Brasília em Dia
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06 de Janeiro de 2012
O “furacão econômico” de 2012
Começa o ano de 2012 com previsões de catástrofe na economia mundial. A história mostra que no início do século XX, a civilização europeia era um modelo para o mundo. Quarenta e cinco anos depois, a mesma Europa jazia em escombros, debaixo de fumegantes ruínas, com mais de setenta milhões de mortos.
O “Estado” publicou recentemente lúcida entrevista de Luís Stuhlberger, economista judeu, que mora em São Paulo, filho e neto de poloneses, que fugiram da Cracóvia para o Brasil, em 1929. Realmente, um expert em matéria financeira global.
No domingo, 14 de setembro de 2008, quando saíram às primeiras notícias sobre a recessão econômica que ameaçava os Estados Unidos, Stuhlberger estava na China. Confessou ele, que precisava decidir se era hora de aproveitar a queda dos preços das ações para comprar barato. "No meio do furacão, dei uma ordem de grande compra de papéis de primeira linha, principalmente Petrobras, Vale, Eletrobrás, Telemar, Lojas Americanas, Porto Seguro e mais um monte de outras empresas” contou ao repórter.
Com tanta experiência acumulada são atuais alguns conselhos, experiências e observações de Luís Stuhlberger na sua entrevista ao “Estado”. Certamente poderão ser úteis para enfrentar o anunciado “furacão econômico” na economia mundial. Senão vejamos.
”Se não se ganha na Bolsa em um ano, pode-se ganhar em outros nove anos. O investidor deve ter uma parcela de sua poupança em ações ou fundos de renda variável, porém sempre pensando num horizonte de retorno de longo prazo".
A análise de Stuhlberger sobre o Brasil é dividida em duas partes. No curto prazo, afirma que tudo vai bem. "Mas há sinais de que algo está errado. Imóvel está caro, nosso Big Mac é o mais caro do mundo, nosso Corolla é o mais caro do mundo, a nossa arte está ficando a mais cara do mundo", exemplifica. "Nada disso surpreende a presidente Dilma (Rousseff). O duro é consertar, dentro desse sistema político que vivemos".
Sobre a economia global disse ele: "Nunca entendi como a Europa e os Estados Unidos poderiam, no longo prazo, ser iguais, visto que um gasta 50% do PIB e o outro, 30%. O mercado demorou a se dar conta disso. Mas, quando aconteceu, em alguns meses, a social-democracia entrou em colapso. Isso acontece porque a social-democracia prometeu muito. E as futuras gerações não vão conseguir entregar”.
Acerca das promessas da democracia social observa: “Do que estamos falando? Trabalhar pouco. É um sonho. Quem de nós não quer trabalhar 30 horas por semana, ter férias de dois, três meses, licença-maternidade de um ano, emendar todos os feriados e, mais ainda, que o governo dê tudo? Todos querem. O problema é: quem vai pagar?”
Abordando o futuro da Europa e dos Estados Unidos preconiza o entrevistado: “Algo de riqueza terá de ser destruído para preservar o resto. Não há ganhadores. Há quem perde menos. Aqui não se trata de escolher entre o ótimo e o bom, mas entre o ruim e o péssimo.Ainda analisando o Brasil declara: “A gente vai ter essa experiência de colapso de modelo para dizer: precisamos fazer reformas, temos de ganhar competitividade. Graças a Deus, a Argentina estourou em 2001 - quando o Lula entrou - e o Brasil não seguiu o caminho da Venezuela. O Brasil evoluiu. Começou com Fernando Henrique Cardoso e o PT do Lula e da Dilma foi aprendendo. Governos têm de ser impopulares. Se todo mundo gosta de você, significa que você está fazendo algo muito errado. É impossível agradar a todos”.
Observa que Lula e Dilma aprenderam com FHC, que é melhor não fazer nenhuma reforma e o país crescer 3% ao ano, do que fazer a reforma, que é duro e dá briga, para crescer 6%, mas quem vai ganhar é o outro.
Estas as análises de Luís Stuhlberger para 2012. Como disse Roberto Campos, “todo conselho é bom, desde que a gente não seja obrigado a aceitá-lo”.Leia também o "blog do Ney Lopes".
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