal, com espessuras de até 2.000 metros.

    Estudos técnicos desenvolvidos após o caso do Golfo do México procuram resposta para questões fundamentais. Por exemplo: quando seria descoberto e quanto custaria equipamento, que possa sanar um vazamento localizado a 6 mil metros ou mais da superfície do mar? O acidente mexicano coloca em prioridade a preocupação universal na preservação ambiental, o que põe em risco a viabilidade de continuidade da extração “offshore” do petróleo e gás natural e também do uso extrativo das camadas do nosso pré-sal. Infelizmente a verdade é esta!

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    Revista Brasilia em Dia

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