Marca Maxmeio

Brasília em Dia

  • 15 de Setembro de 2007

    Brasil e Estados Unidos

     

     

     

    É incontestável a importância da cooperação internacional do Brasil, em uma época de globalização, com países como os Estados Unidos, a União Européia, a China, a Índia, o Japão e regiões como a América Latina, a Ásia e a Oceania. Justificam-se comentários futuros e específicos sobre cada uma dessas relações, avaliando as estratégias e perspectivas em curso.

    Em razão de posições públicas corajosas e recentes, assumidas pelo atual embaixador americano no Brasil, senhor Clifford Sobel, cabe analisar as relações comerciais do Brasil com os Estados Unidos. Foi lúcido o embaixador ao declarar à imprensa que tais relações não dependem de qualquer tipo de ideologia, mas sim de “obter resultados”.

    VEM DA DÉCADA DE VINTE

    Desde a década de vinte, os Estados Unidos colocam-se como líder na parceria comercial com o Brasil, tanto em investimentos, como em tecnologia. Atualmente, os americanos enfrentam o aumento dos déficits fiscal, orçamentário e comercial. Isso jamais significará dizer que o país deixe de ser a principal economia mundial. O mercado interno continua eficiente e aberto às importações, sobretudo brasileiras, que em 2006 alcançaram o recorde histórico de quase US$ 40 bilhões (cerca de 18% da nossa balança comercial).

    A inegável lucidez e competência do embaixador Sobel serão fundamentais na consolidação da cooperação na área dos biocombustíveis. Os norte-americanos desejam substituir 20% dos combustíveis fósseis, até 2017. A meta reforça o memorando de entendimento assinado em março entre Brasil e EEUU, que permitirá democratizar essa fonte de energia. Improcedentes as dúvidas levantadas pela Venezuela e Cuba, de que a produção do etanol, a partir da cana-de-açúcar levaria a uma crise de alimentos. Ao contrário, a agricultura se fortalecerá pela oferta de emprego no campo e aporte tecnológico. Atualmente, a atividade sucroalcooleira já representa fator de distribuição de renda e geração de oportunidades. O deputado José Múcio Monteiro (PTB-PE) resumiu essa importância ao declarar: “É preciso entender que a atividade sucroalcooleira no Nordeste é, sobretudo, uma atividade social. Não temos, como tem o Centro-Sul, opções para substituir a lavoura que há 400 anos insistimos em plantar. A cana-de-açúcar gera duas vezes mais empregos no Nordeste, que a mesma atividade em outras regiões”.

    MAIOR PRAGMATISMO BRASILEIRO

    Ponto essencial para o sucesso das negociações bilaterais futuras será maior pragmatismo do governo brasileiro. Não se justifica a lamentação de que os EEUU priorizam relações com outros países na América Latina, através de acordos bilaterais (México, Chile, caribenhos, países andinos e da América Central). Tudo isso ocorre, justamente pelas vacilações históricas (vem de governos anteriores) na relação com os norte-americanos. A hora é de sentar à mesa e definir o que cada lado quer e deseja. Com franqueza e transparência.

    Certamente, o maior obstáculo para a necessária liberalização comercial entre os dois países seja a hesitação norte-americana em fazer concessões na área de produtos como açúcar, cítricos, têxteis e subsídios em geral. O Brasil precisa também vacilar menos, em relação a concessões legítimas, como por exemplo, maior segurança para a propriedade intelectual, investimentos e compras governamentais. Recentemente, o Senado americano votou uma lei que acabava com a tarifa do álcool importado. A proposta acabou rejeitada. O álcool brasileiro é onerado em US$ 0.54 por galão.

    O QUE TENTEI FAZER

    Como deputado federal, de 1975 a 2007, iniciei algumas tarefas legislativas no plano internacional, sobretudo visando à melhoria da nossa cooperação com os EEUU. Porém, não consegui concluí-las e ainda desejo prosseguir. Refiro-me a dois temas: (1) proposta de aproveitamento econômico da biodiversidade global, preservado o meio ambiente e assegurada à patente dos inventos e (2) a institucionalização de política de parcerias privadas no campo da pesquisa aplicada. No último ponto, destaquei o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), localizado em Cambridge, como exemplo ímpar no mundo de educação e pesquisa. Após ter sido, durante longo período, relator da vigente lei de propriedade industrial cheguei a ser convidado para Simpósio e Conferências no MIT, o que não se concretizou pelo término do mandato.

    O Brasil mantém parcerias com todas as nações. Porém, não pode perder de vista que os Estados Unidos devem merecer tratamento especial. Principalmente, quando o embaixador norte-americano no país, Clifford Sobel, acena com boa vontade e desejo de cooperar. Questão de não perder a oportunidade.  ( Comentários )

    Coluna semanal
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