Marca Maxmeio

Brasília em Dia

  • 12 de Agosto de 2011

    Escassez na economia e de votos

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    Escrever com antecedência sobre a crise econômica mundial corre o risco de mudanças significativas no cenário comentado. A verdade é que o mar não está pra peixe, com reflexos inevitáveis no Brasil.

    Os Estados Unidos adotaram uma estratégia perigosa de “bater boca” contra o rebaixamento da sua nota de crédito emitido pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

    Para que se entenda o que significa a “nota de crédito” dada aos países é necessário esclarecer que na economia mundial funcionam várias agências privadas, que analisam dia a dia os mercados de capitais (ações e títulos de crédito negociáveis em mercados secundários). O trabalho é feito em razão das distancias entre quem oferece negócios e os aplicadores. As opiniões dessas agências assemelham-se a uma bussola para orientar os investidores, que tomam decisões de compra e venda, com base em tais informações.As agências analisam países e empresas particulares. Em relação aos países, elas dão a “nota de crédito”, que reflete o “risco-país”, um conceito abrangente, que envolve todos os ativos financeiros do país, sobretudo os compromissos de empresas privadas com acesso ao crédito externo.

    No mundo, apenas 17 países possuíam a nota de crédito máxima AAA. Este número reduziu para 16 países, com o rebaixamento dos Estados Unidos. Os países que continuam com a nota de crédito máxima são: Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, Cingapura, Dinamarca, Finlândia, França, Holanda, Ilha de Man, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Reino Unido, Suécia, Suíça.

    O rebaixamento dos Estados Unidos, pela primeira vez na história, abriu debate sobre o papel das agências de classificação de riscos no panorama econômico do mundo. Elas influem na dinâmica dos mercados financeiros internacionais. O “Securities and Exchange Commission (SEC)” é um órgão americano, que registra as agências.  Há informação de que apenas a “Standard & Poor’s (S&P)”, a “Moody’s Investors Service” e mais três agências menores são reconhecidas pela SEC. Pelo poder que possuem, essas agências passaram a ser questionadas, por exercerem verdadeiro “privilégio de julgamento”.

    Qualquer que seja a circunstância permanecem muitas incertezas, após a crise da dívida norte-americana. O euro quase agoniza e aguarda remédio heróico. Recentemente, as bolsas de todo o mundo “derreteram”, na expressão do ministro Mantega. A queda livre da Bovespa alcançou 5%. Afora as Bolsas, cairam os preços das commodities nos mercados mundiais. O petróleo reduziu UU $ 5.07 num só dia, o ouro 1642.2%, sem incluir os produtos agrícolas também afetados, sobretudo a soja. Os bancos de origem espanhola Santander e BBVA, somente este ano já socorreram as suas matrizes em dificuldades, com cerca de UU$ 28 bilhões de dólares, sendo 75% desse valor (UU$ 21 bilhões) originário do Brasil, segundo o Deutsche Bank e o banco Nomura.

    No Brasil, o horizonte recomenda muita cautela. Até final final deste mes o orçamento terá que ser enviado ao Congresso. As contas públicas futuras sofrerão grande impacto com o aumento do salário mínimo previsto para R$ 621.00, o que resultará em despesas orçamentárias de quase R$ 300 milhões (por conta dos benefícios previdenciários e assistenciais).

    Enquanto isto, quase em silêncio, os impostos vêm aumentando. Nos últimos meses, as alíquotas do IPI das bebidas foram elevadas, bem como o IOF em cartão de crédito, derivativos cambiais, financiamentos habitacionais, crédito ao consumo, e algumas modalidades de entrada de capital. A tendencia de elevação de tributos é claríssima, o que traz consigo o risco do corte de investimentos.

    Ninguém deseja, mas é verdadeiro o risco de tsunami na economia global, com graves consequencias para a América Latina.  Os governantes ou agem com bom senso e firmeza, ou pagarão custo político elevado, quando pleitearem a reeleição em 2014. A escassez de dinheiro na economia provoca também escassez de votos.  É bom não esquecer esta regra infalível nas democracias.

    Leia também o "blog do Ney Lopes".

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