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Brasília em Dia

  • 13 de Abril de 2012

    Novos rumos da política externa

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    Desde o início do ano, ministros e assessores de áreas diversas, sob a coordenação do Itamaraty, discutem os rumos da política externa do governo Dilma Rousseff. O estilo executivo da chefe do governo exige avaliações frequentes, sobretudo para o país tirar vantagens do respeito internacional que desfruta e ampliar a voz nos grandes temas em debate global.

    O ministro Antonio Patriota – um dos melhores quadros da nossa diplomacia – é enfático ao defender que ”as relações internacionais não são uma ciência exata. Tentamos buscar caminhos através de uma postura de coerência que dê credibilidade ao país”. Lamentavelmente, é praticamente nenhuma a contribuição do Congresso Nacional na área de política externa. As causas estão no excessivo pragmatismo político da maioria parlamentar, que se dedica a busca de verbas orçamentárias, ou, talvez o temor do patrulhamento exercido por alguns certos setores da mídia, que classifica de “turistas” os que debatem temas de política internacional, impondo desgastes de imagem. Na verdade – ao contrário das democracias mundiais –, política externa no Brasil transformou-se numa tarefa exclusiva do Executivo. O Legislativo baixa a cabeça e referenda os atos e tratados que lhes são submetidos, sem direito de opinar, ou alterar.

    No período de FHC, o país desfrutou de credibilidade no exterior, o que proporcionou atração de investimentos diretos e garantiu a estabilidade macroeconômica, inclusive junto aos organismos multilaterais, que prestaram socorro em momentos difíceis, como na crise cambial de 1999.

    O presidente Lula voltou-se para a prioridade do Brasil ser protagonista na cena global. Não se pode negar que a política externa evoluiu no período, como na formalização do BRIC (bloco formado também pela Rússia, Índia, China e hoje África do Sul). Outro aspecto positivo da era Lula foi a aproximação com a África.

    Enquanto FHC preservou o diálogo com os Estados Unidos e se aproximou de potências médias, Lula optou pelo confronto, defesa da soberania, a igualdade de todos os países, aliando-se a economias emergentes, até no Oriente Médio, ao desafiar os americanos no diálogo próximo com o Irã. Ao contrário, no período FHC foram superados contenciosos com os norte-americanos, alguns deles herdados de governos militares. Até hoje, o relacionamento se assemelha a um nó górdio, que começou a ser desatado pelo governo Dilma, com ênfase dada na recente visita presidencial à Washington DC.

    O risco do terrorismo global marcou as diferenças entre a política dos dois ex-presidentes. FHC foi peremptório ao declarar que é “preciso reagir com determinação ao terrorismo”. Lula adicionou ao discurso brasileiro a preocupação social, ao declarar na ONU que “não será militarmente que vamos acabar com o terrorismo. Vamos enfrentar na hora certa em que a gente atacar o problema crucial que é a pobreza do mundo”.

    Lula movia-se pelo carisma político. A presidente Dilma em política externa sinaliza a preocupação de preservar relações amistosas, com neutralidade e age a base de estudo estratégico das situações. Percebeu-se tal tendência, nas conversas recentes da Presidente em Washington DC sobre o nosso elevado déficit comercial com os Estados Unidos. Na India, a preocupação foi buscar parcerias estratégicas no campo tecnológico, numa hora que os indianos trazem à debate internacional a necessidade de conter os abusos de preços das patentes. O Brasil propôs no BRIC, a criação de um instrumento financeiro internacional alternativo. O país está próximo de endossar reformulações na forma de agir da OMC. 

    Sem dúvida, é hora de aproveitar o bom momento brasileiro e aumentar a influência do país no cenário internacional. Repete-se essa frase nos bastidores do governo por ministros, assessores e diplomatas.

    Para o futuro da nossa Nação será muito bom que tudo isto aconteça. O Brasil jamais estabilizará o seu conceito internacional, se não estiver presente nos grandes debates mundiais. A globalização impõe tal estratégia!

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