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Opinião

  • 11 de Novembro de 2006

    TRAPÉZIO E TRAPEZISTA

     

     

     

    A justiça eleitoral concluiu, praticamente, o processo eleitoral de 2006. Leio profecias de quem, por mera ousadia ou erro grosseiro, pensa conhecer os meandros da vida pública. Agem como quem dá a receita para um jogador comportar-se na hora do escanteio e fazer o gol, sem nunca ter jogado futebol. A política exige ver as coisas como elas são e não como se deseja que sejam.

    Comentou-se que o PFL no RN acabou, porque a maioria dos prefeitos votou com a Governadora, no último pleito. Em que pese o inegável peso eleitoral dos prefeitos, se eles assegurassem vitórias por si só, Fernando Bezerra teria sido eleito Senador da República em 2006. E não foi. Ganhou Rosalba.

    Ninguém se aposenta, nem morre na política. A morte política só existe com a morte biológica. Collor, Ibsen Pinheiro e o próprio Lula (perdeu quatro vezes – três para Presidente e uma para governador de SP) estão aí para provar a regra. No Rio Grande do Norte, em 1962, Dinarte Mariz era tido como derrotado. Aluízio liderava com força total as massas populares. No auge do prestígio de Aluízio, Dinarte ganhou a eleição para o Senado.

    Em 1982, Aluízio recém anistiado, candidatou-se a governador contra o jovem prefeito de Natal José Agripino. Perdeu por mais de 100 mil votos. Dizia-se: “Aluízio aposentou-se politicamente”. Anos depois – em 1986- elegeu, com a sua inegável liderança, Geraldo Melo governador do Estado, que nunca exercera mandato e era vice-governador biônico de Lavoisier Maia, nomeado pela Revolução de 64. Não ficou aí. Aluízio foi Ministro de Estado duas vezes e deputado federal.

    Em 1990, Garibaldi Filho com meia dúzia de prefeitos derrotou para o Senado o deputado Carlos Alberto com quase a totalidade das lideranças estaduais.

    Em 1994 a atual Governadora do Estado amargou o último lugar como candidata ao Governo. Perdeu para Fernando Mineiro, do PT. Depois – em 1996 -, de novo com a cobertura da família Maia, origem histórica da sua vida pública, elegeu-se prefeita de Natal, pela segunda vez, derrotando a atual deputada Fátima Bezerra, sua então ferrenha adversária, que a acusava de pertencer ao clã oligárquico da política local.

    Em 2002 se apoios municipais valessem a atual governadora não teria chegado ao segundo turno, quando ganhou por maioria de quase 40% dos votos, com o apoio do PFL. Agora, em 2006, mesmo com todo o aparato da máquina pública, ela alcançou pouco mais de 4% de maioria no Estado. Comparando 2002 com 2006 a queda percentual de votos é considerável. A coligação de Garibaldi empatou o jogo. Elegeu uma Senadora e chegou ao segundo turno. Sem a aliança feita com o PFL à fatura contra Garibaldi e o seu senador teria sido liquidada no primeiro turno. É só examinar os fatos e os números.

    Como, diante dessa realidade eleitoral, se pode afastar definitivamente fulano ou sicrano da política? Mera idiotice, ou desejo de bajular e agradar os vencedores.

    Por outro lado, é cedo para afirmar que a última eleição revelou novas lideranças. Pode-se dizer que foram revelados, talvez, alguns mágicos de Oz, semelhantes à história de Lyman Frank Baum sobre a pequenina Dorothy. Ela, sofrendo na tempestade – a exemplo das multidões famintas - buscou a ajuda dos poderes do mágico de Oz. Após algum tempo, descobriu que aquele mágico, aparentemente solidário, nada mais era do que um farsante. Enganava as pessoas. Fingia possuir poderes, que aprendera num circo, onde trabalhara. Dorothy salvou-se, depois, com o seu próprio esforço, simbolizando que as derrotas ou o perigo não destroem as pessoas. Ao contrário, fortalece.

    A realidade é que as vitórias eleitorais não formam líderes, nem exterminam os adversários. O trapézio do poder inegavelmente ajuda a voar e a vencer. Mas, como já lembrou o ex-ministro Mario Henrique Simonsen “a tragédia do trapezista é quando ele pensa que pode voar sozinho”.


     

    Ato histórico
    Co-presidi, quarta última, em Bruxelas, juntamente com o deputado espanhol Josep Borell – Presidente do Parlamento Europeu – a cerimônia histórica de instalação da “Assembléia Parlamentar Euro-Latino-Americana”. Discursaram, também, o Sr. Heinz Fischer, Presidente da República da Áustria; Sr. Alan Garcia, Presidente da República do Peru; Secretário do Conselho Europeu, Sr. Javier Solana e o ex-presidente do BID, Enrique Iglesias. Certamente, foi a maior vitória do meu mandato, à frente do Parlatino, que termina em 8 de dezembro próximo. Lembrei no discurso a possibilidade de instalação de uma “zona de livre comércio euro-latina”, ao lado do futuro Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Panamá e Chile já entraram nessa disputa. Até agora somente eu tenho falado pelo RN. Quem irá me substituir? Ou, o nosso destino será o Estado perder, mais uma vez, esta chance de crescer e ofertar empregos?

    Grande Natal
    Ao citar o potencial do “Grande Natal” repeti o que já fizera em abril passado, na III Reunião dos Parlamentos de Integração Regional, realizada em Bregenz (Áustria). Continuarei a lutar com os meios possíveis, por mais oportunidades e empregos para o nosso povo – o que somente será viável após a criação de uma zona econômica especial. O contrário será subaproveitamento com a simples privatização e construção de um aeroporto cidade, indústria ou porto seco, igual a tantos que já existem no país, inclusive no Ceará. Perderemos a primeira zona de livre comércio, ou ZPE, a ser instalada no Brasil.

    Área Livre
    O Ministério da Agricultura reconheceu oficialmente a área do Distrito Irrigado do Baixo-Açu (DIBA) como livre de Sigatoka Negra, uma doença que ataca a bananeira e prejudica a produção dos frutos. Esse reconhecimento é uma conquista importante para o Rio Grande do Norte, pois agrega mais valor aos produtos produzidos em toda a área livre da mosca-das-frutas.


    Publicado em 12.11.2006 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.


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