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Brasília em Dia

  • 21 de Outubro de 2011

    O Brasil na guerra do petróleo

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    Os chineses acabam de colocar um “pé firme” nos negócios de petróleo do Brasil. O avanço se deu com o China Development Bank Corporation assumindo 75% das finanças bancárias oferecidas pela petroleira venezuelana PDVSA, ao Banco Nacional  de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como garantia para integrar a Refinaria Abreu e Lima, em construção no estado de Pernambuco. Os chineses afastaram os portugueses, que detinham o mesmo percentual (75%), através do Banco Espírito Santo. Portugal atravessa grave crise econômica, com riscos de colapso idêntico a Grécia.

    É duríssima a disputa entre Estados Unidos e China por espaços econômicos no controle da matriz energética e riquezas minerais no mundo. Verdadeira guerra fria!

    A presença da China na refinaria pernambucana ocorre após a visita em fevereiro passado do Presidente Obama e a assinatura do acordo “Diálogo Estratégico em Energia", que prevê cooperação na exploração do petróleo (sobretudo no pré sal) e energia alternativa. Com a participação na refinaria pernambucana, os chineses se habilitam para competirem com os americanos também na exploração do pré sal.

    Além da refinaria Abreu e Lima, já há outros avanços chineses. A CNPC Manufacturing, subsidiária da China National Petroleum Corporation (CNPC), maior exploradora asiática de petróleo e gás, mantém contatos avançados com o governo paulista para investimentos em São Paulo e a formação de parcerias que viabilizem a exploração da camada pré-sal na bacia de Santos (litoral paulista).

    Sabe-se da importância dos combustíveis fósseis, que respondem por 81% da matriz de energia global. Sem energia não há economia próspera. O mundo sobrevive da energia retirada, principalmente dos derivados de petróleo. Por tal razão, as nações buscam avidamente o controle e exploração de fontes de energia para garantir as atividades econômicas essenciais.

    De “olho” nas fontes energéticas mundiais, o Conselho de Inteligência Nacional dos Estados Unidos elaborou um “mapa do futuro econômico global”, no qual está previsto que a China aumentará em 150% o seu consumo energético e a Índia 100%, se mantidas as taxas médias de crescimento econômico entre 10% e 6% ao ano.  Em conjunto, a China e a Índia detêm um terço da população mundial. Esses dois países não têm condições reais de atenderem as suas necessidades energéticas internas.

    A Índia, por exemplo, para satisfazer as suas necessidades internas depende de até 85% do fornecimento externo de petróleo. A China já foi exportadora de petróleo, mas hoje é o segundo maior importador de óleo do mundo. O Japão e a Coréia são igualmente dependentes de importações de petróleo e gás.

    Há situações curiosas e emblemáticas na “guerra do petróleo”. Uma delas está no Sudão do Sul, país rico em recursos naturais, que proclamou a sua independência no último dia 9 de julho, com milhares de pessoas festejando nas ruas. China e Estados travam verdadeiro duelo para dominarem as 80% das reservas de petróleo sudanesas, avaliadas em mais de seis bilhões de barris. O mais jovem país do mundo possui também grandes reservas inexploradas de urânio, bauxita, diamantes, cobre, ouro. A China está mudando a sua posição de aliada incondicional do Sudão do norte, exclusivamente para se aproximar do sul e acompanhar de perto a exploração das riquezas do novo país. Na Groenlândia observa-se a mesma vigilância de americanos e chineses, pelo fato de que a maior ilha do planeta, em breve será a “Arábia Saudita gelada”.

    Mesmo com os avanços de fontes energéticas alternativas é crescente a “corrida” para garantir o fornecimento do petróleo e do gás. O fato conduz inclusive a aproximações de alto risco dos países asiáticos com o Irã, diante do olhar vigilante dos Estados Unidos. Por outro lado, a China ardilosamente faz ofensivas aparentemente “diplomáticas” na Ásia Central, na África e na Venezuela.

    Ao mesmo tempo, a Índia se garante aproximando-se de Burma, Sudão, Líbia, Síria, Costa do Marfim, Vietnã, além da disputa quase belicosa com os Estados Unidos e Rússia pelo petróleo do Mar Cáspio e seus oleodutos alternativos de escoamento, na Ucrânia, Geórgia, Arzebaijão, Turquia, Polônia e Paquistão.

    Na “guerra do petróleo”, o Brasil preserva o trunfo das suas imensas reservas conhecidas e às do pré sal. Tudo isso, sem falar na capacidade do país se transformar no maior celeiro de produção de alimentos global. Ninguém se engane. Em futuro próximo, os alimentos serão tão valorizados, quanto o petróleo atualmente.

    Leia também o "blog do Ney Lopes".

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