Marca Maxmeio

Brasília em Dia

  • 30 de Janeiro de 2010

    Um gerente para o Brasil

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    Na prática, a campanha presidencial está nas ruas, embora existam restrições legais à propaganda antecipada. As peças do jogo se movem nos bastidores, com o objetivo de armar estratégias de marketing.

    Acredito que mudanças virão, mesmo com a leniência política de não ter sido aprovada reforma eleitoral ampla, total e irrestrita. O desgaste da classe política, espelhado nos escândalos freqüentes, coloca no ar a grande pergunta sobre o que deseja mesmo o eleitor brasileiro?  Será a continuidade, ou a estabilidade?

    Pressinto que o cidadão-eleitor quer um gerente para o Brasil. É o mesmo sentimento do acionista de uma empresa, que se preocupa com a gerência para obter dividendos no futuro.

    Pouco a pouco se dissemina a concepção de que, nada progride, sem o econômico controlado e bem administrado. O bolso sempre fala alto.

    O assessor político de Clinton, James Carville, responsável pela montagem da estratégia na vitoriosa campanha que derrotou Bush (pai), supreeendeu o “staff” e o próprio candidato, quando exclamou para espanto de todos: “é a economia, estúpido!”. Na época, George Bush somava inúmeros sucessos em sua política externa e liderava as pesquisas, com grande margem. Havia vencido a guerra contra o Iraque. Pagou, entretanto, elevado preço pelos gastos da guerra e a conseqüente queda na economia. Depois, já em pleno exercício da presidência, Clinton enfrentou até o risco de impeachment, por escândalos sexuais. Carville, de novo, lhe deu o mesmo conselho de segurar a economia. O Presidente assim agiu e não apenas manteve-se no cargo como elegeu a esposa Hillary Clinton senadora da República e terminou o seu governo como o mais popular nos Estados Unidos.

    A análise da importância da economia no pleito de 2010 não se restringe exclusivamente às estatísticas otimistas atuais, nem a política de distribuição de renda do bolsa família. Há no inconsciente nacional – e até nas novas gerações – o fantasma do risco da hiperinflação, que corroeu empregos, oportunidades e qualidade de vida, em passado recente. O Brasil viveu este drama nas décadas de 70 e 80, o que dificultou o seu crescimento.  No final do governo Sarney, a inflação atingiu 85%. Vários planos econômicos fracassaram. Ao final, deu certo o Plano Real. Este dado será fundamental na geração de credibilidade na capacidade gerencial dos candidatos em 2010.

    Para chegar onde chegamos foi preciso coragem, sobretudo dos governos FHC e Lula. O primeiro por implantar ações e o segundo por continuá-las. Recordo, por exemplo, a estabilidade - a nível mundial - do nosso atual sistema financeiro. Os bancos nacionais – privados e públicos – são resultado de gestões lucrativas e financiadoras do desenvolvimento nacional. Na Argentina, ocorreu o contrário. Em 2001, o país - historicamente á frente do Brasil - enfrentou a pior crise financeira e institucional da sua história. Tudo começou pela fragilidade do sistema financeiro.  No debate de 2010, certamente será analisada a oportuna iniciativa do governo FHC, através do programa PROEF (Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais), que saneou o nosso sistema bancário, além de ter incentivado o ajuste a padrões de capitalização e provisão de riscos de crédito, definidos internacionalmente. Na época, o presidente Lula e o PT satanizaram o PROEF. Hoje, no governo, colhem os frutos positivos da sua execução.

    A revista norte-americana “Foreign Affairs” em 2009 publicou longo anuncio sobre o Brasil, no qual é mencionada a estabilidade dos nossos bancos, que teve origem no governo FHC. Em recente jantar promovido pela Apex-Brasil, o presidente Lula elogiou os bancos como fatores de apoio às exportações nacionais e avanços do seu governo.

    Na busca de oferecer um gerente para o Brasil em 2010, o estandarte eleitoral do governo será o PAC. Uma faca de dois gumes! Em que pesem os objetivos sociais, o PAC conduz aos excessos de emissão de títulos da dívida pública para financiamento artificial da economia. Por outro lado, o aumento do crédito transforma-se em pressão inflacionária, inibindo a baixa dos juros (o terceiro no ranking mundial).

    Para 2010, continuará atualíssima a advertência de Carville, de que “é a economia, estúpido”. O Brasil irá votar em quem tenha capacidade de gerenciar esta economia, com eficiência. Ninguém duvide!

    Coluna semanal
    Revista Brasilia em Dia

    www.brasiliaemdia.com.br


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