Marca Maxmeio

Brasília em Dia

  • 29 de Julho de 2011

    Um pacto de todos os partidos

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    Se a crise econômica da zona do euro irradiar para as suas economias mais fortes – Itália, Alemanha e França - várias regiões do mundo, inclusive o Brasil, sentirão um impacto praticamente igual a crise americana de setembro de 2008. A conclusão é do FMI, que analisou os efeitos globais, caso a atual crise atinja alguns dos grandes bancos europeus. Os técnicos do FMI fizeram dois cenários básicos para examinar o impacto sobre o crescimento econômico – o de tremor e o de terremoto. No de tremor, em que a crise ficaria restrita a Grécia, Irlanda e Espanha, os choques no crédito bancário e na demanda doméstica equivaleriam à metade dos experimentados durante a crise do Lehman. No cenário de “terremoto”, a diferença é um contágio maior e o crédito bancário levaria uma pancada semelhante ao da bancarrota do Lehman, nos Estados Unidos em 2008.

    Ao contrário dos dois mandatos do presidente Lula, a economia global atravessa um período de graves riscos. O mundo está numa gangorra. Não se sabe para qual lado penderão as economias da União Européia, dos Estados Unidos e países do BRIC, dentre eles o Brasil e até a China. Poderão oscilar para a estabilidade, ou a recessão.

    Com a Grécia na UTI, a Comunidade Européia decidiu ajudar o país, de novo. A alternativa foi desembolsar mais dinheiro, ou a Grécia quebraria de vez. Os líderes europeus definiram, que o setor privado aportará em termos líquidos 37 bilhões de euros, por meio de uma variedade de medidas, incluindo programa de recompra de dívida. Todos perderão dinheiro, inclusive os bancos.O financiamento oficial somará cerca de 109 bilhões de euros. Enquanto isto, Portugal, Espanha e Itália estão na fila do colapso econômico iminente.

    No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica de juros para conter a inflação e atrair aplicações em moeda estrangeira. Aliás, em todas as cinco reuniões do Copom no governo Dilma, o Banco Central subiu juros. Os analistas admitem que os aumentos continuem, com o BC atingindo a meta de 4.5% em 2012. O último IPCA-15 mostrou que a inflação está em alta (6.75%). A conjuntura da economia nacional é preocupante. Um fenômeno que se observa é que as famílias brasileiras estão super endividadas, em função das facilidades de empréstimos consignados. A inflação pode ser combatida com juros, porém há o risco de aumento da inadimplência.

    Pesquisa da Fecomercio/SP mostrou que o valor médio das dívidas familiares cresceu 17%. A cidade de Natal bateu recorde, subindo de 31% para 39% a parcela da renda destinada ao pagamento das dívidas. O percentual é alarmante. O limite aceitável seria em torno de 25% da renda familiar para saldar débitos. A luz vermelha já está piscando e pode ser acesa a qualquer momento. O Banco Central terá que puxar o “freio de mão” e fazer um ajuste em breve entre a inadimplência e a inflação prevista.

    No mundo globalizado não há como deixar de ter o olho aberto. Inegavelmente o Brasil está dentro do “caldeirão fervente” da crise economica mundial. A nossa economia é artificial. Depende do dinheiro externo, que financia a dívida interna, em troca de remunerações diárias altíssimas, além de megaprojetos de inversão para a Copa de 2014.Se faltarem euros e dólares para os investimentos especulativos, o Brasil balançará e muito. A dívida interna encerrou junho com um aumento de 3.39% e o total acumulado de R$ 1.805 trilhão de reais.

    Outra armadilha são os efeitos conflitantes do ingresso do capital externo. De um lado, colabora para evitar o crescimento da inflação. De outro, eleva a cotação do dolar e mina o poder de competição da indústria nacional. Realmente, uma escolha de Sofia para as autoridades monetárias.

    A chamada invasão chinesa é preocupante, mas não se justifica que as lideranças empresariais coloquem o governo no canto da parede. Essa realidade não é exclusiva do Brasil. Os que mais sofrem hoje em dia com os chineses são os Estados Unidos e o mundo. A China vende barato, mas compra também a preço de mercado. São modelos desiguais competindo, o que torna injusta a relação comercial, porém é impossível de ser enfrentada através de conflitos entre os governos.

    Na verdade, ao Brasil, só resta fazer o dever de casa, inovar na atividade industrial, cortar despesas públicas e rezar!

    Ajudaria muito se houvesse um pacto nacional dos partidos políticos, com todos sentados a mesa, para segurar o agravamento da crise. Fica a idéia, que exige espírito público!

    Leia também o "blog do Ney Lopes".

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