Brasília em Dia
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06 de Março de 2010
Emirados: ver para crer
Vale à pena conhecer os Emirados Árabes para comprovar a visão criativa e globalizante dos seus governantes e do povo. Algo extraordinário está sendo construído naquela área do Golfo Pérsico.
Visitei recentemente Dubai, Abu Dhabi e Al Fujairah. Integram, ainda, os Emirados, os territórios de Sharjah, Ajman, Umm AL-Quwain e Rãs AL-Khaimah. Em viagem particular fiz os contatos e observações possíveis.
Constatei, de saída, que Dubai já afastou a tão propalada crise de liquidez dos seus Bancos, que poderia levar à falência. Quando lá estava, acompanhei pela imprensa o anuncio da descoberta de um campo de petróleo em alto mar, que dará impulso à economia local. O novo campo contribuirá para a melhoria da capacidade econômica de Dubai e Emirados. O otimismo era geral e se propagava que a crise passara a ser coisa do passado. Acredito que sim.
Sem dúvida, ocorre verdadeira revolução econômica nos Emirados, similar a que aconteceu na China, consideradas as diferenças culturais e religiosas, se comparados os dois modelos com o Ocidente. Trata-se de tipo diferente de governo, vinculado a uma família real. Funciona Parlamento, com parte dos seus membros eleitos pelo voto dos cidadãos. Não se percebe qualquer tipo de insatisfação popular, nem pobreza nas ruas.
Os Emirados Árabes Unidos nasceram em 1971, sob a liderança firme e competente do Xeique Zayed Bin Sultan Al Nahyan. Os sete países aprovaram uma Constituição e se uniram numa espécie de Confederação. Ao contrário do estado federal, os sete países têm soberania para decidir sobre a sua permanência ou não na confederação.
O Xeique Zayed’s assemelhou-se à Deng Shao Ping, que revolucionou anos depois a economia da China. Deve-se a sua ampla visão de futuro, o lançamento dos alicerces para a implantação das mudanças construídas no calor das areias do deserto, hoje consolidadas e em plena expansão econômica, na busca da sustentabilidade, sem dependência do petróleo. Os Emirados constituem vibrante centro comercial e financeiro, com a expansão crescente da indústria do turismo, construção civil, gás, alumínio, cimento e outros ramos da economia.
Não se diga que as reservas de petróleo explicam, por si só, o sucesso econômico dos Emirados. Falsa impressão. A exploração petrolífera local, em termos econômicos intensos, teve início em 1962. Antes disto, os países do golfo pérsico apoiavam a sua economia na indústria de pérolas originais, que gerava emprego e renda. A partir da descoberta pelos japoneses das pérolas cultivadas entrou em colapso a indústria da pérola no golfo.
Após a II Guerra, para enfrentar a crise econômica emergente, Dubai aproveitou a sua privilegiada posição geográfica e implantou - antes da China - uma área de livre comércio. Até hoje funciona a Zona Econômica Livre de Jebel, que oferece incentivos fiscais para produção, exportação e liberdade para repatriar capital. Observe-se que apenas 7% da renda de Dubai é obtida com a extração do petróleo. A maior fonte de recursos é a área de livre comércio de Jebel.
O Xeique Zayed’s imaginou erguer do “nada” (região desértica) uma sociedade moderna, vibrante e nível mundial. Conseguiu, sem destruir os atributos religiosos e culturais, que são as tradições preservadas pelo governo e a população.
Com a morte de Zayed’s em 2005, assumiu o poder, seu filho, Khalifa Bin Zayed Al Nahyan, que é o presidente atual do EAU. Segue os mesmos princípios do pai. Uma das suas preocupações é a busca de fontes de energia alternativa para evitar a dependência total do petróleo. Em Abu Dhabi existem prédios com aletas articuláveis para produção de energia eólica, que atende o consumo interno.
Os Emirados Árabes Unidos misturam as antigas tradições árabes com o modernismo das mega metrópoles. Um vídeo institucional proclama que o único limite à arquitetura local é a imaginação. O maior exemplo está em Dubai, na ilha artificial de Palm Juneirah, em forma de palmeira, erguida em pleno mar. Toda a construção envolveu material natural composto de pedras, terras e areias retiradas de diversas partes do país e do próprio golfo pérsico. Preservar o meio ambiente é uma preocupação constante.
O que se constata ao visitar os Emirados é uma lista de superlativos, tais como: o maior edifício do mundo, a melhor pista de formula 1 do mundo, o maior shopping do mundo, “Emirates” - a melhor companhia aérea do mundo ...
É preciso ver tudo isto para crer!
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