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Brasília em Dia

  • 10 de Maio de 2008

    Etanol: união de todos

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    A disputa internacional assemelha-se a concorrência privada. O país mais forte tenta conter o mais fraco. Teme ser ultrapassado. É justamente isto que vem ocorrendo em relação às pesquisas com biocombustíveis no Brasil.

    Sabe-se que os biocombustíveis são fontes de energias renováveis, derivados de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e outras fontes de matéria orgânica. O nosso país é reconhecido mundialmente pelo pioneirismo na introdução do etanol em sua matriz energética, sendo o maior produtor mundial do produto. Utiliza a cana-de-açúcar como matéria prima. Fica atrás apenas dos Estados Unidos, que usam o milho na produção desse biocombustível.

    Está correta a posição do Presidente da República, quando demonstra ser perfeitamente possível compatibilizar a produção de cana de açúcar com a de alimentos. Essa é uma questão vital para o desenvolvimento nacional. Não podemos abrir mão, independe de partidos ou facção política. Impõe-se a união de todos.

    Caracterizam “falso alarme” as previsões de caos propagadas por Fidel Castro e documentos do Banco Mundial (Bird), da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fundo Monetário Internacional. Segundo os relatórios, além de aumentar os preços dos alimentos, os biocombustíveis poderiam aumentar a disputa pela água.

    O líder empresarial Mauricio Biagi afirmou que se trata de “hipocrisia e nenhuma crítica é justificada. Nem a ambiental, nem a social, nem a econômica”. O mundo passa por uma civilização tipicamente do petróleo e o surgimento de combustível alternativo – como o etanol – gera reações inexplicáveis. O Brasil é o único país em que o consumidor escolhe entre um combustível fóssil (gasolina), ou renovável (que é o álcool). E a opção pelo álcool se dá pelo menor preço. Conseguimos concorrer com o petróleo, o que era considerado impossível.

    Essa história de encarecimento de alimentos é tendência secular no mundo. Chegou-se a admitir, em passado recente, que a queda das commodities agrícolas condenaria faltamente o setor primário à pobreza. Agora, propaga-se justamente o contrário.

    Não há razões para as nuvens sombrias. Ao contrário do que se alardeia, o crescimento dos canaviais brasileiros aumenta a produção de alimentos, pelo fato de que o plantio da cana de açúcar exige rotatividade das culturas. Dessa forma, quase 20% das áreas cultivadas são renovadas com outras espécies, como feijão e soja.

    Tudo indica que a orquestrada reação externa tenha como objetivo inibir o crescimento econômico do Brasil. O alerta lançado no ar nada mais é do que uma “bolha”, muito parecida com aquela que aconteceu com a subida de preço dos imóveis nos Estados Unidos. Todos justificavam o boom americano. De repente, se descobriu que uma “bolha” estava por trás do aparente fenômeno econômico. Ficaram evidentes a fragilidade do aumento da renda “per capita” do norte-americano e o enganoso aumento de produtividade da economia.

    O caso brasileiro é o contrário. Tentam criar antecipadamente a “bolha” de que o aumento internacional dos preços de alimentos vincula-se à produção do etanol. Omitem que os alimentos aumentam de preço no mundo pelo fato de maior número de pessoas ter acesso a eles nas economias em desenvolvimento – especialmente China e Índia. Esses países priorizam a produção de bens industriais, serviços e aumenta a demanda por alimentos. Daí a subida dos preços.

    Os especialistas são unânimes em reconhecer que a produção de nossos biocombustíveis não compromete o meio ambiente, nem a produção de alimentos. Utilizam-se exclusivamente as áreas já degradadas pela agricultura extensiva, ou pelo gado. Os riscos em relação à Amazônia são imaginários, sobretudo porque a região não tem solo e clima apropriados para a produção de etanol. Outro fator é que na Amazônia inexistem condições favoráveis ao escoamento da produção dos canaviais para o transporte e exportação.

    Do ponto de vista tecnológico, a produção de biocombustíveis pode ser alcançada também sem o aumento da área plantada, através do uso de rejeitos de outras culturas agrícolas. Tais processos apresentam balanço ecológico altamente favorável.

    Caberá ao ministro Edson Lobão – que reconheço competência e experiência – manter viva a luta em defesa do etanol brasileiro. A melhor resposta para as aleivosias ditas em debates internacionais será o Presidente Lula – com o apoio de todos - exigir que se trate este assunto urgentemente na finalização da Rodada Doha, único fórum competente para aprovar diretrizes, que estabilizem a produção e distribuição de alimentos no mundo.

    Coluna semanal
    Revista Brasilia em Dia

    www.brasiliaemdia.com.br

     


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